quinta-feira, 5 de julho de 2012

GREVES: O FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO

Greve de funcionários: o PT prova de novo seu próprio veneno
Se o governo atendesse reivindicações, gastaria 92 bilhões
Ricardo Setti - VEJA
Amigos, a presidente Dilma não está disposta a atender às reivindicações contidas na série de greves de funcionários públicos ora em curso.
Como todos nos lembramos, o PT passou sua vida inteira, quando oposição, infernizando, por meio de sindicatos de funcionários ligados ao partido, diferentes governos federais, estaduais e municipais com reivindicações sempre acima das possibilidades dos cofres públicos.
Só uma vez no poder, inicialmente em prefeituras, depois em governos estaduais e, finalmente, no Palácio do Planalto, o partido começou a ter alguma responsabilidade, ao provar do próprio veneno — a começar pelo ex-presidente sindicalista, sempre devidamente enquadrado por sua ajuizada equipe econômica.
Na atual onde greves de funcionários, e o governo Dilma sabe muito bem que atender a tudo o que se pede fará o país quebrar. Até aí, ótimo. A presidente parece que vai resistir. Resta saber se, uma vez mais, os dias parados continuarão a ser, como quase sempre ocorre, dias de férias para os grevistas, que cruzam os braços, deixam de atender a seus deveres e, depois, ainda embolsam salário sem ter trabalhado.
Leia abaixo texto do jornal Valor:
Se o governo atender todas as reivindicações de aumento salarial apresentadas pelos servidores civis e militares, a despesa anual da União com o pagamento de pessoal aumentará em R$ 92,2 bilhões, segundo cálculos do Ministério do Planejamento.
Do total, R$ 60 bilhões se referem às reivindicações dos servidores civis do Executivo. Os reajustes solicitados pelos militares e pelos funcionários do Judiciário, do Legislativo (incluindo o Tribunal de Contas da União) e do Ministério Público da União custarão R$ 32,3 bilhões.
O valor do acréscimo equivale a quase 50% do que será gasto com o pagamento do funcionalismo federal neste ano, de R$ 187,6 bilhões. Diversas categorias de servidores ameaçam fazer uma greve geral para obter o aumento pretendido. Alguns funcionários já estão parados, como é o caso dos professores universitários, e outros fazem “operação padrão”, como os auditores da Receita Federal e do Trabalho, entre outros.
Fontes do governo lembraram que quando a presidente Dilma Rousseff disse que não se pode “brincar à beira do precipício”, durante a solenidade de lançamento do PAC Equipamentos, na semana passada, ela deu a senha de como será o comportamento do governo ao lidar com aumento de gastos públicos.
A tendência no governo é fazer uma espécie de “intervenção cirúrgica” na questão, ou seja, só atender as reivindicações consideradas justas e prioritárias. Nessa estratégia, a definição do governo sobre a questão salarial seria deixada para o fim de agosto, quando a proposta orçamentária será enviada ao Congresso.
De acordo com informações prestadas pelos sindicatos dos servidores, estão em greve funcionários de 13 órgãos públicos, entre eles da Funasa, Banco Central, Fazenda e Dnit.
A “operação padrão” é feita por 15 categorias, como auditores da Receita Federal, delegados da Polícia Federal e funcionários da Advocacia-Geral da União.

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