segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Le trouble de la maîtresse d’armes 
Il diavolo sta nei dettagli
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Via nwds
"Há quem escolha a vida, e de que morte
a vida morra, e onde e quando quase;
há quem não tenha boa nem má fase
porque não liga: aceita a sua sorte.

Se a luz arder ou não arder, é tudo igual;
circula o sangue, se oxigena o cérebro,
e a mão escreve o que hão de comentar no féretro,
quer faça chuva então, ou faça sol.

O que se foi, se foi - o sol luzido
e o vento e o raio e o tronco ao meio dividido;
a vida é um quase nada, é quase um sopro: é barro
que, modelado ou não, é sujo e caro."
Érico Nogueira

Via supermybillyblue

GÓRECKI - SYNPHONY Nº3 (SORROWFUL SONGS - LENTO E LARGO)

lori-rocks:

steep ravine, marin county, california… by lorenzo
Steep Ravine, Marin County, California, by Lorenzo
Tatra Mountains, Poland by MartyKey
Tatra Mountains, Poland, by Marty Key
The house in the woods - Moliterno, Basilicata, Italy by GP Camera
The house in the woods - Moliterno, Basilicata, Italy by GP Camera
The Republic of South Korea (대한민국; 大韓民國; Daehan Minguk, “The Republic of Great Hán”) is located in East Asia in the southern part of the Korean Peninsula. Half of the country’s 50 mio people live in the metro area surrounding the capital Seoul, 2nd-largest in the world. Korea was inhabited as early as the Lower Paleolithic period. After the unification of the Three Kingdoms of Korea in 668, it enjoyed over a millennium of relative tranquility under dynasties lasting for centuries in which trade, culture, literature, science, and technology flourished. It was annexed by the Japanese Empire in 1910 and after its defeat in 1945, Korea was divided into Soviet and US zones of occupation, with the latter becoming the Republic of Korea in 1948. Although the UN passed a resolution declaring the Republic to be the only lawful government of Korea, a communist regime was soon set up in the North that invaded the South in 1950, leading to the Korean War that ended de facto in 1953. Between 1962 and 1994, South Korea’s economy grew at an average of 10% annually, fueled by annual export growth of 20%, in a period called the Miracle on the Han River that rapidly transformed it into a high-income advanced economy and the world’s 11th largest economy by 1995.
Today, South Korea is the 8th-largest country in international trade and a regional power with the world’s 10th-largest defence budget. South Korea is a developed country ranked 15th in the Human Development Index, the highest in East Asia. In terms of average wage, it has Asia’s highest income and the world’s 10th highest income. It is the best performing OECD country in student skills - 64% of 25-34 year old South Koreans hold a tertiary education degree, the highest in the OECD. South Korea has the world’s fastest Internet connection speed and is second in smartphone penetration. 
South Korea
Por que as mulheres indianas não estão trabalhando?
Normas de gênero ultrapassadas estão atrasando as mulheres no mundo do trabalho e a economia do país
Rohini Pande e Charity Troyer Moore - TINYT
Sanjeev Gupta/Efe
Mulheres trabalham em área de construção em Bophal, na ÍndiaMulheres trabalham em área de construção em Bophal, na Índia
Normalmente, o crescimento econômico nos países de baixa e média renda gera mais postos de trabalho para as mulheres. Mas enquanto a economia da Índia teve um crescimento médio de 7% entre 2004 e 2011, a participação das mulheres na força de trabalho caiu sete pontos percentuais, de 31% para 24%. Apesar do aumento da escolaridade das mulheres e da redução da natalidade, a Organização Internacional do Trabalho em 2013 classificou a Índia em 11º lugar, de baixo para cima, em termos de participação feminina no mercado de trabalho.
A pesquisa mostra por quê isso é importante: o trabalho, e o controle de bens que ele possibilita, reduz as taxas de violência doméstica e aumenta a tomada de decisão das mulheres no ambiente doméstico. E uma economia na qual todos os cidadãos capazes podem entrar na força de trabalho é mais eficiente e cresce mais rápido.
Para o governo da Índia manter o progresso do país próximo daquele dos países de renda média, ele precisa entender por quê a participação das mulheres no mercado de trabalho está caindo, e desenvolver uma resposta política eficaz.
Dados mostram um quadro complexo e enigmático: as mulheres estão crescendo em nível de escolaridade, mas, ao mesmo tempo, os efeitos positivos normalmente associados ao ensino superior no mercado de trabalho estão diminuindo.
Não é que as mulheres não queiram trabalhar. Nossa análise dos dados da última pesquisa sobre trabalho da Índia mostra que mais de um terço das mulheres que se dedicam principalmente ao trabalho doméstico dizem que gostariam de ter um emprego, e esse número chega perto da metade das mulheres com maior escolaridade na Índia rural.
Grande parte do motivo para elas não trabalharem parece ser a persistência das normas de gênero tradicionais da Índia, que buscam garantir a "pureza" das mulheres, protegendo-as de outros homens que não sejam seus maridos, e restringindo sua movimentação fora de casa.
O trabalho assalariado em casa ou o empreendedorismo, mesmo quando ele existe, raramente transformam e libertam o trabalhador. Em nosso trabalho com mulheres jovens que participaram de programas de formação profissional na Índia rural, temos visto homens que se recusam a permitir que suas filhas, esposas e noras saiam dos vilarejos para continuar o treinamento ou trabalhar.
Os professores desses programas, cuja remuneração depende dos resultados de emprego de seus alunos, relutam em trabalhar com mulheres que têm mais chances de recusar empregos. Na Índia urbana, os empregos são mais próximos em termos de localização geográfica, mas as mulheres não têm acesso às redes de contatos de trabalho tradicionalmente dominadas pelos homens.
Assim, as mulheres muitas vezes acabam em cargos com menor salário e responsabilidade do que suas habilidades permitiriam – o que, por sua vez, torna menos provável que elas resolvam trabalhar, especialmente quando a renda familiar cresce e elas não precisam trabalhar para sobreviver.
Esse quadro pode parecer assustador. No entanto, normas aparentemente imutáveis podem ruir quando os mercados de trabalho começarem a valorizar o trabalho das mulheres de forma adequada.
A indústria do vestuário no vizinho Bangladesh responde por mais de 75% das receitas nacionais de exportação e, surpreendentemente, quase 80% dos quatro milhões de funcionários do setor de vestuário de Bangladesh são mulheres.
O crescimento explosivo do setor durante os últimos 30 anos causou um aumento em grande escala da participação das mulheres no mercado de trabalho. Ele também atrasou idade de casamento e fez com que os pais passassem a investir mais na educação das filhas. Essas mudanças, por sua vez, muito provavelmente reforçaram o forte histórico de crescimento de Bangladesh no setor do vestuário.
Na Índia, nos sectores profissionais de maior expansão, e onde as condições de trabalho são claramente boas, as mulheres têm ido muito bem. Um exemplo é o setor de serviços financeiros: embora apenas uma em cada dez empresas indianas sejam lideradas por mulheres, mais da metade delas estão no setor financeiro. Hoje, o principal banco privado e o principal banco público da Índia são ambos chefiados por mulheres.
Outro exemplo é o setor de aviação da Índia, que desde o início se posicionou como uma profissão favorável às mulheres. Hoje, 11,7% dos 5.100 pilotos da Índia são mulheres, contra 3% no mundo.
Esses sucessos, contudo, representam alguns poucos milhares de mulheres num país de centenas de milhões. A Índia precisa de políticas que criem uma demanda rápida e generalizada pelo trabalho das mulheres, semelhante ao que aconteceu em Bangladesh.
Na ausência de um setor industrial em rápido crescimento que crie postos de trabalho para as mulheres, a resposta para a Índia pode estar em aumentar as quotas de gênero no mercado de trabalho.
A Índia já usou essas quotas com sucesso nas eleições locais. Pesquisas mostram que em locais com quotas, mais mulheres disputaram e conquistaram cargos públicos, mesmo depois de as quotas deixaram de existir. As quotas aumentaram as aspirações das famílias para suas filhas, e as aspirações das mulheres para si mesmas.
