terça-feira, 22 de agosto de 2017

Aliados não querem Doria na corrida ao Bandeirantes 
ROGÉRIO GENTILE - FSP
FORTALEZA,CE,18.08.2017:DORIA-VISITA-ALMOÇO-HOMENAGEM-FORTALEZA - O prefeito de São Paulo, João Doria e o presidente do FIEC CE, Beto Studart durante encontro em Fortaleza (CE), nesta sexta-feira (18). O prefeito de São Paulo, João participa de almoço em sua homenagem. (Foto: LC Moreira/Futura Press/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***João Doria, prefeito de São Paulo, em viagem a Fortaleza - LC Moreira/Futura Press/Folhapress
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem sido aconselhado por auxiliares próximos a somente deixar o cargo se for para disputar a Presidência da República.
O governo do Estado, considerado hoje uma espécie de plano B do prefeito, não compensa, segundo os aliados de Doria, o ônus político de abandonar um mandato para o qual o tucano foi eleito tão recentemente.
O grupo, formado pelos secretários Júlio Semeghini (Governo), Julio Serson (Relações Internacionais) e Jorge Damião (Esportes) e pelo prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, avalia que os eleitores de Doria entenderiam uma renúncia com o objetivo de disputar a Presidência.
Seria uma "missão", considerando o momento político do país, afirmam.
Sair da prefeitura, no entanto, para uma eleição estadual, na visão deles, poderia soar como "oportunismo", como "carreirismo".
Nas conversas com o prefeito, dizem que ele pode acabar marcado pela renúncia, assim como consideram que ficou José Serra (PSDB).
O tucano tinha apenas um ano e três meses de governo quando renunciou ao cargo em 2006 para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.
Os quatro auxiliares participaram da campanha eleitoral do ano passado e integraram a equipe de transição, que funcionou entre a vitória de Doria nas urnas e a posse.
Estão entre as poucas pessoas que o prefeito paulistano, com relativa frequência, escuta. Centralizador, Doria, na maioria das vezes, prefere seguir a própria intuição e toma as decisões sozinho.
Doria tem repetido que não será desleal com o governador Geraldo Alckmin e que em nenhuma hipótese disputará as prévias do PSDB contra o seu padrinho político.
Isso não significa que o prefeito tenha desistido do projeto de concorrer ao Planalto no ano que vem.
A Folha apurou quer Doria entende que a sua candidatura poderá se tornar inevitável se nos próximos meses surgir bem à frente de Alckmin nas pesquisas.
Se isso vier a ocorrer, Doria acredita que o governador paulista abrirá mão da candidatura em seu favor.
A movimentação de Doria pelo país, no entanto, tem desgastado a relação dos dois. Um tucano chega a dizer que o governador é hoje o maior "inimigo" de Doria.
Em meio à disputa velada entre os dois, auxiliares do governador têm insinuado que, se Doria continuar a atrapalhar Alckmin, na corrida presidencial, ele poderá dificultar sua vida na prefeitura, suspendendo parcerias.
Dizem também que o governador poderá dificultar um projeto de Doria de concorrer ao Estado.
Na quinta-feira passada (17), o presidente do PSDB estadual, Pedro Tobias, lançou o secretário da Saúde, David Uiip, ao governo paulista, durante um evento em Higienópolis.
"É o melhor candidato ao governo. Vamos levar essa dobradinha. Alckmin presidente e David governador." Doria nem citado foi.

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