Divulgação | ||
O ex-jogador de futebol Tostão, dono de um 'burrofone' |
"Só uso o celular para telefonar e receber chamadas. Às vezes recebo
mensagens, mas nunca mando. Isso [o smartphone] não me faz falta", diz
Tostão pelo seu "burrofone" (dumbphone, em inglês).
Pode parecer raro, mas Tostão representa uma quantidade considerável de pessoas avessas à tal tecnologia. Aproximadamente 25% das linhas móveis ainda permanecem restritas a chamadas de voz -o máximo em tecnologia são mensagens SMS.
Dados da Anatel mostram que, em março, 62,7 milhões de linhas móveis operavam em "burrofones", ou seja, trabalhavam via 2G -sem acesso à internet.
Em um mercado quase saturado -as vendas de smartphones caíram 13,4% no país em 2015- e em meio a uma recessão econômica, que inviabiliza uma forte expansão, a disputa pela modernização desse nicho "parado no tempo" ganha importância.
"Nós vivemos uma transição em que a receita de voz cai muito. Então, há essa tentativa de estimular a migração para incentivar a compra de pacote de dados", afirma Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco.
Segundo a Folha apurou, a alta na receita das operadoras pode chegar a 50% na comparação entre um pacote de voz e um de voz mais dados. As quatro grandes operadoras do país reconhecem os esforços em avançar ante os 25% resistentes.
"Geralmente, clientes que passam a ter uma melhor experiência com o uso da internet contratam pacotes de dados e, logo, geram mais receitas", disse a Vivo, em nota.
Além do aumento de receita, há a necessidade de remanejar investimentos, de acordo com Ricardo Distler, diretor-executivo da consultoria Accenture.
ESTRATÉGIAS
O mercado sabe que há três motivos principais para o alto percentual de "burrofones" no país: preço dos aparelhos, falta de conhecimento e problemas no sinal.
"A primeira barreira é o preço. Por isso, buscamos negociar com fabricantes um aparelho de entrada a preços acessíveis", afirma Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Claro.
A Oi aposta em planos que oferecem dinheiro para aparelhos usados.
"Isso visa tornar o processo de troca de tecnologia mais rápido, agrega receita de dados e melhora a experiência de uso", afirma Roberto Guezburger, diretor de produtos e mobilidade da Oi.
A Vivo também apela a descontos em novos aparelhos, enquanto a TIM promove workshops com aulas para demonstrar a funcionalidade dos smartphones.
SEM ACESSO
De acordo com analistas, as regiões que concentram o maior percentual de linhas 2G são as de menor renda e pior qualidade no serviço oferecido pelas empresas.
É consenso que a dificuldade em encontrar sinal inviabiliza a chegada de mais smartphones a tais locais.
"Regiões de menor renda tipicamente têm menor participação em razão das dificuldades do sinal", afirma Guezburger, da empresa Oi.
Mesmo com a expansão do 3G e do 4G no país, em 2016 cerca de 550 cidades ainda recebem apenas o sinal 2G
-praticamente todas no interior do Brasil, segundo dados disponibilizados pela Anatel.
Pode parecer raro, mas Tostão representa uma quantidade considerável de pessoas avessas à tal tecnologia. Aproximadamente 25% das linhas móveis ainda permanecem restritas a chamadas de voz -o máximo em tecnologia são mensagens SMS.
Dados da Anatel mostram que, em março, 62,7 milhões de linhas móveis operavam em "burrofones", ou seja, trabalhavam via 2G -sem acesso à internet.
Em um mercado quase saturado -as vendas de smartphones caíram 13,4% no país em 2015- e em meio a uma recessão econômica, que inviabiliza uma forte expansão, a disputa pela modernização desse nicho "parado no tempo" ganha importância.
"Nós vivemos uma transição em que a receita de voz cai muito. Então, há essa tentativa de estimular a migração para incentivar a compra de pacote de dados", afirma Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco.
Segundo a Folha apurou, a alta na receita das operadoras pode chegar a 50% na comparação entre um pacote de voz e um de voz mais dados. As quatro grandes operadoras do país reconhecem os esforços em avançar ante os 25% resistentes.
"Geralmente, clientes que passam a ter uma melhor experiência com o uso da internet contratam pacotes de dados e, logo, geram mais receitas", disse a Vivo, em nota.
Além do aumento de receita, há a necessidade de remanejar investimentos, de acordo com Ricardo Distler, diretor-executivo da consultoria Accenture.
ESTRATÉGIAS
O mercado sabe que há três motivos principais para o alto percentual de "burrofones" no país: preço dos aparelhos, falta de conhecimento e problemas no sinal.
"A primeira barreira é o preço. Por isso, buscamos negociar com fabricantes um aparelho de entrada a preços acessíveis", afirma Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Claro.
A Oi aposta em planos que oferecem dinheiro para aparelhos usados.
"Isso visa tornar o processo de troca de tecnologia mais rápido, agrega receita de dados e melhora a experiência de uso", afirma Roberto Guezburger, diretor de produtos e mobilidade da Oi.
A Vivo também apela a descontos em novos aparelhos, enquanto a TIM promove workshops com aulas para demonstrar a funcionalidade dos smartphones.
SEM ACESSO
De acordo com analistas, as regiões que concentram o maior percentual de linhas 2G são as de menor renda e pior qualidade no serviço oferecido pelas empresas.
É consenso que a dificuldade em encontrar sinal inviabiliza a chegada de mais smartphones a tais locais.
"Regiões de menor renda tipicamente têm menor participação em razão das dificuldades do sinal", afirma Guezburger, da empresa Oi.
Mesmo com a expansão do 3G e do 4G no país, em 2016 cerca de 550 cidades ainda recebem apenas o sinal 2G
-praticamente todas no interior do Brasil, segundo dados disponibilizados pela Anatel.
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