quinta-feira, 22 de junho de 2017

Joaquim Barbosa quer ser convencido a disputar a sucessão de Temer
Ricardo Noblat - O Globo
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, faz beicinho e finge resistir à ideia de ser candidato à vaga do presidente Michel Temer no próximo ano.
Alega que não sabe se seria uma boa. Diz que não tem dinheiro nem grupo econômico disposto a apoiá-lo. Considera-se desprovido de perfil para exercer o cargo. E afirma que preza sua atual liberdade de viver.
Nem por isso se nega a participar de reuniões com pessoas que o estimulam a se candidatar. Que imploram para que ele seja candidato. E que afagam seu enorme ego.
Tem sido procurado por partidos interessados em que se filie a eles. Vez por outra murmura que talvez um dia acabe se rendendo ao convite de entrar na política – quem sabe?
E assim alimenta a corte ao seu nome, o assédio dos desesperançados com os políticos de sempre, e as especulações que são feitas em torno de suas chances de se eleger.
Comporta-se, enfim, como um político experiente que apenas simula desinteresse. E que deseja ganhar tempo para melhor avaliar o que deverá fazer.
Pesquisas de intenção de voto a mais de 15 meses de uma eleição só servem para medir o prestígio passado de aspirantes a candidato, e para animar o mercado político.
As poucas conhecidas até agora indicam que Barbosa aparece bem na foto por causa do seu desempenho como principal algoz dos mensaleiros condenados pela Justiça.
A Lava Jato assinou o atestado de óbito do atual sistema político. Mas ainda assim ele esperneia na maca e imagina que pode ainda se arrastar por mais alguns anos.
O eleitor dá todas as indicações de que está à procura de novos nomes capazes de merecer seu voto. É essa a brecha que se oferece a Barbosa, mas também a outros políticos travestidos de não políticos.
Barbosa está certo em não ir por enquanto além dos seus chinelos.
Joaquim Barbosa (Foto: Paula Giolito)Joaquim Barbosa (Foto: Paula Giolito)

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