Tanto o fascismo quanto o
nazismo são fenômenos da esquerda. Ideologicamente Isso faz sentido,
porque na essência eles representam a ideologia do estado centralizado e
todo-poderoso. Além disso, o fascismo surgiu do marxismo, e o fundador
do fascismo, Benito Mussolini, era um marxista e socialista de longa
data. Hitler também era um socialista que liderava o Partido Nacional
Socialista e, de fato, mudou o nome do Partido dos Trabalhadores Alemães
para torná-lo o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Como, então, os
progressistas americanos re-definem o fascismo e o nazismo como
fenômenos de direita? Este passe de mágica ocorreu após a Segunda Guerra
Mundial, uma vez que o fascismo e o nazismo perderam o prestígio com a
reputação [de serem os responsáveis pelo] Holocausto. Então os
progressistas reconheceram que era importante encobrir as raízes
esquerdistas do fascismo e do nazismo e movê-las da coluna da esquerda
para a coluna da direita.
O maior responsável pela
redefinição do fascismo feita pelos progressistas é Theodor Adorno, um
intelectual marxista alemão e membro do influente Instituto de Pesquisa
Social, também conhecido como Escola de Frankfurt. Os estudiosos da
Escola de Frankfurt eram esquerdistas e a maioria eram refugiados da
Alemanha nazista. Alguns se instalaram na Europa; outros, como Adorno e
Herbert Marcuse, vieram para os Estados Unidos.
A influência de Adorno em
definir como o fascismo passaria a ser entendido na América não pode ser
subestimada. Quando ele e Marcuse chegaram a América tinha acabado de
travar a guerra contra os nazistas e, após a guerra, o nazismo tornou-se
a própria medida do horror político e do mal. Não se sabia muito sobre
fascismo e nazismo fora da cobertura superficial de jornal e de rádio.
No meio acadêmico e na mídia havia uma curiosidade genuína sobre o que
atraiu tantas pessoas para o fascismo, o nazismo e seu respectivo
anti-semitismo.
Marcuse e Adorno eram
judeus, logo era esperado que tivessem algum conhecimento sobre o
anti-semitismo e o destino dos judeus. E eles eram refugiados dos
nazistas, então eles tiham crédito para falar sobre o nazismo, por assim
dizer, “como testemunha ocular”. O trabalho deles foi abraçado pelo
Comitê Judaico Americano, o qual, naturalmente, sentiu que esses dois
exilados alemães saberiam precisamente a natureza do nazismo, fascismo e
anti-semitismo e como superá-los. Os dois estudiosos da Escola de
Frankfurt formaram basicamente o que era considerado educação
antifascista nos Estados Unidos.
Na realidade, o Comitê
Judaico Americano não tinha ideia de que Adorno e Marcuse tivessem sua
própria agenda: não lutar contra o fascismo per se, mas promover o
marxismo e uma agenda política de esquerda. O marxismo e o fascismo são
bastante próximos; são ideologias coletivistas semelhantes ao
socialismo. Seus inimigos comuns são, é óbvio, o livre mercado e as
diversas instituições do setor privado, incluindo a igreja e a família
tradicional. O marxismo e o fascismo procuraram livrar-se do capitalismo
e refazer a ordem social. Marcuse, Adorno e a Escola de Frankfurt
também.
Adorno decidiu ressignificar
o fascismo como uma forma de capitalismo e tradicionalismo moral. Com
efeito, eles reinventaram o fascismo como um fenômeno da direita
política. Nesta interpretação absurda, o fascismo foi transformado nas
duas coisas que os fascistas reais desprezam: livre mercado e apoio a
uma ordem moral tradicional. Com uma vingança que aparece apenas cômica
em retrospectiva, a Escola de Frankfurt lançou um curso intensivo para
erradicar o fascismo nascente nos Estados Unidos, tornando as pessoas
menos apegadas às principais instituições econômicas e sociais da
sociedade americana.
O documento clássico a
respeito disso é a famosa Escala F de Adorno. O F significa fascismo.
Adorno delineou a escala em seu livro de 1950, A Personalidade Autoritária.
