Três bancos estrangeiros já pagaram o correspondente a R$ 147 milhões em multas por terem ajudado Maluf a lavar dinheiro; e ele continua solto e é deputado!
Reinaldo Azevedo - VEJA
Um evento meio descolado dos graves fatos em curso dá o que pensar, não é? Os bancos Citibank e UBS se comprometeram a pagar, respectivamente, US$ 15 milhões e US$ 10 milhões — 90% do valor será transferido aos cofres municipais — a título de indenização por terem ajudado Paulo Maluf, hoje deputado federal (PP-SP), a lavar dinheiro desviado dos cofres da cidade de São Paulo. O valor corresponde a R$ 81,5 milhões.
No ano
passado, foi a vez de o Deutsche Bank fazer o mesmo, aí num montante de
US$ 20 milhões. O total já chega a R$ 147 milhões.
Todos
vocês sabem que não compactuo com eventuais voluntarismos de juízes e
procuradores. Não acredito em saídas fora do Estado de Direito. Mas
vamos ser claros?
Se, por um
lado, Maluf pode ser considerado um amador e um lobo solitário quando
comparado aos profissionais do PT, por outro, não é menos verdade que é
caudatário do país da impunidade — quando os tribunais eram usados
apenas como palco de chicanas.
Três
bancos devolvem aos cofres públicos nada menos de R$ 147 milhões A
TITULO DE MULTA por terem ajudado Maluf a lavar dinheiro, mas o doutor,
ora vejam, não está no xilindró. Nas eleições municipais de 2012, nós
ainda o vimos posando no jardim de sua mansão ao lado do então candidato
do PT à Prefeitura (justamente o ente que tinha sido roubado), Fernando
Haddad, e de Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o
dinheiro agora pago por Citibank e UBS, a Prefeitura diz que vai
construir 20 creches e comprar o polêmico terreno da rua Augusta para a
construção de um parque.
Segundo o
Ministério Público, US$ 340 milhões ligados às empresas de Maluf já
foram bloqueados. As ações de repatriamento estão em curso.
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