quarta-feira, 5 de julho de 2017

Prisão enterra planos políticos de Geddel na Bahia
Até o final do ano passado, quando esteve à frente as Secretaria de Governo do presidente Michel Temer (PMDB), Geddel preparava-se para disputar o Senado na chapa que deverá ser encabeçada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
Se a saída do ministério de Temer já o tinha enfraquecido politicamente, a prisão o deixa completamente fora do jogo para as próximas eleições, avaliam aliados.
Deputado federal entre 1991 e 2010, Geddel disputou o governo da Bahia em 2010 e o Senado em 2014, sendo derrotado nas duas oportunidades.
Foi ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva entre 2007 e 2010 e do governo Temer em 2016, até deixar o cargo sob acusação de pressionar ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a liberar um empreendimento em área tombada de Salvador, conforme revelado pela Folha.
Nas últimas semanas, aliados já descartavam o retorno de Geddel a disputas políticas na Bahia no curto prazo. O ocaso do peemedebista deve ganhar ainda um novo ingrediente a partir do ano que vem. Com a provável candidatura de ACM Neto (DEM) ao governo do Estado, o vice-prefeito Bruno Reis (PMDB) deve assumir a prefeitura de Salvador e ser alçado ao posto de principal nome do partido na Bahia.
Apesar de ter sido eleito vice-prefeito com a chancela dos Vieira Lima, Reis é amigo e aliado político histórico de ACM Neto, de quem foi assessor e secretário municipal. É conhecido pela habilidade na negociação política.
Após a prisão preventiva de Geddel no âmbito da operação Cui Bono?, que investiga sua gestão na vice-presidência de pessoa jurídica na Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013, aliados na Bahia evitaram fazer uma defesa pública do peemedebista.
Em nota, ACM Neto (DEM) disse que é preciso aguardar os desdobramentos dos fatos para fazer juízo de valor acerca da prisão do ex-ministro.
"Nesta hora, quando as informações são muito preliminares, prefiro não antecipar nenhum juízo de valor até que tudo seja devidamente esclarecido", afirmou.
O vice-prefeito Bruno Reis disse que esperar que "o ex-ministro apresente as devidas explicações à Justiça e saia da melhor maneira possível dessa situação".
No comando do PMDB baiano desde os anos 1990, Geddel é conhecido pelo estilo centralizador, o que tornou o partido na Bahia carente de renovação.
Desta forma, o enfraquecimento político dele aumenta a possibilidade de o PMDB sequer participar da disputa majoritária na Bahia em 2018.
Partidos como o PSDB e PRB devem ser contemplados com as vagas para disputar o Senado na chapa de ACM Neto. O PR, que hoje faz parte da base do governador Rui Costa (PT), também é cotado para integrar a chapa.

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