O aumento do número de líderes mulheres também gerou melhores resultados para as mulheres em geral: mais fundos foram gastos em bens e serviços públicos que beneficiam as mulheres, e as mulheres agora estão denunciando mais atos de violência. A economia também se beneficiou à medida que mais mulheres tomaram empréstimos empresariais nos vilarejos que tinham a quota.
A outra grande experiência da Índia com cotas de gênero, que começou na década de 1980, foi com professoras nas escolas. Mais uma vez, usando dados das pesquisas de trabalho da Índia, descobrimos que a educação é o setor que mais emprega mulheres nas áreas urbanas e o segundo, depois da agricultura, nas áreas rurais.
Implementar, e avaliar com rigor, as quotas em outros setores acessíveis a mulheres jovens com boa escolaridade e que lhes ofereçam uma carreira atraente em um ambiente de trabalho seguro é um passo promissor.
Além disso, para garantir que a oferta de mulheres capacitadas atenda à nova demanda, o estabelecimento de quotas deve se apoiar em programas de formação e colocação profissional seguros e eficazes.
O discurso do primeiro-ministro Narendra Modi no Dia da Independência no ano passado enfatizou a necessidade de transformar as normas de gênero na Índia. Pouca coisa, entretanto, mudou desde então.
O que é necessário é óbvio: Modi e seus assessores deveriam fazer um uso mais amplo dos instrumentos políticos já disponíveis, incluindo de quotas e treinamento, para garantir que todas as mulheres da Índia tenham a oportunidade de ter um trabalho gratificante – um trabalho que permita que elas determinem o rumo de suas próprias vidas, o de suas famílias e o de seu país.
Avó deixa menino preso em ponto de ônibus na Índia para ir trabalhar
20.mai.2014 - Um menino de nove anos passava as tardes preso a um ponto de ônibus na cidade de Mumbai, na Índia. Lakhan Kale não pode ouvir, nem falar e sofre de paralisia cerebral e epilepsia. A avó do menino, Sakhubai Kale, 66, decidiu deixá-lo preso em uma tentativa de mantê-lo seguro, enquanto ela trabalhava como vendedora de flores e guirlandas. Segundo a avó, o menino frequentava uma escola específica que parou de atendê-lo. Após a publicação das imagens, entidades de assistência a crianças colocaram Lakhan sob os cuidados de uma instituição governamental, onde a avó poderá visitá-lo - Punit Parajpe/AFP
Seca faz vinicultores da Califórnia refletirem sobre atividade
Eric Asimov - NYT
Jim Wilson/The New York Times
Vinícola em Templeton, na Califórnia; seca afetou atividadeVinícola em Templeton, na Califórnia; seca afetou atividade
No rústico Smith-Madrone Vineyards, no alto de Spring Mountain, ninguém tem pensado sobre a seca que absorveu boa parte das conversas sobre a Califórnia este ano.
Em vez disso, as preocupações têm girado em torno do período quente anormal de janeiro e fevereiro, que fez com que a temporada de crescimento começasse mais cedo este ano. Então veio uma onda de frio em maio, que fez com que muitos produtores perdessem 40% a 50% de sua safra. Em seguida, um julho mais frio do que o esperado, e, na maior parte do Vale do Napa, uma colheita precoce em agosto.
"Tem sido um ano bizarro", disse Stuart Smith, que, junto com seu irmão, Charles, já viu muitos extremos climáticos em seus 44 anos de cultivo de uvas e produção de vinho em Smith-Madrone. Agora ele está preocupado principalmente com os incêndios florestais.
A seca pode ter transformado toda a Califórnia em um deserto impiedoso na imaginação popular, mas visitar as regiões de vinhos finos de todo o estado em julho passado serviu para pintar um retrato com mais nuances.
Do vale de Santa Ynez, no condado de Santa Barbara, a El Dorado em Sierra Foothills, ao Vale do Napa e o litoral de Sonoma, a seca, agora em seu quarto ano, tem afetado cada área de maneira diferente. Algumas regiões foram duramente atingidas, como Paso Robles na costa central e o Vale Central, fonte de grande parte das uvas usadas nos vinhos baratos. Mas outras regiões, como a Costa Norte, estão indo bem.
Embora algumas propriedades isoladas possam sentir os problemas da seca intensamente, o setor de vinho de Califórnia continuou prosperando durante o período.
Em todo o Estado, no entanto, a seca provocou um exame de consciência no setor, mesmo em lugares como Smith-Madrone, à medida que as vinícolas repensam a forma como usam a água e o jeito de fazer negócios. E em todos os lugares, a esperança fervorosa é de que o periódico sistema meteorológico oceânico El Niño traga chuvas este inverno para renovar os reservatórios de água do Oeste.
"Estou com todos os dedos cruzados", disse Charlie Hossom, diretor de operações vinícolas da Delicato Family Vineyards, que cultiva os 2.800 hectares da vinícola de San Bernabe perto de King City, no condado de Monterey, vendendo uvas para produtores grandes e pequenos, bem como usando-as nos vinhos da Delicato.
San Bernabe é um dos maiores vinhedos do mundo, uma extensão de terra vasta e plana, com a sua própria pista de pouso e 22 km de canais de irrigação na terra, escavados quando a água era abundante. Mas os dois reservatórios que servem a região, o lago Nacimiento e o lago San Antonio, estão com o nível de água perigosamente baixo.
No San Bernabe, que apesar de seu tamanho segue um rigoroso programa de agricultura sustentável, nenhuma decisão pode ser tomada sem pesar as consequências para o abastecimento de água.
Por causa da seca, a Delicato está cobrindo os 22 km de canais com tecido para evitar que a água seja absorvida pelo solo. Eles tiveram de tomar outras medidas incomuns, como escolher qual das 20 variedades de uvas são as mais importantes e se concentrar apenas nelas. Eles também tiraram o seguro agrícola sobre o restante e estão apostando na sorte.
Num esforço mais amplo, a Delicato começou a estudar como tornar sua irrigação mais eficiente. Usando uma combinação de sondas de umidade do solo e câmeras infravermelhas levadas por drones, ela está mapeando uma faixa de 80 hectares do vinhedo, quase videira por videira, para verificar a capacidade de retenção de água do solo.
É uma mudança drástica se comparada à ineficiência da década de 1970, quando San Bernabe era irrigada com jatos de água, e até mesmo comparada a métodos mais modernos, como a irrigação por gotejamento.
"Se você olhar para o solo em torno de cada videira como se fosse um tanque de gasolina, o mapeamento permite avaliarmos o tamanho dos tanques de gasolina em toda plantação", disse Hossom. "Podemos administrar a irrigação para manter os tanques pequenos mais cheios, e as áreas com tanques maiores ficarão bem."
A administração dos recursos hídricos não vai ajudar muito em AmByth Estate, a leste de Templeton, uma pequena cidade ao sul de Paso Robles na Auto-Estrada 101. Lá, os 6 hectares de videiras em encostas íngremes são marrons por causa do sol e ressequidos pela seca.
A AmByth, como um número crescente de produtores de vinho da Califórnia, está ideologicamente comprometida com o "dry-farming" [algo como "cultivo seco"], ou o cultivo de uvas sem irrigação, que obriga as raízes das videiras a cavarem fundo em busca de água no solo.
É bem diferente da prática convencional da Califórnia, mas Phillip Hart – que, com sua família, faz vinhos requintados e expressivos na AmByth – acredita que o cultivo seco melhora a qualidade das uvas.
Na sua terra em Paso Robles, no entanto, o depósito de água subterrânea está quase seco. As videiras mais velhas, com sistemas radiculares profundos o suficiente para absorver um pouco de umidade, estão sobrevivendo. As mais jovens não estão tão bem. Em 2014, a AmByth colheu menos de um terço da quantidade de uvas de 2010, o último ano considerado normal antes da seca começar.
"Estamos no nível das águas subterrâneas pré-históricas", disse Gelert Hart, filho de Hart, que faz a maior parte do trabalho agrícola na propriedade. "É o último restinho."
Embora a agricultura em geral tenha sido retratada como o setor mais sedento da Califórnia, absorvendo uma alta porcentagem dos recursos escassos, as videiras não estão entre os principais culpados. Elas são sobreviventes tenazes, geneticamente programados para crescer onde outras plantas não conseguem.
