sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vagos pensamentos, recordações doloridas

Só, assusto-me
Com a solidão que me foi imposta e que
Sou em grande parte responsável.
Pensei, então, que
Poderia drenar as
Minhas dores
Através dos versos,
Tolo!
Essa dor que sinto
Não pode ser vertida em palavras,
E foi tolice minha,
Imaginar que poderia encarcerá-la
Na jaula da poesia.
A memória, sua parceira na maldade,
Impede-me de fazê-lo.
Da minha menina,
Sorrio sozinho, toda vez
que lembro do sorriso dela;
Às vezes, me pego
Tentando captar o seu perfume
Habitante dos labirintos da minha memória;
Surpreendo-me,
esfregando as pontas dos dedos,
Tentando,
Ao menos resgatar, o pouco que fosse,
Daquela anatomia de felina
De corpo branco, magro e menina
Que deslizava pelos recôndítos espaços,
limitados
pelos nossos lençóis,
em completo desarranjo.
Enlouquecido, corro de um poema a outro
Sem saber se um dia,
ela irá voltar.

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