Ex-ministro é acusado de obstrução da investigação; até onde se sabe, a justificativa é que falou com a mulher de Lúcio Funaro
O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª
Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, determinou a prisão
preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Segundo o MPF e a Polícia
Federal, ele estava tentando obstruir as investigações. Trata-se de um
desdobramento da operação Cui Bono? (“A quem beneficia?”, em latim), que
mirava Geddel e sua gestão na vice-presidência de pessoa jurídica na
Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013.
A prisão “tem como fundamento elementos
reunidos a partir de informações fornecidas em depoimentos recentes do
doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor
jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva”, declara nota da
Procuradoria da República do Distrito Federal.
Diz o órgão: “o objetivo de Geddel seria
evitar que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o próprio Lúcio
Funaro firmem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.
Para isso, tem atuado no sentido de assegurar que ambos recebam
vantagens indevidas, além de monitorar o comportamento do doleiro para
constrangê-lo a não fechar o acordo.”
O órgão diz mais:
“Na petição apresentada à Justiça, foram citadas mensagens enviadas recentemente (entre os meses de maio e junho) por Geddel à esposa de Lúcio Funaro. Para provar, tanto a existência desses contatos quanto a afirmação de que a iniciativa partiu do político, Funaro entregou à polícia cópias de diversas telas do aplicativo. Nas mensagens, o ex-ministro, identificado pelo codinome ‘Carainho’, sonda a mulher do doleiro sobre a disposição dele em se tornar um colaborador do MPF”
“Na petição apresentada à Justiça, foram citadas mensagens enviadas recentemente (entre os meses de maio e junho) por Geddel à esposa de Lúcio Funaro. Para provar, tanto a existência desses contatos quanto a afirmação de que a iniciativa partiu do político, Funaro entregou à polícia cópias de diversas telas do aplicativo. Nas mensagens, o ex-ministro, identificado pelo codinome ‘Carainho’, sonda a mulher do doleiro sobre a disposição dele em se tornar um colaborador do MPF”
Segundo os investigadores, “os novos
elementos deixam claro que Geddel continua agindo para obstruir a
apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na
prática criminosa.”
Vamos ver. É preciso que se analise o conteúdo de tais mensagens.
A simples sondagem, obviamente, não
caracteriza obstrução de investigação. Geddel não estava proibido de
falar com quem quer que fosse.
Cumpre não esquecer: no sábado, ao falar
a um congresso de jornalistas, Rodrigo Janot anunciou que ainda tinha
bambu e que continuaria a disparar flechas.
A primeira foi lançada.
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