José Paulo Cavalcanti Filho - Blog do Noblat
Pabblo Neruda, prêmio Nobel de literatura em 1971, é autor de um curioso Libro de las Preguntas.
Nesse poeta, nascido Ricardo Eliécer Neftali Reys Basoalto, nem tudo é
óbvio. E, no livro em que há só perguntas, algumas até poderiam ter
ligação com os novos tempos. Como “Achas que o luto antecipa a bandeira
de teu destino?”. Ou “Por que fechei os meus caminhos?”. Ou “Devo
escolher esta manhã entre o céu e o mar, tudo ou nada?”. Imagino dito
Neruda passeando no Brasil de hoje. Que perguntas faria?, por aqui.
Entre outras, quem sabe as seguintes:
Fato. A partir de 2013, milhões de brasileiros pediram nas ruas uma política mais limpa. Sem réus da Lava Jato agindo livremente no governo. Muitos com Lula. Hoje presos. Ou sendo processados. Outros muitos com Dilma, no caminho da prisão. PERGUNTA. “E como é que o governo Temer, sabendo desse anseio público por limpeza, teve a coragem (ou a insensatez) de nomear tantos investigados (7, em 23) para seu ministério?”
Fato. O cineasta Kleber Mendonça Filho exerce função de confiança (sem concurso público) na Fundação Joaquim Nabuco. Bem remunerada. Em Cannes, se sentiu à vontade para atender pedido de alguns membros do governo Dilma (que o contratou). E fez um estrondoso protesto com o “golpe”. PERGUNTA. “O cineasta, que não renunciou a seu emprego, se sente à vontade para exercer um cargo de confiança no governo Temer?”
Fato. O diretor de teatro Aderbal Freire Jr., casado com Marieta Severo, segundo a Folha de São Paulo ganha por mês 91 mil reais na TV Brasil. Vai perder a boquinha, com certeza. E escreveu, na mesma Folha, violentíssimo artigo contra o “golpe”. PERGUNTA. “O bom jornalismo não exigiria do diretor, nesse artigo, informar ao leitor (não fez isso) que tinha contrato com o governo Dilma em tão alto montante?”
Fato. O Ministro Romero Jucá já saiu. Nada contra. PERGUNTA. “Pensando bem, deveria ter sido nomeado para o cargo?”.
Fato. Com exceção da França, nenhum país importante do mundo tem um ministério só para cuidar da Cultura. PERGUNTA. “Não ter um ministério específico para a Cultura seria prova de que o governo, qualquer governo, não quer prestigiar a Cultura?”
Fato. A Petrobrás foi destroçada por decisões gerenciais lamentáveis e uma corrupção mastodôntica. Agora, vai ser presidida por um técnico reconhecidamente competente e correto. Pedro Parente. E os sindicatos petroleiros, que antes mantinham um silêncio cúmplice com tantos desmandos, são contra. PERGUNTA. “Onde estavam os sindicatos no tempo em que a Petrobrás foi assaltada? Só agora decidem protestar? E logo contra um homem de bem?”
Fato. Maradona publica foto junto a camisa da seleção brasileira com o número 18 nas costas. 2018, imagina-se. Apoiando Lula e Dilma. PERGUNTA. “Depois disso, Lula e Dilma têm salvação?”
E vamos parar por aqui. Faltando só lembrar verso de Neruda em 20 poemas de amor e uma canção desesperada: “É hora de partir, oh abandonado”. O vaticínio já valeu para Dilma, claro. Problema para o novo governo é que, se nada começar a melhorar, pode mais tarde valer também para Temer.
Fato. A partir de 2013, milhões de brasileiros pediram nas ruas uma política mais limpa. Sem réus da Lava Jato agindo livremente no governo. Muitos com Lula. Hoje presos. Ou sendo processados. Outros muitos com Dilma, no caminho da prisão. PERGUNTA. “E como é que o governo Temer, sabendo desse anseio público por limpeza, teve a coragem (ou a insensatez) de nomear tantos investigados (7, em 23) para seu ministério?”
Fato. O cineasta Kleber Mendonça Filho exerce função de confiança (sem concurso público) na Fundação Joaquim Nabuco. Bem remunerada. Em Cannes, se sentiu à vontade para atender pedido de alguns membros do governo Dilma (que o contratou). E fez um estrondoso protesto com o “golpe”. PERGUNTA. “O cineasta, que não renunciou a seu emprego, se sente à vontade para exercer um cargo de confiança no governo Temer?”
Fato. O diretor de teatro Aderbal Freire Jr., casado com Marieta Severo, segundo a Folha de São Paulo ganha por mês 91 mil reais na TV Brasil. Vai perder a boquinha, com certeza. E escreveu, na mesma Folha, violentíssimo artigo contra o “golpe”. PERGUNTA. “O bom jornalismo não exigiria do diretor, nesse artigo, informar ao leitor (não fez isso) que tinha contrato com o governo Dilma em tão alto montante?”
Fato. O Ministro Romero Jucá já saiu. Nada contra. PERGUNTA. “Pensando bem, deveria ter sido nomeado para o cargo?”.
Fato. Com exceção da França, nenhum país importante do mundo tem um ministério só para cuidar da Cultura. PERGUNTA. “Não ter um ministério específico para a Cultura seria prova de que o governo, qualquer governo, não quer prestigiar a Cultura?”
Fato. A Petrobrás foi destroçada por decisões gerenciais lamentáveis e uma corrupção mastodôntica. Agora, vai ser presidida por um técnico reconhecidamente competente e correto. Pedro Parente. E os sindicatos petroleiros, que antes mantinham um silêncio cúmplice com tantos desmandos, são contra. PERGUNTA. “Onde estavam os sindicatos no tempo em que a Petrobrás foi assaltada? Só agora decidem protestar? E logo contra um homem de bem?”
Fato. Maradona publica foto junto a camisa da seleção brasileira com o número 18 nas costas. 2018, imagina-se. Apoiando Lula e Dilma. PERGUNTA. “Depois disso, Lula e Dilma têm salvação?”
E vamos parar por aqui. Faltando só lembrar verso de Neruda em 20 poemas de amor e uma canção desesperada: “É hora de partir, oh abandonado”. O vaticínio já valeu para Dilma, claro. Problema para o novo governo é que, se nada começar a melhorar, pode mais tarde valer também para Temer.
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