Depois de postar dois monumentos da arte de amar, deixo aqui o humilde testemunho do meu amor por uma bela menina, cujo caminho um dia cruzou o meu, e, num átimo de segundo, os nossos olhos se encontraram e ela casta abaixou os seus, e enrubesceu (enrubesce fácil, até hoje, a minha menina). Ali estava a motivação da minha "Vita Nuova", que se renova com mais força, a cada instante de vida.
Uma flor selvagem, à espera de alguém que a veja, sinta o seu frescor de juventude e a admire como deve ser admirada. Uma pedra bruta à espera de um lapidador à altura do seu esplendor de diamante.
Uma menina, simples, de sorriso doce e meigo que estava então à espera, para consertar o meu coração em pedaços.
"Continuo te amando, incondicionalmente,
mesmo que digas o contrário,
teus olhos me desejam e tuas mãos brancas e delicadas,
tocam com os teus dedos finos e longos,
o meu corpo desejoso do teu.
Sinto ao me aproximar de ti, o cheiro do teu corpo
prenhe de sentimentos.
Mas o amor, como toda coisa gostosa e doída,
tem os seus percalços.
A distância, as águas inquietas do oceano da vida,
os náufragos que teimam
em se agarrar a nós sobreviventes.
E , piedosos, deixamo-nos agarrar e
nos debatemos para não ir ao fundo.
"Ah!, eu me agarrava a ela porque não tinha mais ninguém..."
Sim, nos dispomos a recolher os destroços de naufrágios alheios.
Claro, salvaremos esses náufragos que se agarraram a nós
numa época distante,
de distantes mares e lugares além do nosso conhecimento.
Mas como uma fruta, o nosso querer,
se tranforma a cada intante
de estio, em uma fruta madura.
Agora, é amor, puro, doce e desprovido de qualquer outra intenção.
Disposto a tão somente a amar.
Amor sensual, de toques, beijos, suspiros,suores e desejos.
Amor fraternal, de amigo, irmão, de preocupação um com o outro.
Esse amor se completará e, maduro, será no devido tempo, colhido por nós.
Numa conunhão de almas que se entrelaçaram há muito tempo.
Sua semente,
plantada no ventre liso e fértil, gerará novas árvores, sentimentos e frutos
e o ciclo se tornará eterno.
Como prometi hoje,
olhando nos teus doces olhos de menina-flor,
deixarei aqui, de cantar o nosso amor.
Salve os teus náufragos.
Quedo, estarei sempre próximo de ti,
ao primeiro sinal teu,
estenderei a minha mão e
te salvarei de se afogar no oceano do meu desejo."
Paulo Mello
PS.: escrevi este filhote de pensamento, hoje, no vazio que existe entre as aulas e períodos letivos.
Espero não te decepcionar tanto. Mas o sentimento falou mais alto.
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