A geografia também determina o destino, na região de Paso Robles, onde o vinhedo Tablas Creek Vineyard, a cerca de 32 km a noroeste de AmByth Estate, não teve nem de longe tantos problemas de água. Como AmByth, Tablas Creek pratica amplamente o cultivo seco em seus 42 hectares de vinhas. Como a parte ocidental de Paso Robles recebe muito mais chuva do que o leste, as vinhas conseguem prosperar. Embora as chuvas de inverno tenham sido de metade dos 711 mm normais desde que a seca começou em 2012, foram suficientes para repor o depósito de água subterrânea.
"O vinhedo parece ótimo, especialmente os trechos sem irrigação", disse Jason Haas, sócio e gerente geral de Tablas Creek. "Aqueles que dependem da água que cai do céu estão em melhor forma do que aqueles que dependem de bombeamento do solo ou da água que escorre da Sierra." Mesmo assim, Tablas Creek conserva aonde pode, usando urinóis Sloan, sem água, no banheiro dos homens em sua adega que funciona com energia solar.
A combinação do cultivo seca com a viticultura biodinâmica, diz Haas, produziu uvas melhores e vinhos melhores.
"Todo mundo fala sobre os aspectos negativos da seca, mas estes três anos foram os melhores da nossa história", disse Haas sobre a vinícola, cujo plantio começou em 1994. "Você fica sob estresse e é obrigado a prestar atenção a suas videiras, linha por linha, videira por videira."
Tradução: Eloise De Vylder
Seca na Califórnia é a pior em mais de um século
Pedalinhos no lago Huntington em High Sierra, na Califórnia. Os reguladores aprovaram as primeiras regras em todo o Estado para o licenciamento de projetos de dessalinização da água do mar Lucy Nicholson/Reuters
De Jesus podemos fazer piadas, né?
Quem defende o respeito a símbolos islâmicos deveria ser a favor de qualquer lei que proíba piadas feitas com Jesus
Luiz Felipe Pondé - FSP
Tem muita gente com medo dos evangélicos. Acho que deve ser trauma de infância. Talvez essa gente tenha sofrido na escola bullying de algum evangélico mais forte ou de alguma evangélica mais bonita.
A tentativa de criar uma lei multando quem fizesse piada com ícones religiosos (leia-se Jesus) deixou os inteligentinhos com medinho.
O assunto é sério. Primeiro, deixo claro que sou contra essa lei. E mais: sou contra toda e qualquer forma de proibição sobre o humor. Mas aqui é que a coisa pega. Os inteligentinhos só defendem a liberdade de expressão no que interessa a eles. Por isso, quando reclamam contra essa lei absurda, soa "fake". Vou explicar o porquê de soar "fake".
Óbvio: a falha nos inteligentinhos não é intelectual, mas ética. Sócrates já nos ensinou que o problema do conhecimento é, antes de tudo, ético. Para ele, saber é descobrir a própria ignorância. Quanto mais sei, mas sei que nada sei. É a atitude ética que define o sujeito do conhecimento na maiêutica socrática. Mas voltemos a coisas mais mundanas.
Lembremos o que muitos inteligentinhos corretinhos falaram quando aconteceu a tragédia do jornal francês "Charlie Hebdo" em janeiro.
Na época, os bonitinhos disseram coisas como: os cartunistas não respeitaram "o outro". Adoro excepcionalmente essa coisa do "outro". Disseram também coisas como: só se pode fazer piadas com opressores. Ao longo dos anos fui percebendo que uma das maiores falhas de caráter hoje em dia, no que se refere ao debate público, é gente que sempre coloca essa coisa de "oprimidos x opressores" quando vai analisar o mundo. Gente séria não usa isso como argumento. Em 200 anos rirão desse argumento. Outros disseram que a função da mídia é proporcionar a vida harmoniosa entre as diferentes culturas.
Mas, se isso for a missão da mídia (eu não concordo, acho essa ideia uma forma de censura sem vergonha travestida de bom mocismo), então por que proibir piadas com Jesus estaria errado? Por que não se deve "provocar" os muçulmanos, mas pode-se "provocar" os cristãos?
Quer dizer que piadas com Jesus tá valendo, mas com o profeta não? Claro, o cristianismo é o "opressor" e blablablá. Eis a evidência máxima da incoerência de quem critica piadas com o islamismo, mas acha que tudo bem piadas com o cristianismo.
Minha hipótese é mais embaixo: bonitinhos são normalmente medrosos e, por isso, têm medo (com uma certa razão) do islamismo, porque essa moçada não vota no PSOL e não "cobra multa" para quem ofender o profeta.
Há mais um problema a ser analisado nesse assunto. Há anos, inclusive entre nós no Brasil, criou-se a moda de processar humoristas e proibir piadas com X e Y (não vou citar grupos porque a maré não está para peixe).
Os evangélicos apenas estão aprendendo a se mover no mundinho da censura travestida de "direitos" e "dignidades". Perceberam que há uma tendência puritana no mundo e estão querendo pegar carona no papinho dos "direitos a dignidade".
Quem é contra piadas com X e Y ou quem acha que devemos respeitar os ícones islâmicos não tem moral para se posicionar contra qualquer tentativa de proibir piadas com Jesus. Pelo contrário, deveria ser completamente a favor de qualquer lei que proíba piadas com Jesus.
Mas aqui surge a última questão: o fato é que os bonitinhos acham legal falar mal do cristianismo porque se movem por meio de argumentos do tipo "piadas só com os opressores", e, com isso, garantem seu mercado particular de piadas, mas complica o mercado dos outros.
"Follow the money" sempre é uma boa ideia para descobrir motivações escondidas. Principalmente quando tratamos com gente que trabalha "contra a opressão".
Preste atenção numa coisa: quando alguém disser que faz alguma coisa por alguma razão superior a dinheiro, saiba que ela faz o que faz, antes de tudo, por dinheiro. Mesmo que seja apenas para evitar que você ganhe dinheiro.
Acho uma lástima que a arte, a filosofia e as ciências humanas resolveram "construir um mundo melhor". A hipocrisia, então, se oferece como virtude. Todos perdemos. 
A culpa da oposição – e o quanto Lula e CPMF são “necessários” no país das “excepcionalidades”
analizando-o-bico-do-tucano-imSegundo o senador, acompanhamos o suplício de um “governo acéfalo, em estado catatônico, capaz de anular qualquer um que se disponha a mudar os rumos da política” e, seguramente, “com Dilma, o único cenário possível é o desastre”. Ele se pergunta, já sabendo a resposta de antemão, se vale a pena, como alguns oposicionistas parecem crer, e outros tantos já até assim se manifestaram, “prolongar essa sangria por mais três anos” e “sustentar uma presidente sem legitimidade, completamente desconectada da população, sem a confiança do mercado” – acrescentamos: o nacional e o internacional – “e incapaz de propor mudanças que corrigiriam seus próprios erros”. Uma presidente cujo governo foi alvo de “três protestos nacionais em menos de seis meses”. Um governo que motiva a presença da palavra “recessão” em letras garrafais na capa de O Globo do mesmo dia, como síntese do que sinalizam os indicadores econômicos. Um governo com “recorde histórico dos índices de reprovação” e que convive com a revelação de um escândalo abrangente de corrupção via Lava Jato que, se contava com a participação de outros políticos e outros partidos, nitidamente resulta de um esquema de poder coordenado e orquestrado pela legenda que conduz os rumos presidenciais brasileiros há mais de uma década, atendendo diretamente à sua manutenção. Um governo contra o qual, para completar, há fundamentos materiais e jurídicos para comprovar o “uso de propinas do Petrolão na campanha eleitoral”, levando à cassação da presidente pelo TSE, e o “descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Diagnóstico que resuma melhor a situação da política federal hoje, eu não encontrei ainda. Está tudo aí, sem tirar nem pôr. Ao contrário de outras análises vagas, porém, Caiado teve o mérito de não parar por aí. Ele lembra que “a oposição não conseguiu encontrar um caminho único em resposta à população” e “a incongruência dos líderes que deveriam capitanear esse momento se revelou temerária”, tendo alguns, “momentaneamente”, retrocedido à “cautela” de “manter Dilma”. O clamor popular e a degradação da sanidade financeira mínima do país não foram suficientes para motivar os líderes oposicionistas – leiam-se, principalmente, os tucanos, membros do maior partido de oposição -, tal como parece ter intentado Fernando Henrique, a alinhar o discurso com estridência e entusiasmo em favor da única saída possível. A oposição segue tentando ser estritamente “técnica”, fria, não entra em sintonia com os anseios do povo. Permanece uma força mecânica, distante e tímida, que não consegue acompanhar o desejo dos eleitores que lhe dão cargos pela pura e simples carência de alternativas genuínas.  Os noticiários se empesteiam de referências aos interesses particulares dos caciques do PSDB, que seguiriam prejudicando um entendimento em favor do país.
