Para o ex-homem-forte do governo Lula, alívio é apenas temporário. Para a operação, decisão do STF significa solidez e coerência
Renato Onofre - VEJA
Dirceu, ao chegar ao seu apartamento em Brasília: condenado a 32 anos em primeira instância (Dida Sampaio)
A libertação de José Dirceu atiçou as torcidas da Lava-Jato.
Petistas em geral viram na decisão de soltá-lo o começo do fim da
ditadura penal de Curitiba, que vem atropelando o princípio da presunção
de inocência. Antipetistas em geral entenderam que a liberdade de
Dirceu é o começo do fim da operação e a lamentável reabertura do ciclo
de impunidade no país. No clima de torcidas, o ministro Gilmar Mendes,
voto decisivo no STF para a soltura de Dirceu, tornou-se um alvo
preferencial. Eternamente criticado por petistas e aplaudido por
antipetistas, Mendes agora é o novo herói dos mortadelas e o novo vilão
dos coxinhas.O fato é que, quando a Justiça é discutida em clima de Fla-Flu, a primeira vítima é a verdade: a Lava-Jato, na realidade, acaba de ganhar músculos e não corre nenhum risco de ser empurrada para o naufrágio. Isto porque, para o ex-ministro, é apenas um alívio temporário, considerando que sua condenação em segunda instância já está no horizonte. Para a Lava-Jato, é solidez e coerência.
(...)
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