‘Obama se recusou a ouvir o povo americano’, responde presidente da Câmara sobre imigração
Boehner afirma que medida enterra chances de uma legislação bipartidária e promete contra-atacar no Congresso
O Globo
Numa resposta dura à reforma no sistema migratório
apresentado pelo governo americano, o presidente da Câmara dos
Representantes, John Boehner, disse que Barack Obama estava enterrando
as chances de uma legislação bipartidária e prejudicando a própria
Presidência. Boehner prometeu ainda que a oposição não ficará de braços
cruzados.
—
Com esta ação, (o presidente Barack Obama) se recusou a ouvir o povo
americano — disse o republicano Boehner sobre a ordem executiva. — Não
vamos ficar parados enquanto o presidente prejudica o cumprimento da lei
e põe vidas em risco.
Após a reforma ficar paralisada no Congresso, Obama anunciou
uma ordem executiva na noite de quinta-feira que deve beneficiar cerca
de 5 milhões de imigrantes ilegais no país. A partir de março, poderão
solicitar permissão de trabalho de três anos aqueles que estejam há pelo
menos cinco anos em território americano e que tenham um filho com
cidadania americana ou residência permanente. Em troca, terão que pagar
impostos.
A medida foi recebida pelos republicanos como um abuso da
autoridade presidencial e como uma espécie de anistia aos ilegais.
Boehner não deu detalhes de como deve ser o contra-ataque, num momento
em que seu partido ainda avalia como agir sem perder votos de eleitores
de origem latina.
— Nos dias à frente, a Câmara vai enfrentar o desafio — disse o congressista.
Os comentários revelam a tensão por trás do assunto. Na
quinta-feira, antes do discurso, Obama e Boehner tiveram uma discussão
acalorada por telefone momentos antes de o presidente ir à TV, segundo o
“Wall Street Journal”, algo que o presidente da Câmara deixou
transparecer nesta sexta-feira.
— Como eu disse ao presidente ontem, ele está causando danos à própria Presidência — declarou Boehner.
O deputado Michael McCaul chamou a ação de Obama de
inconstitucional. Já o senador Jeff Sessions disse que o Congresso
cortaria a verba das agências envolvidas na reforma migratória. Líderes
republicanos, no entanto, parecem tentar evitar medidas que levem a uma
paralisação do governo. Com o recesso do Dia de Ação de Graças na
próxima semana, eles terão pouco tempo para discutir ações sobre as
verbas.
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