Uma má notícia para esses senhores, que Caiado apenas introduz, com a sutileza que talvez lhe seja possível na posição em que se encontra: não se consegue um impeachment assim – e, se ele é a via que mais dependeria de uma atitude da oposição político-partidária, é em torno dele que nossos senadores e deputados antipetistas deveriam se unir. Deveriam, no mínimo, dissertar abertamente sobre o propósito, conclamar o povo. Mas não; engomadinhos e artificiais, têm profundo “medinho” de serem vistos como “irresponsáveis”, “foras-da-lei”, por explorarem os próprios argumentos e embasamentos de maneira mais pró-ativa e implacável. Serem vistos assim, diga-se de passagem, por quem, quando na oposição, não teve, nem de longe, o mesmo comedimento. Senhores, esse suposto “comedimento” é, agora, uma traição. Os tucanos acabarão cavando a própria cova política, enterrando o último til de paciência daqueles que se veem forçados a apostar em sua social democracia acovardada e frouxa para conter a tirania bolivariana e cleptocrática do lulopetismo. Infelizmente, se persistirem em optar por esse caminho, enterrarão também, por uns bons anos, as esperanças dos brasileiros por dias melhores.
O ex-presidente Lula, que, por suas atitudes, segue se autoproclamando monarca emérito do Brasil, também chamou novamente a atenção no fim de semana. Primeiro, pelo boneco do Lula inflado, o novo ídolo de uma nação, que foi furado por uma jovem petista ao ser exibido em São Paulo. Bobagem. O boneco é imortal. Ele haverá de, para usar expressões bíblicas, “ressuscitar no terceiro dia” e, ao fim das contas, ainda “crescer e multiplicar”, para horror dos marqueteiros petistas. Segundo, pela matéria da Revista Época, uma denúncia urgente que se baseia em documentos de inquéritos do Ministério Público sobre irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES para a construção do porto de Mariel, e a participação de Lula no processo, investigado por “tráfico de influência”. A revista mostra que certas flexibilizações questionáveis na concessão dos recursos foram chamadas de “excepcionalidades”. Parece que é nisso que vivemos: um país de “excepcionalidades”.
Também, ao ser citado pelo delator Alberto Youssef, Lula foi acusado de conhecer todo o esquema de corrupção, assim como Dilma. O que está faltando para que sejam atendidos os pedidos do deputado Onyx Lorenzoni – assim como Caiado, também do DEM, mas do Rio Grande do Sul – para que o “Brahma” seja convocado a depor na CPI? Em vez disso, por ora, o que temos é que Lula insiste em demonstrar uma prepotência bravateira e um vigor que a oposição, que teria todos os motivos, como vimos, para demonstrar força, não reproduz, em seu aspecto vantajoso. Disse, em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que, “se for necessário”, concorrerá novamente à presidência em 2018.
Lula na presidência novamente é tão necessário quanto a volta da CPMF, que sua cria Dilma tentou emplacar sem sucesso. Quando o país derrete pelos excessos de um Estado inchado, o governo oferece como saída recriar um antigo imposto e aumentar ainda mais a força do Estado para cima dos bolsos da população. Inútil, tresloucado e destrutivo para o país. Tal como o projeto Lula 2018.
Lula, você não é necessário. Obrigado. Fique em casa. Ou se entendendo com a Justiça. Precisa-se desesperadamente de oposição. Não de você.
Esquerda: não deu certo… mas agora vai!
Flavio Morgenstern - IL
No famoso episódio d’Os Simpsons em que a família vem ao Brasil pela primeira vez (aquele que fez o Secretário do Turismo da cidade do Rio de Janeiro resolver ameaçar a Fox porque o desenho satirizava o Brasil naquele episódio, enquanto satiriza alegremente a própria sociedade americana em todos os outros), antes de toda a barafunda que envolve o Brasil, Homer Simpson tenta conseguir sinal gratuito de TV a cabo mexendo nos fios elétricos de um poste.
simpsonHomer, profeticamente, começa tentando ligar o cabo no plug vermelho. E toma um choque. Tenta então no verde. Toma outro choque. E inicia individualmente o percurso social iniciado no século XX: “Vamos tentar o vermelho de novo!!” Desnecessário dizer que é seguido por um novo choque. Então tenta ligar o vermelho e o verde ao mesmo tempo. E lá se vai mais um choque.
Esta experiência, que deixaria B. F. Skinner e seu behaviorismo de cabelos em pé (aquela teoria psicológica de dar choques em ratinhos no labirinto para ensiná-los um comportamento na base dos reforçamentos positivo e negativo), é exatamente o que fez a humanidade no “curto século dos extremos”, no dizer do stalinista Eric Hobsbawm.
O mundo ocidental conheceu o socialismo pelas experiências fracassadas de Robert Owen, de Saint-Simon (de quem Auguste Comte, tão influente nas Forças Armadas brasileiras, foi secretário), da utopia natureba de Rousseau.
Era apenas uma bizarra e malfadada prática de aplicação de poder em pequena escala – algo como uma São Tomé das Letras que queria ser o Vale do Silício.
Vamos testar o vermelho?
Quem surge para criar uma vasta teoria para propor o socialismo, crendo ser o capitalismo um jogo de soma-zero, é Karl Marx, cujo primeiro grande aplicador foi Lenin, na Revolução Russa. Um evento de tamanho porte estremeceu não a Rússia, mas o mundo (já sacudido em seus pilares pela sanguinolenta Revolução Francesa).
O resultado é conhecido, ou ao menos foi conhecido no Ocidente a partir da queda do Muro de Berlim, 80 anos depois: o Gulag, os expurgos, os fuzilamentos, famílias destruídas, reeducação “cidadã” que chegou a dar choques em bebês, imprensa oficial censora e mentirosa, miséria, fome, mais de 100 milhões de mortes em menos de 80 anos. Em suma, a pior forma de totalitarismo até então inventada. E algo que faz os nazistas parecerem a seleção Dentinho de Leite dos genocidas.
Entretanto, toda vez que a esquerda precisa apresentar seu apelo perante aqueles de quem precisa de voto, dizendo-se defensora (os primeiros que serão futuramente por ela oprimidos), esta esquerda é a primeira a pintar a história com as cores do revisionismo. “Aquilo não foi socialismo”, talvez tenha sido até mesmo capitalismo (!), Stalin era de direita, o verdadeiro socialismo é uma maravilha e ainda está por vir.
Vamos agora testar o vermelho.
Claramente, este é o discurso feito para uma plateia avessa ao totalitarismo genocida. Entre os seus, quando não é preciso convencer seres humanos “de fora”, a esquerda inverte a jogada, e defende as supostas “maravilhas” do socialismo (como a superstição de que Cuba tem altíssimos índices educacionais e de saúde, embora os Mais Médicos, no Brasil, tenham acabado com a fábula da “medicina cubana que cura até câncer”), afirma que é preciso uma revolução bolivariana, que Stalin não foi tão ruim assim, ou menospreza e fala em tom de deboche (ou de perigo) que haja algo como “uma tendência anti-comunista” no Brasil – ridicularizando-se a “paranoia” e o “discurso de ódio” de “Rottweillers” que criticam o socialismo, ou veem algo de socialismo no PT pregando socialismo ou financiando ditaduras socialistas.