O argumento básico do livro foi que o fascismo é uma forma de
autoritarismo e que a pior manifestação do autoritarismo é a repressão
auto-imposta. O fascismo se desenvolve cedo, argumentou Adorno, e
podemos localizá-lo nos apegos dos jovens à superstição religiosa e
valores convencionais da classe média sobre família, sexo e sociedade.
Descaradamente, Adorno
produziu uma lista de perguntas destinadas a detectar afinidades
fascistas. “A obediência e o respeito pela autoridade são as virtudes
mais importantes que as crianças devem aprender.” “A homossexualidade é
uma forma particularmente doentia da delinquência.” “Nenhum insulto à
nossa honra deve ficar impune”. “Não importa como ajam aparentemente, os
homens estão interessados em mulheres por apenas um motivo.”
Basicamente, uma resposta sim a estas perguntas mostraria que você era
um fascista em ascensão.
A premissa fundamental da
posição de Adorno era que o fascismo alemão e italiano eram, no seu
cerne, caracterizados pela repressão psicológica e sexual interna. Um
momento de reflexão, no entanto, mostra por que essa posição é sem
sentido. De um modo geral, as atitudes sociais em relação à religião, à
família e à sexualidade eram bastante semelhantes em todos esses países,
permitindo algumas modestas variações. Pode-se argumentar que os
alemães da época estavam mais tensos do que os franceses, mas quem
argumentaria que os italianos estavam mais reprimidos do que, digamos,
os ingleses?
Então, a Escala F de Adorno
não tinha poder para explicar por que o fascismo se estabeleceu tão
intensa e destrutivamente na Alemanha e na Itália, mas não em outros
lugares. A maioria dos fascistas reais, como secamente observa o
historiador A. James Gregor em The Ideology of Fascism, “não
teria feito pontuações extraordinariamente altas”. No entanto, há uma
questão que de fato teria descoberto afinidades fascistas: você apoia o
aumento do poder do Estado centralizado sobre indivíduos, famílias,
igrejas e setor privado? Significativamente, Adorno não incluiu essa
questão na Escala F, presumivelmente porque teria trazido respostas
entusiastas sim de progressistas e democratas.
Dado o absurdo patente do
antifascismo de Adorno, com sua escala F obviamente fraudulenta e
pseudocientífica, por que a elite do meio acadêmico americano se
apaixonou por isso? Por que eles concordaram com Adorno e proclamaram o
seu trabalho a base definitiva para a educação antifascista? A resposta
curta é que desde aquele tempo o meio acadêmico já possuía um forte viés
de esquerda, e os progressistas descobriram os benefícios de abraçar a
tese de Adorno.
Aqui, afinal, estava um
estudioso judeu alemão declarando o fascismo como um fenômeno da
direita. Claramente, ele estava jogando o fascismo no colo dos
conservadores que apoiavam o capitalismo e endossavam a religião e a
família tradicional. Esta era uma mentira — os fascistas reais
detestavam essas instituições e queriam destruí-las — mas era uma
mentira politicamente conveniente. [N.T.: Ou seja, algo factualmente
errado porém politicamente correto]
Assim, os progressistas
entusisticamente aderiram à onda e o ovacionaram, e os aplausos
continuam. Em 2005, por exemplo, o sociólogo progressista Alan Wolfe
admitiu falhas no trabalho de Adorno, mas elogiou A Personalidade Autoritária como “mais relevante agora”, porque “parece capturar a maneira como muitos políticos cristãos de direita vêem o mundo”.
O valor de Adorno para essas pessoas é que ele capacita-os a dizer:
“Abaixo o fascismo! Agora vamos nos livrar do conservadorismo e expor
essas pessoas malvadas à direita. “E hoje, o embuste de Adorno permite
que a esquerda chame Trump de fascista e Republicanos de a encarnação
moderna do Partido Nazista. Somente ao entender essa grande mentira
podemos nos vacinar contra ela e colocar corretamente o fascismo e o
nazismo no lugar a que eles sempre pertenceram — na esquerda política.Publicado no The FrontPage Magazine.
Tradução: Cássia H.
http://tradutoresdedireita.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário