Escolha de Zveiter como relator de denúncia é aceno a grupo que deve ascender se Temer cair
Impressão digital A escolha de Sérgio Zveiter
(PMDB-RJ) como relator do pedido de denúncia de Michel Temer na Comissão
de Constituição e Justiça é um aceno para o grupo que pode se
beneficiar com a queda do peemedebista. Zveiter é aliado de Rodrigo Maia
(DEM-RJ), presidente da Câmara e principal cotado para assumir o
governo caso Temer sucumba. O Planalto diz que sua nomeação não é
notícia necessariamente ruim. Boa não é. A essa altura, isso já
significa muito.
Começo do fim Após a formalização da escolha de
Zveiter, fatia importante da base aliada na Câmara aparentou abatimento.
Deputados próximos a Temer que, até então, mostravam otimismo disseram,
em tom fúnebre, que “agora acabou”.
Vamos ter calma O Planalto tentou minimizar a
sensação de derrota iminente. Moreira Franco (Secretaria-Geral da
Presidência) lembrou que Zveiter vem de uma “família forjada no
Direito”. “Tenho certeza de que ele fará uma análise técnica para honrar
essa tradição”, disse.
Monotemático O advogado Antônio Claudio Mariz de
Oliveira, que fará a defesa de Temer na Câmara, reforçará o discurso de
que a denúncia “é uma peça de ficção”.
Negócios à parte O criminalista vai rebater a
acusação afirmando que o procurador-geral da República fez “meras
ilações e suposições sem qualquer prova”. A defesa, por ora, ficará
restrita ao trabalho de Rodrigo Janot, sem ataques pessoais.
Novata Indicada para assumir a PGR, Raquel Dogde fez
nesta terça-feira (4) seu primeiro giro pelo Senado. Tentando achar o
gabinete de Edison Lobão (PMDB-MA), presidente da CCJ, parou um
funcionário da Casa: “Pode me ajudar a achar esse gabinete? Não sei para
onde ir!”.
Instinto animal Sondado para assumir a liderança do
PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO) cochichou com um colega: “Quando o
Renan (PMDB-AL) não quer alguma coisa, pode pular fora”.
Estreia Pessoas próximas ao senador Aécio Neves
(PSDB-MG) não deixaram de notar que, ao subir na tribuna nesta
terça-feira (4) para fazer sua defesa, ele declamou o primeiro discurso
de sua carreira elaborado longe da batuta da irmã Andrea Neves.
Menu indigesto Antes de discursar, Aécio almoçou com
a bancada tucana no gabinete de Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente
interino da sigla. O cearense voltou a defender o desembarque do
governo. Aécio é contra. Houve debate e desconforto.
#tamojunto Michel Temer, que recebeu mais de 20
deputados no Planalto nesta terça (4), fez uma pausa nas audiências para
assistir ao pronunciamento de Aécio.
Na espreita Aécio indicou que vai tentar ganhar
tempo. Quer adiar a decisão sobre voltar ou não ao comando do PSDB até
agosto. No discurso na tribuna, fez questão de evidenciar que Tasso está
interinamente na presidência do partido.
Casa de enforcado Com apartes ao discurso de Aécio
Neves proibidos, a oposição decidiu sair do plenário durante a fala do
tucano. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defendeu trecho em que o
mineiro falou contra condenação sem provas, mas provocou: “É o feitiço
se voltando contra o feiticeiro!”
Para todos Advogados ligados ao PT ressaltam que, ao
permitir o retorno de Aécio ao Senado, o ministro Marco Aurélio Mello
abriu precedente que pode evitar prisões e afastamentos de outros
investigados no Congresso.
No jogo Correndo por fora na disputa interna pelo
posto de presidenciável, José Serra (PSDB-SP) fez reuniões nos últimos
dias com a juventude do PSDB paulista e com prefeitos do interior do
Estado. Falou sobre a crise e sobre projetos para o país.
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