Este duplipensar (no linguajar de Orwell, um dos primeiros a estudar a linguagem totalitária da esquerda – e ele próprio um socialista), que poderíamos chamar de “dialético”, é a raiz do caótico abismo entre discurso e realidade política e factual, hoje.
Já é esboçado no próprio termo fantasioso de Marx, o “socialismo científico”, por nada ter de científico, ser a maior das “ideologias” que tanto critica, e que justamente o “socialismo utópico” anterior a ele ser uma aplicação, enquanto o seu é uma teoria assassina que, sempre que sai do hagiográfico e virginal reino das ideias, transforma-se misteriosamente em catástrofe.
Vamos testar o vermelho.
Mas é ainda piorado pela retórica propagandística do socialismo. Afinal, o chamado “socialismo científico” acabou sendo bem pouco científico na prática.
Assim, se não deu certo e gerou a ditadura de Lenin e Stalin, foi porque foi “traído”. Ou não era o verdadeiro socialismo – o verdadeiro socialismo ainda estava por vir.
Vamos testar o vermelho de novo.
Mas tivemos a experiência também na China… e o saldo de mortes passou de cerca de 30 milhões para mais de 60 milhões. Então, novamente, o socialismo científico, aquela teoria que, sem falhas, explica e propõe uma sociedade justa e perfeita, foi misteriosamente traída mais uma vez.
Qual plug nos resta? Vamos testar novamente o vermelho.
E então a teoria foi surrupiada e traída – logo a teoria perfeita, aquela que nos livraria do odioso capitalismo, este sistema tão ruim que nos serve, produz para as massas, enriquece os pobres e em que o cliente tem sempre razão – novamente na Iugoslávia. E na Polônia. E na Romênia. E em Cuba. E na Coréia do Norte. E no Azerbaijão. E no Camboja. E na Alemanha Oriental. E no Paquistão. E em Zimbábue. E no Laos. E em Uganda. E na Ucrânia. E na Venezuela. E na Tchecoslováquia.
Sempre traída, a pobre teoria perfeita, tão perfeitamente excelente na virgindade de contato com a realidade.
Restou, ao menos, o ódio contra o que dá certo – e a riqueza do capitalismo (ignorando-se que ela não surge por exploração, e sim porque estes ricos de agora eram pobres antes do capitalismo). Não é por coincidência que todo o argumento da esquerda brasileira, por exemplo, tenha se resumido a chamar o interlocutor de “coxinha”.
Vamos testar o vermelho mais uma vez!
Aliado a tal repetição de um discurso pronto e da negação da realidade mais inescapável, resta sempre o expediente de classificar que qualquer forma de esquerda no poder, por ser ruim, se tornou “de direita”, ou não-esquerda.
Assim, o nacional-socialismo passa a ser considerado “extrema-direita” (e o apelido pegou, como se algum nazista alguma vez tivesse se auto-declarado direitista), a União Soviética passa a ser chamada “capitalista de Estado” (como se isso significasse alguma coisa), nenhuma esquerda é verdadeiramente de esquerda, o PT é de direita e por aí vai.
A característica que une todas as esquerdas que deram certo é serem inexistentes.
É claro que, entre os esquerdistas, continua o horror a quem tenha uma “retórica reacionária” que não goste de comunistas, mas nunca isto é defendido em público.
Mesmo assim, vamos testar o vermelho dessa vez?
No Brasil, o discurso pronto pode ser resumido em meia dúzia de chistes que formam esquerdistas profissionais saindo de fábrica em linhas de produção fordistas.
A miséria cubana é culpa do embargo americano, mesmo que isto seja, ehrr, admitir que o livre mercado enriquece os pobres.
A Rede Globo é “golpista”, mesmo que chegue ao disparate de cobrir as imensas janelas de seu prédio em São Paulo, que dá para a ponte Estaiada, onde se realizava um protesto com o boneco “Lula Inflado” na ponte, apenas para (wait for it) um telejornal esconder uma notícia na janela dos âncoras, pela primeira vez na história deste país desde que ele virou a Coréia do Norte.
E a educação brasileira, dominada de cima abaixo por Paulo Freire e pelo socio-construtivismo, que nos legou os últimos lugares nos testes internacionais aos quais nossos alunos são submetidos, é considerada “muito pouco de esquerda”, e cada nova reforma educacional propõe… estudar Paulo Freire, porque dessa vez vai. Vamos testar o vermelho agora?
O expediente é sempre afirmar que nossa educação é ruim porque não é de esquerda o suficiente. De novo. E de novo. Afinal, ninguém ainda conhece Paulo Freire no Brasil, mesmo que toda discussão sobre educação seja citando Paulo Freire de cima abaixo. Afirma-se até que a educação é… direitista, como se na escola aprendêssemos que o Partido Republicano americano soube acabar guerras geradas pela esquerda (fato), que acabou com a escravidão (fato), que a esquerda começou com o terrorismo antes de a ditadura militar se instaurar (fato), que o socialismo matou ainda mais do que o nazismo (fato), que Auschwitz foi baseado no Gulag (fato) etc etc.
Isto se dá porque a retórica da esquerda é se fazer de vítima. E quanto mais a esquerda ganha poder (tanto poder estatal quanto poder cultural), mais pode se fazer de vítima, e afirmar que está sendo dominada por uma misteriosa direita inexistente.
Quanto mais nossa educação é paulofreireana, mais sentimos falta de uma “educação cidadã” que algum dia virá e nos tornará uma potência.
Quanto mais o PT está no poder, nas estatais, no jornalismo, na educação, dominando as notícias (e sua manipulação), mais se faz um discurso de vitimismo em que todo o país é “golpista”. Quanto mais esquerdistas na Rede Globo, fabricando polêmicas e nos legando deputados de extrema-esquerda e atores que fazem propaganda do PT, mais se afirma que a Rede Globo é tucana e defende a ditadura.
Quanto mais as faculdades de Humanas só produzem politicagem, micareta psolista e alunos ricaços votando na extrema-esquerda, mais se considera que as salas “reproduzem as desigualdades da sociedade”, que a educação é ruim porque não é de esquerda, que os pobres não se identificam com a Universidade (no que, por um lapsus linguæ, estão até corretos).
Por que é justamente este o canto das sereias da esquerda: de que são coitadinhos, e quanto mais poder tiverem, mais poderão dizer que são os vencidos, os oprimidos, o futuro glorioso que ainda não veio.
Mas vamos desta vez apertar o vermelho? Vai que agora finalmente fiquemos inteligentes e competiremos com Japão, Coréia do Sul (que era tão pobre quanto o Haiti antes de se tornar uma potência liberal), a Alemanha, o Canadá, a Austrália e, claro, a América com suas trocentas Universidades de ponta e prêmios Nobel?
Claro, nos primeiros lugares em qualquer ranking internacional de educação, apenas países que, por mera coincidência, são também os primeiros lugares nos rankings de liberdade econômica (ou seja, mais capitalistas, menos estatais) – incluindo aqueles do “Estado de Bem Estar Social” da Escandinávia – que são incrivelmente mais capitalistas do que o Brasil do “neoliberalismo”.
Mas, só por desencargo de consciência, vamos apertar o vermelho agora? Vai que dessa vez funciona.
Socialistas de Facebook: Não pode!
João Cesar de Melo - IL
facebookSempre que ouço um socialista defendendo a liberdade, lembro-me de todos os partidos que eles apoiam e também dos regimes que esses partidos defendem. Partindo de um princípio básico de coerência, creio que qualquer pessoa acharia um completo absurdo um vegetariano almoçar todos os dias numa churrascaria ou um defensor dos direitos dos animais usar sapatos feitos de couro de jacaré. Sendo assim, não seria incoerência uma pessoa que defende direta ou indiretamente regimes que restringem a liberdade de expressão se utilizar de uma ferramenta que potencializa essa liberdade?
Abaixo, enumero onze contextos que demonstram que o Facebook representa tudo o que o socialismo rejeita.
1° – O Facebook originou-se nos Estados Unidos, não noutro país, porque em nenhum a liberdade de expressão é mais respeitada. Qual governo da glorificada América Latina permitira que uma pessoa comum criasse uma rede social com sua própria política de privacidade, na qual os usuários pudessem falar o que quiser sobre qualquer assunto, criticar e ridicularizar políticos, formar grupos e organizar manifestações contra o governo? Nenhum. O Facebook atrai tantos usuários exatamente por oferecer a liberdade que regimes socialistas coíbem.
