Uma nova 'política ativa' na região amazônica?
O Estado de S.Paulo
Em seminário realizado em São Paulo, o presidente do
Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho,
informou que os desembolsos do banco destinados à Amazônia cresceram
oito vezes entre 2005 e 2013, chegando a R$ 24,5 bilhões.
Segundo ele, isso é parte "de uma política ativa" de redução das
desigualdades regionais, presumivelmente, desigualdades de
desenvolvimento entre a região amazônica e outras regiões brasileiras,
particularmente o Sul.
Políticas ativas de redução de desigualdades regionais não são
novidades no Brasil. Têm sido postas em prática por sucessivos governos
federais desde a década de 1940, com maior ou menor ênfase, conforme os
tempos. A construção da Hidrelétrica de Paulo Afonso, no Rio São
Francisco, ainda no governo Dutra, pode ser lembrada como um dos lances
de tais políticas.
Diante do reforço que lhes deram os governos do PT - como é exemplo a
transposição do Rio São Francisco - é de indagar qual grau de sucesso
que se identifica nessas políticas, ante a sua longa história e dada a
escassez de notícias sobre redução efetiva de desigualdades regionais,
particularmente entre as Regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste. A
história da Suframa e da Sudene nos diz que tais políticas têm servido
para que governos e governantes contemplados se mantenham subservientes
ao chefe do governo federal, mais do que para criar nessas regiões
condições de promover seu próprio desenvolvimento.
De qualquer forma, registre-se o esforço do BNDES para aumentar
significativamente a oferta de créditos na região amazônica,
principalmente por meio do Cartão BNDES que torna os financiamentos mais
acessíveis e ágeis para pequenas e médias empresas inovadoras. É
importante que "neste segundo momento" se capitalizem as empresas
locais, não apenas que para ali acorram empresas já capitalizadas, "como
aconteceu no período anterior" da Zona Franca, diz seu atual
superintendente, Thomaz Afonso Queiroz Nogueira.
O problema, porém, agora, como no passado, é evitar perda de
investimentos, ou seja, fracassos empresariais. O BNDES bancou 112 mil
operações na região, no ano passado, o que marcou "uma ruptura no padrão
de desembolsos do banco", segundo Luciano Coutinho.
Esperemos que tenha sido uma ruptura no que se refere à quantidade,
não ao padrão de qualidade dos créditos aprovados pelo BNDES.
Nenhum comentário:
Postar um comentário