Rodrigo Constantino
O lamentável episódio racista em
Charlottesville foi irresistível para a imprensa, que sonha dia e noite
em como derrubar Trump. Farejaram ali uma ótima oportunidade, como
abutres diante de sangue. Grupos neonazistas de “direita” atacando
movimentos “antirracistas” de esquerda? Irresistível demais para a
narrativa da turma. Trump foi enfático ao condenar a violência, só que
cometeu um “pecado mortal” para a mídia esquerdista: atacou “ambos os
lados”. A patrulha saiu em campo, alegando que o ódio e a intolerância
não têm lado, e que os supremacistas brancos tinham que ser nominalmente
citados. Trump os citou. Sem muita opção, os ataques passaram a vir
pela “demora” da crítica específica: dois dias.
Ocorre que os “jornalistas” não estão
acostumados a lidar com alguém que diz certas verdades sem medo da
patota politicamente correta. Quando foram cobrar mais explicações de
Trump, o presidente não deixou barato: aproveitou a ocasião para
alfinetar a mídia, dizendo: “Já que vocês não estão falando, eu vou
falar. Vi muitos grupos de preto provocando a violência. Por que vocês
não noticiam?” O presidente mencionou aqueles que chegaram ao local
armados com bastões, de máscaras, claramente com o intuito de arrumar
confusão. Lembrou, ainda, que do outro lado nem todos eram nazistas,
pois havia muitos com a crítica ao propósito de derrubar a estátua de
Robert E. Lee, general dos Confederados. Por que a imprensa omite um dos
lados?
O xeque-mate veio quando Trump citou
Thomas Jefferson e George Washington, heróis nacionais. Ambos tinham
escravos. Eram outros tempos, e o revisionismo histórico da esquerda,
que tenta pintar o passado da América como algo vergonhoso, sendo que
foi nela que a liberdade individual floresceu, não cola para a maioria
dos americanos. Vão derrubar estátuas de Washington também?
Com essa questão, e se recusando a ser
interrompido pelo repórter da CNN, chamada de “Fake News” por ele, Trump
desmoralizou a mídia torcedora. Obama nunca foi cobrado com o mesmo
rigor pela violência de grupos racistas como o Black Lives Matter. É
como se houvesse uma violência “redentora”, quando vem da esquerda. Aí
vira “justiça social”, e o presidente pode até receber na Casa Branca
líderes de um grupo que chegou a pregar a morte de crianças brancas. É
essa farsa, esse duplo padrão hipócrita, que Trump veio expor. E o
establishment está em pânico, pois não sabe como reagir. Um presidente
que ousa dizer que os dois lados possuem extremistas violentos? Como tem
a pecha de dizer… a verdade? Trump é como a criança que aponta para o
imperador e grita: “Ele está nu!” Enquanto a elite estava lá, de boas,
apreciando suas lindas roupas invisíveis…
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