2° – Mark Zuckerberg e seus colegas de faculdade eram dignos representantes do que os socialistas chamam de “elite branca burguesa” − jovens alienados e pervertidos que criaram uma rede social visando promover a farra dos estudantes.
3° – Logo que sua rede foi expandida à outras universidades, Mark Zuckerberg despertou-se para a possibilidade de obter altos lucros e procurou investidores capitalistas que impulsionaram seu negócio até chegar à escala atual, com mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo. Sob a ótica marxista, Mark Zuckerberg contribui para acentuar a desigualdade social e econômica, já que ele se tornou mais um bilionário enquanto ainda existem pessoas passando fome no mundo.
4° – A falta de regulamentação estatal possibilitou o Facebook ser um importante vetor do liberalismo, com pessoas e empresas promovendo suas ideias, seus produtos, seus serviços e viabilizando negociações espontâneas livres da intromissão do governo. Ou seja: O Facebook é a mais escrachada apologia à liberdade econômica.
5° – O Facebook permite que cada pessoa selecione “amigos” em função de seus interesses e preconceitos particulares, o que, sob a ótica socialista, incita discriminações.
6° – O Facebook também permite que seus usuários selecionem livremente quais grupos e causas que lhes são mais interessantes, o que estimula a percepção de que não precisamos do Estado para nos dizer o que é bom e o que é ruim.
7° – Completando a apologia ao livre mercado, o Facebook permite que as pessoas punam as empresas que agem de forma discriminadora ou fraudulenta. Hoje, empresas temem muito mais uma publicação viralizada no Facebook do que processos abertos na justiça estatal. Ou seja: O Facebook incita as pessoas a rejeitar o Estado.
8° – Enquanto os socialistas cobram que a sabedoria estatal “democratize da mídia”, o que seria nada menos do que o desmantelamento dos grandes veículos de comunicação, esta gigantesca empresa capitalista chamada Facebook possibilita que qualquer cidadão do mundo seja um repórter, que qualquer pessoa desminta a grande imprensa e denuncie o governo. Graças ao Facebook, a opinião pública é cada vez mais formada pelo conjunto de publicações de pessoas comuns dispersas por toda a sociedade − mais uma vez, contrariando a ideia socialista de controle da imprensa para se proteger a sociedade de supostas manipulações.
9° – Para o desespero dos socialistas, as ações dos governos ao redor do mundo estão sendo cada vez mais pautadas pela opinião de cidadãos comuns a partir do termômetro do Facebook, reduzindo o movimento sindical ao ridículo.
10° – O Facebook comprova a eficiência de iniciativas privadas de solidariedade. Pessoas comuns, especialmente as de classe média de países capitalistas, sensibilizam a sociedade com muito mais facilidade do que governos. Por meio de simples publicações, conseguem chamar a atenção de milhões de pessoas ao redor do mundo sobre questões ambientais, humanitárias, políticas e econômicas numa escala muito maior do que os métodos socialistas de parar o trânsito, vandalizar a cidade e incitar a violência.
11° – Enquanto os socialistas insistem que o Estado deve ser o principal promotor da arte, o que acaba privilegiando os artistas “bem relacionados” e aqueles enquadrados num ou noutro grupo pré-identificado pelo governo − todos necessariamente vinculados à esquerda −, o Facebook possibilita que qualquer artista, independentemente de sua ideologia, religião, “raça” ou opção sexual divulgue seu trabalho, conquiste público e ganhe dinheiro.
12° – Lembrando que o Whatsapp pertence ao Facebook, foi o aplicativo, não regulações governamentais, que obrigaram as tradicionais empresas de telefonia a melhorar e baratear seus serviços, comprovando definitivamente que só a liberdade econômica qualifica as relações de mercado.
Contudo, socialistas dessa galáxia, creio que nada os impede de substituir o Facebook por uma rede desenvolvida e viabilizada por vocês mesmos. Uma nova a revolucionária ferramenta de interação social sem publicações fúteis, burguesas, machistas, nazistas, fascistas, racistas, opressoras ou neo-liberais, com grupos voltados exclusivamente para a construção do socialismo, com páginas voltadas apenas para a promoção e venda de produtos fabricados sem a exploração do trabalho. Anúncios de grandes corporações capitalistas seriam rejeitados. Publicações de mulheres e de pessoas negras, gays ou pobres seriam especialmente impulsionadas pelo Faceprole − Facebook do Proletariado −, para se reparar séculos de indiferença da classe burguesa.
Creio, inclusive, que vocês não terão dificuldades em conseguir verbas de governos para viabilizar essa nova rede. Prevejo até um lançamento simultâneo em Cuba, na Venezuela, na Bolívia, na Argentina e no Brasil, demonstrando para todo o mundo o poder e a independência da América Latina.
Façam! Talvez este seja o último e definitivo golpe contra capitalismo.
Areia movediça: bobagens e hipocrisia de Dilma e do PT
Bruno Kazuhiro - IL
areia-movedicaDurante a campanha eleitoral, Dilma Rousseff e os demais petistas atacaram os candidatos de oposição dizendo que reduzir o número de ministérios não seria um importante corte de gastos e uma aconselhável reforma administrativa, mas sim um “escândalo” causado por uma suposta “cegueira tecnocrática”. Meses depois, Dilma e seu Ministro do Planejamento anunciam uma grande ideia para ajudar o Brasil a superar a crise econômica e reorganizar sua gestão pública federal: reduzir o número de ministérios. Hipocrisia pura.
Mais tarde, ficamos sabendo que a redução de ministérios à moda petista não se traduz em corte de gastos significativo. Na verdade seria apenas um rearranjo organizacional que em nada ajudaria a situação fiscal e ainda geraria desgaste político com a já frágil base aliada governista. Mais uma bobagem da Super Dilma.
Dias depois, o governo começa a cogitar mais uma bobagem: recriar a CPMF. Aumentar impostos e colocar o cidadão para pagar a conta de sua incompetência e de sua má gestão parece ser a fórmula mágica da esquerda. Acontece que os brasileiros já estão sufocados pela carga tributária obscena e, além disso, mais taxação nas movimentações financeiras poderá ajudar a desaquecer ainda mais o mercado.
No fim das contas, Dilma Rousseff e o PT parecem estar em um pântano de areia movediça onde entraram voluntariamente. Quando mais se mexem, mais afundam, pelo fato de cada movimento representar mais uma medida errônea, hipócrita e mal calculada. Seria até cômico, se não fosse trágico. E trágico para todos nós.
"E a morte não irá se impor.
Não que ouçam mais gaivotas a gritar
Ou rebentando costa afora o mar
Mas onde já floriu se ora ao azar
Da chuva nem há flor, mesmo se for
Cinzas às cinzas tudo que eram, cada 
Feição deles aflora cinzelada
Ao sol enquanto houver sol numa flor,
E a morte não irá se impor."
Dylan Thomas

Via insidewarp
Magnificent cloud on the mediterranean , near the Amalfi, Italy by Haiwei Hu
Magnificent cloud on the mediterranean , near the Amalfi, Italy by Haiwei Hu
Crenças errôneas
O baixo crescimento econômico resulta de instituições deficientes, que em defesa de seus interesses reagem contra as necessárias reformas
Paulo Guedes - O Globo
Bastou ao governo escapar da asfixia política por um breve momento, e a conversa em Brasília volta a ser sobre o aumento dos impostos. É apenas mais um episódio de um fenômeno que se repete há décadas. Já deveríamos ter desconfiado de que há algo fundamentalmente errado em nossas práticas fiscais, pois o Brasil exibe o mais longo esforço anti-inflacionário da história universal.
Reforma fiscal (Foto: Arquivo Google)A falta de compromisso com o controle dos gastos públicos foi o calcanhar de aquiles de todos os nossos programas de estabilização. Esse descontrole acaba levando sempre ao aumento das taxas de juros e à elevação dos impostos, na tentativa de frear a aceleração inflacionária. O resultado a curto prazo é o aprofundamento da recessão pela queda da produção e do emprego. E a persistência de juros astronômicos e impostos excessivos desestimula investimentos e derruba nossa dinâmica de crescimento a longo prazo.
