Luis Macedo /Camara dos Deputados | ||
O presidente interino da Câmara Waldir Maranhão |
A informação foi confirmada à Folha por três fontes da Câmara e uma do governo. O encontro com Cardozo ocorreu na noite deste domingo (8) após Maranhão retornar a Brasília na companhia do governador Dino.
Segundo um interlocutor de Maranhão, "desde a manhã de quinta-feira" (5), quando tomou posse interina na presidência da Câmara, Maranhão tem estudado a hipótese da anulação do impeachment e conversou "diversas vezes" com Cardozo.
Flávio Dino, por sua vez, admitiu nesta segunda ter dado conselhos a Maranhão. O governador afirmou em suas redes sociais que é "natural que o deputado Waldir Maranhão, sendo do meu Estado, peça minha opinião sobre temas relevantes. Como eu peço a ele também".
O governador é um dos principais porta-vozes do movimento de governadores contra o impeachment e foi o responsável por virar o voto de Maranhão de a favor para contra o afastamento na véspera da votação na Câmara.
Dino ainda defendeu o teor da decisão de Maranhão e voltar a falar que os defensores do impeachment trabalham por um "golpe".
"Juridicamente, a decisão do deputado Waldir Maranhão é centenas de vezes mais consistente do que o pedido do tal 'impeachment'", disse Dino.
Procurado pela Folha, o governador negou que tenha redigido a decisão apresentada por Maranhão. "Não, não escrevi nada. Absurdo isso", disse à reportagem.
Maranhão, que é veterinário, não pediu ajuda à assessoria da Câmara ou a seus advogados para redigir a peça que anulou a sessão do impeachment.
A área técnica da Câmara considerou um equívoco o despacho do presidente interino da Casa.
RETALIAÇÃO
Além das razões objetivas apontadas em nota à imprensa divulgada no início da tarde desta segunda-feira (9), também pesaram na decisão de Waldir Maranhão questões regionais. Após ter votado contra o impeachment de Dilma, no dia 17 de abril, Maranhão sofreu forte retaliação do presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), favorável ao afastamento da presidente.
No dia seguinte à votação, Nogueira determinou uma intervenção no diretório estadual do PP maranhense, até então presidido por Maranhão. Diversos apoiadores do presidente interino da Câmara na sigla estadual tiveram sua funções alteradas no diretório, perdendo prestígio e poder.
Nos últimos anos Maranhão também se tornou adversário político do grupo político do ex-presidente José Sarney, cujo partido, o PMDB, apoia o impeachment e a posterior posse do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).
A Folha procurou a assessoria de Cardozo, que não respondeu o questionamento até a publicação desta reportagem.
A reportagem também apurou que Maranhão não pediu o auxílio de técnicos da Câmara para elaborar seu parecer, o que reforça a tese de que ele discutiu o assunto com o AGU.
Segundo um interlocutor de Maranhão, "desde a manhã de quinta-feira" (5), quando tomou posse interina na presidência da Câmara, Maranhão tem estudado a hipótese da anulação do impeachment e conversou "diversas vezes" com Cardozo.
Flávio Dino, por sua vez, admitiu nesta segunda ter dado conselhos a Maranhão. O governador afirmou em suas redes sociais que é "natural que o deputado Waldir Maranhão, sendo do meu Estado, peça minha opinião sobre temas relevantes. Como eu peço a ele também".
O governador é um dos principais porta-vozes do movimento de governadores contra o impeachment e foi o responsável por virar o voto de Maranhão de a favor para contra o afastamento na véspera da votação na Câmara.
Dino ainda defendeu o teor da decisão de Maranhão e voltar a falar que os defensores do impeachment trabalham por um "golpe".
"Juridicamente, a decisão do deputado Waldir Maranhão é centenas de vezes mais consistente do que o pedido do tal 'impeachment'", disse Dino.
Procurado pela Folha, o governador negou que tenha redigido a decisão apresentada por Maranhão. "Não, não escrevi nada. Absurdo isso", disse à reportagem.
Maranhão, que é veterinário, não pediu ajuda à assessoria da Câmara ou a seus advogados para redigir a peça que anulou a sessão do impeachment.
A área técnica da Câmara considerou um equívoco o despacho do presidente interino da Casa.
RETALIAÇÃO
Além das razões objetivas apontadas em nota à imprensa divulgada no início da tarde desta segunda-feira (9), também pesaram na decisão de Waldir Maranhão questões regionais. Após ter votado contra o impeachment de Dilma, no dia 17 de abril, Maranhão sofreu forte retaliação do presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), favorável ao afastamento da presidente.
No dia seguinte à votação, Nogueira determinou uma intervenção no diretório estadual do PP maranhense, até então presidido por Maranhão. Diversos apoiadores do presidente interino da Câmara na sigla estadual tiveram sua funções alteradas no diretório, perdendo prestígio e poder.
Nos últimos anos Maranhão também se tornou adversário político do grupo político do ex-presidente José Sarney, cujo partido, o PMDB, apoia o impeachment e a posterior posse do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).
A Folha procurou a assessoria de Cardozo, que não respondeu o questionamento até a publicação desta reportagem.
A reportagem também apurou que Maranhão não pediu o auxílio de técnicos da Câmara para elaborar seu parecer, o que reforça a tese de que ele discutiu o assunto com o AGU.
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