Trompe L'oeil
"Nosso amor, como tudo nesta vida:
faz-de-conta, um bordado de miçangas
num trapo fabuloso entre varandas
pintadas em paredes sem saída...
É assim que me apareces, rodas, andas
e eu sigo em tertúlias e quadrilhas
onde o amor é a aquarela das sibilas.
Mas olha como o vento enfuna as mangas
fictícias, pintadas na cal virgem
da perfeita mansão avarandada
que eu fabrico de sonho, de vertigem,
de desespero... O vento vem do nada
e ao nada leva tudo, a cor pintada
e o nosso vago amor voltando à origem..."
Bruno Tolentino
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