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A ininterrupta escalada dos gastos públicos como porcentagem do PIB é um problema estrutural herdado do antigo regime militar e agravado por sucessivos governos de uma obsoleta social-democracia, que lubrifica fisiológicas alianças com irresponsabilidade fiscal. Prisioneiros da armadilha do baixo crescimento, não percebemos que a estagflação na economia e a corrupção na política são as duas faces de um governo central hipertrofiado e disfuncional.
Em estudo recente, os economistas Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessoa confirmam essa explosiva trajetória dos gastos públicos em relação ao PIB e a perversa dinâmica embutida no regime fiscal. São legítimas as ampliações de gastos de uma democracia emergente em saúde, educação e previdência. É meritória a democratização dos orçamentos públicos com programas sociais de transferência de renda. Mas, após três décadas de redemocratização, sofremos ainda pelo despreparo a respeito das necessárias reformas que tornem sustentáveis as trajetórias desses gastos.
“Um requisito básico para escapar do baixo desempenho econômico é o claro entendimento de que se origina de instituições deficientes, que por sua vez resultam de crenças errôneas. A estrutura institucional existente é um poderoso obstáculo às mudanças, pois reage em defesa de interesses adquiridos”, adverte o prêmio Nobel Douglass North.
‘A hora da xepa’ e outras sete notas 
Carlos Brickmann - Blog do Augusto Nunes
Não importa o que os políticos, empresários e gente importante em geral nos digam: o que importa é a atitude que tomam. Podem dizer que a administração é excelenta, que a presidente é competenta, valenta, resistenta. Mas como agem?
1 – Por enquanto, 20% dos prefeitos do PT no Estado de São Paulo mudaram de partido. É a lei da vida: para sobreviver, acharam melhor sair do partido dela.
2 – Tente lembrar-se de algum governo, nos últimos 50 anos, que não tenha tido o apoio de Delfim Netto. Nesta era petista, ele esteve bem próximo de Lula, tanto que muitos o consideravam seu conselheiro. Delfim disse agora que Dilma, em 2014, destruiu deliberadamente a economia para conseguir a reeleição. É injusto: Dilma nem sabe o que faz na economia. Mas Delfim se afastou dela─- e bem quando Dilma busca o apoio empresarial, área em que Delfim é influente.
3 - O Banco Central divulgou nesta semana a taxa de juros do cartão de crédito: 395,3% ao ano. A taxa alta indica falta de confiança na economia. E os banqueiros são o único grupo de empresários que manifesta seu apoio a Dilma.
4 - Dilma iria presidir no seu palácio um evento de atletas para-olímpicos. O chefe do cerimonial simplesmente barrou, com os braços estendidos, a entrada da presidente, para que ela desse passagem a atletas cadeirantes. Dilma esbravejou, mas não adiantou. Quando um chefe de governo bate boca em público com um subordinado, quando um subordinado não hesita em barrar a presidente, o poder acabou.
O próximo passo é servir-lhe cafezinho frio com biscoitos murchos.
Batendo o pé
Quando Dilma soube que o vice Michel Temer teria um encontro com empresários, antecipou-se e, na véspera, reuniu alguns dos empresários que iriam conversar com ele.
Quando a presidente de um país precisa disputar prestígio com o vice, vai ter de tomar cafezinho velho e frio guardado há dias na garrafa térmica.
A volta do que não saiu
Para tentar salvar o PT, Lula disse que pode ser candidato em 2018. Ele queria, claro; mas jamais tinha dito isso. Aliás, queria ter sido candidato em 2014, mas Dilma fez questão de segurar a bomba.
O fato é que, ao recorrer a seu maior símbolo, o PT mostra que, no pós-Dilma, não tem mais ninguém para competir.
Pior do que está, fica
Que Tiririca, que nada! Com ele, pior do que está não fica. Com Dilma, pode ficar: é de seu governo a ideia de jerica de recriar a CPMF, com o nome-fantasia de CIS, Contribuição Interfederativa da Saúde, e a mesma alíquota de quando foi extinta sob aplausos gerais: 0,38%.
A tal CIS é tão ruim que conseguiu o apoio do governador paulista Geraldo “Chuchu” Alckmin, tucano de bico fininho e comprido que só desce do muro para ficar do lado errado. Alckmin acha que parte da arrecadação será repassada aos Estados. O ministro Adib Jatene achava que o imposto iria para a Saúde. Mas Jatene não sabia como as coisas funcionavam.
O humor, enfim!
O governo explica que, sem a CPMF (desculpe, CIS), não será possível fechar as contas do governo. O site O Sensacionalista, especializado em notícias falsas mas verossímeis, daquelas que só não são verdadeiras porque ainda não aconteceram, diz que o governo, se não conseguir atochar a CPMF, aplicará seu Plano B: vai contratar batedores de carteira cubanos. E pagar-lhe só comissão.
No olho do furacão
Dilma está presa por três fenômenos que convergem para enfraquecê-la: a crise econômica, a Operação Lava-Jato e o esfarelamento de sua base no Congresso. Dilma tem grande participação nos três fenômenos: ampliou as despesas do governo federal como se a arrecadação fosse inesgotável, não viu o que ocorria debaixo de seus olhos na Petrobras ─ cujo Conselho de Administração presidiu ─, hostilizou o maior partido aliado, o PMDB, estimulando o ministro Gilberto Kassab a esvaziá-lo com uma nova legenda, o PL (e espalhou o segredo, impedindo a articulação). Jamais honrou compromissos com os parlamentares e jogou-se numa batalha perdida pela presidência da Câmara. Tem Aloízio Mercadante e José Eduardo Cardozo como núcleo duro político.
É de espantar que Tiririca não esteja no time. E que a aprovação do governo ainda seja superior a 5%.
Virou piada
Quando se envolveu na disputa pela Prefeitura de Curitiba, em 2012, a então ministra Gleisi Hoffmann, do PT, debochou de Ratinho Jr., o principal adversário de seu aliado. Dizia que seu candidato “tinha nome e sobrenome”.
Agora, com assessor preso por pedofilia, envolvida nas investigações da Operação Pixuleco 2 (o que se apura é o desvio de recursos do Ministério do Planejamento para uma empresa que os repassaria a ela ─ sendo que o ministro do Planejamento era seu marido, Paulo Bernardo), Ratinho Jr. devolve o deboche:
“Corrupção agora tem nome e sobrenome. Tem até marido.”
Um tuiteiro cruel completou: tem nome, sobrenome e vai ganhar um número.
O repórter certeiro
O blogueiro Ucho Haddad (ucho.info) foi o primeiro a apontar os problemas de Gleisi. Houve quem achasse que estava maluco.
Mas acertou na mosca.
Populismo agonizante
OESP
É da natureza do populismo partir do princípio de que o povo é ignorante e acrítico, incapaz de discernir o falso do verdadeiro em matéria de política. O populismo prospera onde a ignorância impera. Os populistas, portanto, cultivam a ignorância. Um de seus truques é repetir mentiras incansavelmente até que sejam aceitas como verdades. É o que estão fazendo Lula, Dilma e o PT, no desespero de sobreviverem no fundo do poço em que foram colocados pelo descrédito popular. Para eles, tudo o que não convém ao populismo petista é “golpe”. Principalmente fazer oposição ao governo.
Diante de uma plateia de mais de 2 mil pessoas em Montes Claros, Minas Gerais, Luiz Inácio Lula da Silva não fez cerimônia: “Eu gostaria que todos aqueles que todo santo dia inventam um golpe para tirar Dilma aprendessem a respeitar a democracia (…). Se eles querem o poder, que esperem 2018. Mas não venham com golpe”. A presidente Dilma foi mais sutil – imaginem só – falando a atletas em solenidade no Palácio do Planalto: “É possível sofrer derrotas, dificuldades no caminho, mas todo atleta levanta e segue em frente. Muitas vezes não ganha na primeira, na segunda ou na terceira. E segue lutando para ganhar. E respeita o resultado do outro atleta, que é o vencedor”. Por sua vez, o presidente do PT, Rui Falcão, em reunião com lideranças petistas em São Paulo, queixou-se de que a oposição tenta “enfraquecer a presidente”. Esperava o quê?
