Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), também tem uma leitura correta de por que as Forças Armadas brasileiras não se bolivarianizam. Bem que o PT queria...
Reinaldo Azevedo - VEJA
Texto publicado na Folha de hoje me deixa um pouco mais tranquilo. Segundo leio lá, “o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) o general Sérgio Etchegoyen, 64, faz parte de uma ala do Exército que vê com preocupação as manifestações do MST e de outros grupos” de esquerda.
Que bom! Eu também vejo. E isso é tanto melhor quando se sabe que o general é o responsável pelo Plano de Defesa Nacional que, “sob seu comando, está a Abin (Agência Brasileira de Informação), que será usada para cumprir a missão que o general recebeu: monitorar os movimentos de esquerda.”
Bem, meus caros, dizer o quê? Viva, então, o general Etchegoyen se fosse esse o seu, digamos assim, grande defeito, não é mesmo?
Acho, sim,
que o MST e outros movimentos de esquerda têm de preocupar a autoridade
responsável pelo Plano de Defesa Nacional. Não é segredo para ninguém
que esses grupelhos anunciaram que iriam tentar impedir Michel Temer de
governar, certo?
Como ele é
o presidente legal do Brasil, ungido pela Constituição democrática de
1988, a esquerdalha está anunciando que não vai respeitar a lei. Mais
pode ser lembrado: ouvimos ou não ouvimos, dentro do Palácio do
Planalto, um sindicalista pregar a luta armada?
O general,
ademais, dá mostras de conhecer o seu ofício. Ao se referir ao regime
bolivariano da Venezuela, disse: “O bolivarianismo só dá certo na
Venezuela pelo baixo nível de suas Forças Armadas. No Brasil, criamos um
modelo de convívio entre Forças Armadas, o governo e a sociedade. As
Forças Armadas não oferecem ameaça à sociedade e assim vão continuar.”
Só me resta aplaudir o general Sérgio Etchegoyen?
Ah, sim:
lembrem-se de que em sua mais aloprada e recente resolução, o PT
lamentou não ter “bolivarianizado” as Forças Armadas. Segundo o partido,
os governos petistas deveriam ter promovido só generais identificados
com a causa das siglas.
Acho que as Forças Armadas são imunes a esse tipo de vagabundagem.
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