sábado, 4 de abril de 2009

6 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DO HUMANISMO.

Na minha opinião, o que nos difere dos animais, além da utilização da razão é a nossa capacidade quase insuportável de amar uma pessoa pelo resto da vida, mesmo que a outra ignore a sua existência. Alguns diriam: "Mas eu não sou sou assim!" Por isso eu comecei este breve texto dizendo: "o que nos difere dos animais..." Então, se te não enquadras no humanismo, vá lamber sabão! No dia seis de abril de mil trezentos e vinte e sete, ocorreu na Igreja de Santa Clara, um encontro fatal: Francesco Petrarca (Arezzo, 1304/1374) conheceu o amor da sua vida, Laura Noves (1308/1348), casada com o marquês Hugo de Sade. Da paixão não correspondida, surgiram poemas belíssimos que se colocam em pé de igualdade com os do Mestre Dante Alighieri (Florença, 1264/Ravena, 1321) no que diz respeito à paixão do Mestre pela divina Beatriz. Beatriz & Laura acabam se tornando paradigmas das mulheres dignas de serem amadas como foram pelos os seus poetas e eles, Dante & Petrarca, paradigmas dos homens que se consumiram na paixão voraz de um amor lindo e puro, nunca concretizado. Segue abaixo o soneto deixado para nós, mortais, por Petrarca que retrata o dia em conheceu a sua amada Laura. Esse dia, para as pessoas bem educadas e formadas é chamado de Dia Mundial do Humanismo. É uma pena que para a maioria das pessoas, o 06/04/2009 não passará de uma reles segunda-feira. SONETO CCXI Vontade me estimula, Amor guia e habilita, Prazer me arrasta, Usança me transporta, Esperança me promete e reconforta e a destra, ao coração fadiga incita; e o infeliz a torna sem que reflita na nossa cega e desleal escolta: regemos o senso e a razão é morta; de um vago desejo outro ressuscita. Virtude, honra, beleza, ato gentil doces palavras com o belo ramo conto onde suavemente o coração seduz Mil trezentos e vinte e sete, em ponto Na primeira hora, o dia sexto de abril num dédalo entrei, onde erro sem luz.

Um comentário:

Mariko Kanyo Yoshida disse...

"Na minha opinião, o que nos difere dos animais, além da utilização da razão é a nossa capacidade quase insuportável de amar uma pessoa pelo resto da vida."
Infelizmente temos que admitir que somos animais também certo? E será que essa capacidade de amar (que sim, apenas alguns têm, feliz ou infelizmente, nem sei) que tanto nos distinguir de outros animais, valerá tanto a pena quando a história se encontra pejada de casos de quem sofra por amor? Mesmo que isso produza belos poemas/sonetos/composições bem como sonhos, alucinações, sentimentos mais do que irreais relacionados.... sofrimento... Valerá a pena... Não sei, gostava de saber... mas acabo por ter pena desses que não possuem a capacidade de amar assim, de certa forma...

Quanto ao dia do Humanismo; acho que era necessário que todos os dias fossem dedicados a algo tanto nobre quanto esse ideal...
Se todos forem estimulados a saber as grandes paixões da humanidade, sejam elas a objectivos, pessoas, ideais, lutas desesperadas, talvez se tornem mais humanos.... talvez...