Vazamentos, não resta já a menor dúvida, buscam inviabilizar o governo Temer. Houvesse crime, tudo certo! Mas não há! É só a aposta no caos
Reinaldo Azevedo - VEJA
Embora não
haja crime nenhum na sua conversa com Machado, fica a clara sugestão de
que ele achava que o governo Temer poderia dar uma contornada na
Lava-Jato. Não poderia. Mas e daí? Também me opus de maneira clara é
inequívoca à condução do sr. André Moura (PSC-SE) à liderança do governo
na Câmara.
Mas e
quanto a Fabiano Silveira, novo ministro da Transparência? Novas fitas
de Machado registram uma conversa havida há mais de três meses em que o
agora titular da pasta dá dicas jurídicas ao próprio Machado e a Renan.
ATENÇÃO! Ele não sugere nenhuma ilegalidade. Ao contrário: recomenda,
num dos casos, que se respeitem os ritos da Procuradoria-Geral da
República.
É
impressionante o que está em curso. Acusa-se a existência de uma
conspiração com base em conversas gravadas, sem que haja, no entanto, o
menor indício de que eventuais intenções se transformaram em gestos. Ou
há algum indicio de interferência na Lava-Jato? Na conversa em que
aparece a fala de Silveira, há apenas a recomendação de que se siga a
lei.
Tenham
paciência! Agora fico sabendo que diretores regionais do ministério
estão se demitindo. Há quem fale em greve. É claro que se trata do PT
agindo nos bastidores para inviabilizar o governo.
Quem quer
que tenha usado Machado para blindar a Lava-Jato de eventuais
interferências políticas está fazendo um mal imenso ao país. Advogados,
procuradores, delegados da PF e o próprio Rodrigo Janot sabem que não há
crime nenhum ali.
Nesta
segunda, aliás, vieram a público detalhes da delação do ex-deputado
Pedro Correa. Ele deixou claro: Lula sempre soube de tudo e sempre
esteve no comando. Ainda voltarei ao assunto.
É verdade.
Esteve e ainda está à frente de um dos três polos de poder que há hoje
no Brasil: o governo oficial, de Temer; o governo clandestino, o do PT. E
o governo oculto, mas que hoje determina o que acontece com o país: a
Lava-Jato.
Está
claro, hoje, que só a operação pode manter a operação nos limites da
legalidade. No ritmo em que alguns pretendem que as coisas caminhem, vai
nos restar a criação de um Comitê de Salvação Pública. Quem se
candidata a ser o Robespierre? Quem vai decidir quais cabeças devem ser
cortadas em processos extrajudiciais?
E pensar
que celerados de extrema-direita e de extrema-esquerda defendem um
regime plebiscitário, em que tudo se defina na praça, na base do berro…
Nenhum comentário:
Postar um comentário