sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

FEDERICO GARCIA LORCA

Eu a vi passar por meus jardins quando a aminha alma era luz da luz. Eu a vi mirar o berço onde a Luxúria morde as crinas. Eu a vi rezar na penumbra no altar dos sacros martírios, azul e pálida como os lírio, com a luz de meu peito que a ilumina. Nunca mais a vereis, pois minha alma já entrou no reino do prazer sombrio, jardim sem lua, sem paixão, sem flores. Murchou a flor; e acalmou-se minha ilusão. Já longínquo o vozerio, o coração penetrou nas dores.

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