segunda-feira, 19 de junho de 2017

De como é fácil tirar o corpinho fora
fogÉ fácil sacudir a água do capote e culpar as autoridades por todas as desgraças. Mas o país é dos cidadãos e muitos deles são responsáveis por muitos fogos: os que os ateiam intencionalmente (pirómanos), os que lançam foguetes, os que atiram beatas para fora das viaturas, os que fazem queimadas sem condições, os que fazem pic-nics e deixam a mata suja com garrafas de vidro, os que fazem churrascos sem segurança, os que não limpam o mato na sua floresta e ao redor das suas casas e os que trabalham com máquinas (tractores) sem cuidado e em condições altamente propícias à ocorrência de ignições.
Depois ainda temos as causas naturais, que não controlamos nem poderíamos controlar, ainda que por vezes as possamos prever parcialmente.

E depois ainda temos a desertificação do interior, a pobreza rural, as políticas da floresta, os interesses das celuloses, os dislates da autarquias, os lobis privados do combate aos incêndios, a ganância dos madeireiros.

E aqui as responsabilidades repartem-se pelos partidos que nos têm governado desde 74, no governo central e nas autarquias, pela AR e também por algumas empresas públicas e privadas.

Corrupção? Certamente.

Incompetência? Não duvido.

Desleixo? Provavelmente.

Mas sejamos honestos. Antes de apontar o dedo aos políticos, olhemos para as nossas próprias responsabilidades enquanto cidadãos.

PS – Não sou nem nunca fui político. Apenas um cidadão interessado na coisa pública, o que faz de mim um cidadão com uma atitude política.

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