"E éramos vivos como os mármores de entalhe
incrustações da pele lisa na luz rasa,
e, confundidos em ao outro, como a asa a
um céu vazio, povoávamos um vale
petrificados de explendores. Ao tocar-lhe
a estatuária magnífica, de brasa
e bronze vivo, eu penetrava numa casa
abandonada... É necessário que a alma fale
a língua morta dos heróis de Queronéia,
para tentar dizer, talvez nesse dialeto
de dois corpos tomados `a perfeição da Idéia,
aquele mundo estranho: eterno, longe, ereto.
De estatuária tumultuada, mas alheia.
Cheia de sol, mas como a rosa-do-deserto."
Bruno Tolentino
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