segunda-feira, 3 de julho de 2017

PF prende maior empresário de ônibus do Rio, investigado na Lava Jato

Daniel Marenco/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 21-02-2013, 10h00: Retrato do empresario Jacob Barata. A familia de Jacob Barata e dona de 11% dos onibus em circulacao no Rio e esta no centro de toda a polemica relativa ao aumento das tarifas, causa maior das manifestacoes. Ano passado, manifestantes fizeram um ato na porta do Copacabana Palace, onde sua filha se casava. (Foto: Daniel Marenco/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Jacob Barata Filho, cuja família é sócia de 26% das viações de ônibus do Rio
Barata Filho foi detido no aeroporto internacional do Galeão quando embarcava, só com passagem de ida, para Portugal.
O empresário está sob investigação de ter pago propina para agentes públicos nos últimos anos. A prisão foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato do Rio.
Em nota, a assessoria de imprensa do empresário afirmou que ele "estava realizando viagem de rotina a Portugal, onde possui negócios há décadas e para onde faz viagens mensais". "A defesa do empresário irá se pronunciar assim que tiver acesso aos autos do processo", diz o comunicado.
As empresas de ônibus já foram alvo da delação premiada do ex-presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Jonas Lopes. De acordo com ele, a Fetranspor (federação das empresas de ônibus) pagou uma mesada a conselheiros para ter "boa vontade" na análise de seus casos na corte.
A Folha revelou este mês que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) concedeu desconto de IPVA às empresas de ônibus num processo administrativo que tramitou por apenas um dia no Estado. O Ministério Público Federal investiga o caso.
O setor já foi citado também por Luiz Carlos Bezerra, responsável por coletar a propina de Cabral. Ele afirmou em depoimento a Bretas que buscou dinheiro na Companhia Flores, que opera na Baixada Fluminense. Esta empresa, contudo, não pertence a Barata Filho.
Barata Filho é da segunda geração de empresários de ônibus que atuam no Rio. Seu pai, Jacob Barata, começou no setor na década de 1950.
O empresário preso neste domingo foi alvo de protestos durante o casamento de sua filha, no auge das manifestações de 2013. A cerimônia de Beatriz Barata tinha como um dos padrinhos o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
Em entrevista à Folha em 2014, Barata Filho reconheceu que as empresas ajudavam políticos na eleição –o que era vedado à época, por serem concessionárias de serviços públicos.
"Naturalmente há políticos que ajudamos a eleger, com trabalho nas empresas. Como há bancada ruralista, há a do transporte. [...] É [uma ajuda] pessoal. Temos certa influência junto aos funcionários. São pessoas em cujo trabalho acreditamos e pedimos para que votem nelas", afirmou.

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