A regra de ouro que o lulopetismo quer ver aplicada – aos outros, é claro – é a seguinte: quem perde uma eleição, como aconteceu com Aécio Neves e Marina Silva em outubro do ano passado, tem de se recolher à condição de derrotado e “respeitar a democracia”. Qualquer iniciativa para “enfraquecer a presidente” é tentativa de promover “terceiro turno”. Exigir que eventuais ilicitudes cometidas na campanha presidencial de Dilma sejam investigadas é “golpe”. Falar em impeachment da chefe do governo – recurso constitucional que o PT defendeu contra seu hoje aliado Fernando Collor – é “atentado à democracia”. Em resumo: está proibido fazer oposição.
A soberba é desde sempre uma forte característica do PT. O partido nasceu predestinado a mudar “tudo isso que está aí” e ainda hoje muitos petistas se consideram ungidos para essa missão divina. Como autoproclamados salvadores da pátria, sempre olharam os não petistas com enorme desdém. Dividiram o País entre “nós” e “eles” e decidiram que na luta sem tréguas contra a perversa “elite” não existem adversários, mas inimigos. Finalmente descobriram que, quando não se consegue derrotar o inimigo, a solução é aliar-se a ele. Assim, aqueles que eram antes os mais legítimos representantes da perversa “elite”, os grandes banqueiros e homens de negócio, passaram a ser cortejados para que apoiassem o PT, dando a seu governo “estabilidade política” e “equilíbrio institucional”.
A partir do momento em que chegaram ao poder, os petistas se deram conta de que seu grande problema passava a ser como nele se manter. A solução era óbvia: fazer alianças, não importa com quem nem a que custo. É verdade que nos primeiros anos o panorama social melhorou. E não se deve desmerecer essa importante conquista. Mas, se nessa questão há mérito, sobra demérito na igualmente fundamental questão moral. A crônica policial e forense dos últimos anos demonstra que a corrupção tomou conta da política e da administração pública em níveis sem precedentes. Como temos repetido neste espaço, Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas tornaram-na prática generalizada, endêmica. E beneficiaram-se disso, tanto no plano político quanto no material, como se constata pelo elenco de endinheirados petistas encarcerados – ou ainda em liberdade.
Sobraram para o PT o discurso – o que não representa nenhuma dificuldade para políticos que, como Lula, nunca desceram do palanque – e a esperança de que, por força da repetição, suas patranhas se tornem verdades. Mas é uma esperança vã. O brasileiro não é idiota. Nem um competente encantador de multidões como Lula consegue enganar todo mundo, todo o tempo. O “terceiro turno” das pesquisas de opinião demonstra que o Brasil repudia categoricamente o populismo lulopetista.
A democracia deles – Milicianos petistas, como os chavistas, tentam bater em manifestantes contra o governo. Cardozo deveria mandar abrir investigação!
Reinaldo Azevedo - VEJA
Pixuleko em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira um símbolo (Foto: Aruay Goldshmidt)
Pixuleko em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira um símbolo (Foto: Aruay Goldshmidt)
Escrevi aqui na manhã de ontem um post alertando para uma página no Facebook — e muitas outras havia e há — em que petistas e esquerdistas no geral incitavam o confronto de rua com aqueles que marcaram um protesto contra o governo Dilma, exibindo o Lula Inflado, que virou um ícone desses tempos. Seu nome de batismo não poderia ser mais adequado : “Pixuleko”. Os petistas deveriam reclamar com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido.
Dito e feito. O protesto, pacífico, como sempre, acontecia na Avenida Paulista quando chegaram os milicianos do PT. Prontos para a briga. Prontos para o confronto. Prontos para resolver as coisas na base dos socos e dos chutes.
Quem sãos os responsáveis por isso? Muita geste. Mas citro os três principais Lula, Rui Falcão e Dilma Rousseff.
Lembremo-nos de que, na sexta-feira, alguém atacou o boneco com uma faca ou estilete. Imaginem a chance de uma tragédia acontecer num caso assim, em que o confronto se torna inevitável. Os manifestantes acusam pelo ato a estudante de direito da FMU Emmanuelle Thomazielo. Ela nega. Só não conseguiu explicar o que fazia lá no meio, ao lado do boneco.
Os três chefões petistas citados estão, na prática, incitando o confronto de rua quando tacham a liberdade de manifestação e a liberdade de expressão, garantidas pelo Artigo V da Constituição, de golpismo.  Mais de uma vez, Dilma associou um bomba caseira jogada em frente ao Instituto Lula a manifestantes de oposição. Ela já pertenceu a dois grupos terroristas. Conhece a lógica interna dessas coisas. Sabe muito bem que não interessa às oposições e àqueles que cobram a sua deposição que os petistas sejam vistos como vítimas. Quem jogou aquela bomba quer o PT na condição de agredido. Como nós vimos na Paulista neste domingo, o PT é o agressor.
Os petistas que resolveram invadir o protesto exigiam, ora vejam!, que o boneco fosse retirado de lá. É mesmo? Com que autoridade? Quantas foram as vezes, são ainda, em que petistas e esquerdistas fazem caricaturas de seus desafetos? Quantos foram os enterros simbólicos a que os “companheiros” submeteram adversários ao longo de sua trajetória? Em quantas ocasiões as imagens de políticos tucanos e de outros partidos foram associadas às piores práticas nas ruas? Quando é que seus adversários foram molestá-los?
O que quer Dilma? O que quer Lula? O que quer Rui Falcão? Sangue nas ruas? Pois não terão. Torço muito para que não tenham. Espero que os que se manifestam contra o governo e pedem o impeachment não abandonem jamais a luta pacífica. Será preciso muito cuidado para não ceder à provocação de profissionais do crime.
Atenção! As pessoas que se oferecem para esse tipo de enfrentamento não são os coxinhas vermelhos, não! É gente da viração. É gente treinada para enfrentar os outros no braço. São profissionais da arruaça.
Cardozo
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, resolveu dar pinta na Paulista neste domingo. Por mais desavisado que seja — consta que até sua sala foi invadida —, um dos homens mais bem-guardados do país certamente sabia que havia manifestação de protesto na Avenida. Se não tinha sido informado, então a coisa por lá anda pior do que parece.
Foi hostilizado e ouviu coisas como “Pega ladrão!”, “Fora PT” e “Fora Dilma”. Acabou conversando com manifestantes e, ao fim, parece que se esboçou a cordialidade possível. Na conversa, acabou dizendo que as manifestações são “absolutamente legítimas”, mesmo discordando da pauta, e que “democracia é divergência”. E acrescentou: “O que não pode é xingar, ofender pessoalmente, que foi o que alguns fizeram.”
É? Então por que ele também já se referiu à defesa do impeachment — que só acontecerá, se acontecer, dentro da lei — como golpe? Por que, na condição de petista e ministro da Justiça, não censura os truculentos do seu partido, que foram para a Avenida Paulista para puxar briga? E se a maioria antipetista decidisse interromper protestos da minoria petista ou de esquerda?
Já disse que não apoio, e reitero aqui, atos hostis a petistas nas ruas. Não acho que seja um bom caminho. É fácil manifestações dessa natureza acabarem fugindo ao controle. Agora é absolutamente inaceitável que o PT estimule seus milicianos a partir para a briga e que acabe assumindo publicamente a defesa de agressores.
O Brasil não e não será a Venezuela. Já está claro que nós não permitimos e não vamos permitir que isso aconteça.
Ah, sim: Cardozo mandou a Polícia Federal investigar o suposto atentado ao Instituto Lula. Deveria aproveitar e mandar apurar também quem anda a estimular confrontos de rua.
O momento em que os vermelhos chegam em busca de confusão. Não se deve fazer o que eles esperam (Voto: Vìctor La Regina/ Jovem Pan)
O momento em que os vermelhos chegam em busca de confusão. Não se deve fazer o que eles esperam (Foto: Vìctor La Regina/ Jovem Pan)