Chávez ameaça nacionalizar bancos que não emprestarem para pequenos produtores
Presidente diz que instituições privadas descumprem lei de política agrícola
EFE/OPERAMUNDI
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, advertiu neste domingo que pode nacionalizar os bancos privados que não acatarem seus planos de expandir a criação de gado e ordenou a citação dos bancos e de seus representantes.
Chávez fez referência aos três principais bancos privados da Venezuela: Banesco, Mercantil e o BBVA Banco Provincial.
"Começamos por esses três", e se for confirmado que não podem cumprir com a lei "repassem o banco, digam quanto vale que nacionalizamos de uma vez", disse em seu programa dominical "Alô Presidente".
O chefe de Estado fez a advertência após ser informado pelo vice-presidente do Executivo e desde hoje ministro da Pecuária, Elías Jaua, que os US$ 8,3 bilhões que os bancos privados deviam ter destinado no ano passado a empréstimos para as atividades agrícolas e para a criação de gado foram dirigidos aos grandes produtores, em menosprezo aos pequenos e médios.
"Ligue para os presidentes dos bancos Provincial, Banesco e Mercantil e diga que a vice-presidência da República quer falar com eles, mas não caiam em falsas adulações (pretextos)", porque eles usam de "mil e uma desculpas" para descumprir a lei, reiterou Chávez.
Ele ordenou a Jaua que lembre aos banqueiros o que diz a lei "nos próximos dias" para que os recursos que devem ser destinados aos empréstimos para o setor sejam destinados.
"Estamos fazendo isso no caso da habitação", porque da mesma forma que agora "financiavam somente os grandes" e em alguns casos "emprestavam para a fraude". A fraude a que se refere o presidente diz respeito a não entrega de apartamentos comprados pelos particulares e a cobrança de três vezes o valor (do imóvel), sustentou.
"Isto é para protegê-los, para protegê-los de Chávez, porque eu estou disposto, se eles não cumprirem, a nacionalizar esses bancos; não tenho nenhum problema" nisso, ressaltou e lembrou que há alguns anos comprou o grupo espanhol Santander e o Banco da Venezuela.
"Pagamos aos donos o preço que valia esses bancos e em dois anos recuperamos o investimento. Para que os senhores vejam o ganho que é ter um banco", destacou o presidente.
No entanto, disse que a intenção de sua gestão é "trabalhar em parceria, coordenação e cooperação com os bancos privados".
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