A folha de São Paulo, deste Domingo, 21 de fevereiro de 2010, trouxe um caderno especial sobre a sexualidade do brasileiro doze anos após ter realizada uma pesquisa sobre o mesmo assunto.
A falta de parâmetros leva ainda muita gente boa a confundir amor e sexo.
Lembro-me do lançamento pela Cia. das Letras, organizado pelo Ruy Castro três livros de crônica de Nelson Rodrigues (1912/1980): O Óbvio Ululante, A Cabra Vadia e O Reacionário.
As idéias de Nelson Rodrigues poderiam ser polêmicas (e eram), mas nunca poderiam ser mandadas "à pata que o lambeu".
Leia os exemplos:
"...o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca u idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente não pensava. Os "melhores" pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Devemos a Marx o formidável despertar dos idiotas.
Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. Houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas."
Se nós voltarmos os nossos olhos para o Congresso Nacional, nossas Assembléias Legislativas, nossas Câmaras Municipais e o nosso executivo, podemos perceber o efeito deletério da participação dos idiotas na nossa política.
Sobre os intelectuais e a inteligência:
"Os intelectuais. Esses desempenham um apagado e vil papel. Servem os moços com a mais deslavada subserviência. Se existissem carruagens, um cabeludo da PUC, na hora de sair, diria: Mande atrelar um arquiteto, um sociologo, um romancsta, um poeta, um ensaísta e um cineasta."
Poderia completar a lista com os compositores "cabeça" e o trecho estaria atualizado.
"O que mais espanta em tudo isso é o papel da inteligência. Sim, como age, como reage a intelígência. O homem comum pensa que o intelectual pensa. Ilusão. A inteligência não pensa mais. Vive a lamber as botas dos idiotas como uma cadelinha amestrada."
Diga-me o nome do Ministro da Cultura. O Ministro da Educação. é, nada mais a acrescentar.
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