Há muito tempo, existia uma criatura ranzinza, que se parecia comigo (então, devia ser feia como o diabo!) e tinha o meu nome. Num belo dia, viu um filme singelo, tocante, pungente, até.
Nele, um trecho da vida de Pablo Neruda ("O Poeta do Amor") era contado. Misturando imaginação e poesia, o filme não saiu da memória da triste criatura.
Como Deus, após deixá-lo anos na solidão do mais cruel dos desertos, se apiedou dele,deu-lhe uma nova chance!
Rapidamente, como um raio inesperado num céu de estrelas, ele se transformou: despiu-se da tristeza, deu adeus a tudo o mais e passou a dedicar-se a uma única coisa: a amar!
Sua memória fotográfica foi capaz de postar esse belo poema do poeta maior, que veio do Chile adoçar os nossos corações!
"Desnuda és tão simples como uma das tuas mãos,
lisa, terrestre, mínima, redonda, transparente,
tens linhas de lua, caminhos de maçãs,
desnuda és delgada como o trigo desnudo.
Desnuda, és azul como a noite em Cuba,
tens trepadeiras e estrelas nos cabelos.
Desnuda és enorme e amarela como o verão
numa igreja de ouropel."
Hoje, ele fica ressabiado e pensa se o poeta conheceu um dia a sua amada...
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