Previsões pouco animadas para a América Latina
O Estado de S.Paulo
Na última terça-feira, a Comissão Econômica para a
America Latina e o Caribe (Cepal) divulgou relatório contendo a sua
expectativa sobre o crescimento econômico da região neste ano, que agora
ficou em 2,7%, abaixo, portanto, da previsão anterior, feita em
dezembro, que era de 3,2%.
As três maiores economias da região responderam pela queda da
estimativa geral. O crescimento previsto para o Brasil é agora de 2,3%,
ante 2,6% em dezembro; o da Argentina é de 1,0%, ante 2,6% em dezembro -
a maior queda porcentual na previsão; o mexicano é de 3,0%, ante 3,5%
em dezembro.
O secretário adjunto da Cepal, Antonio Prado, comentou para o jornal
Valor que "pode haver até uma taxa de crescimento menor para a região",
em vista da grande incerteza prevalecente no cenário da economia
mundial.
Entre essas grandes incertezas estão a taxa de crescimento econômico
da China e o impacto que poderá ter o fim da política de afrouxamento
monetário nos EUA, tanto neste país quanto externamente. E, ainda, até
que ponto isso poderá afetar a economia do México, que responde por
parte importante das previsões de crescimento para a América Latina.
Essas incertezas podem ter levado uma outra entidade, a Standard
& Poor's (S&P), a uma estimativa ainda mais pessimista,
divulgada também nesta semana. A agência de risco acredita que o
crescimento médio do PIB latino-americano, neste ano, não ultrapassará
os 2,4%, e em 2015 não irá além de 3,0%, e "a possibilidade de
crescimento fraco da economia mundial, por vários anos ainda, pode
deprimir o crescimento do PIB latino-americano e criar novos riscos".
A taxa média antevista para a América Latina, segundo a agência,
reflete amplamente o baixo crescimento previsto para o Brasil, que seria
de 1,8% neste ano, com preços para o consumidor subindo 6,3% - menos do
que o teto da nossa meta de inflação.
É importante salientar a crença da S&P de que "em períodos de
fraco crescimento, políticas que objetivem fortalecê-lo e aumentem a
resiliência contra choques externos são fundamentais para sustentar a
credibilidade externa".
Isso porque, embora o fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos
(IED) tenha sido satisfatório em 2013, a região como um todo é
vulnerável a uma reversão súbita no portfólio de fluxos e a um declínio
potencial dos IEDs.
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