ERICA FRAGA - FSP
O que já sabemos sobre o comportamento da economia brasileira no primeiro trimestre de 2016 mostra um quadro assustador
A taxa de desemprego atingiu 10,9%; 409 empresas pediram falências ou
concordatas contra 191 nos primeiros três meses de 2015; a produção industrial despencou 11,7% em relação a igual período do ano passado (e cai há 25 meses na base de comparação anual).
Essa soma de indicadores ruins poderia indicar que a doença da economia brasileira já está mais para depressão -enfermidade ainda mais grave- do que para recessão.
Mas o retrato muito negativo esconde sinais incipientes de que talvez tenhamos atingido o fundo do poço. Na linguagem de economistas, há indicadores de estabilização no horizonte.
Isso não impediria novas contrações do PIB (Produto Interno Bruto) tanto no primeiro quanto no segundo trimestres deste ano. Mas, se essa tendência se mantiver, é possível que a saúde geral da economia pare de piorar.
Os próprios dados da produção industrial, divulgados nesta terça-feira pelo IBGE, indicaram o melhor desempenho do indicador em relação ao mês imediatamente anterior (descontados efeitos sazonais) desde julho de 2014.
Houve expansão em março de 1,4% na comparação com fevereiro. Metade dos 24 setores pesquisados teve melhora na passagem para o terceiro mês do ano.
A alta de 4,6% na fabricação de produtos alimentícios mais do que compensou, por exemplo, a queda de 2,1% acumulada entre janeiro e fevereiro, segundo o Bradesco. A produção de maquinas e equipamentos avançou 8,6%.
Esses resultados se seguiram a discretas melhoras nos indicadores de confiança de consumidores e empresários em relação ao futuro.
Embora ambos permaneçam em patamar histórico muito baixo, podem apontar uma moderada reversão no comportamento de cortes de gastos e investimentos.
Economistas não cansam de dizer que a confiança é fundamental para a recuperação e o crescimento.
Em entrevista recente à Folha, o economista Antonio Delfim Netto resumiu isso assim: crescimento é um estado de espírito, só cresce quem acha que vai crescer. E ressaltou que, no Brasil, isso havia se perdido.
Um provável governo de Michel Temer pode se beneficiar do início de reversão dessa perda. A velocidade da recuperação da economia e a sustentabilidade dessa tendência dependerão, no entanto, das reformas que serão feitas para corrigir os muitos problemas de origem da crise atual, que permanecem, em sua maioria, intocados.
Essa soma de indicadores ruins poderia indicar que a doença da economia brasileira já está mais para depressão -enfermidade ainda mais grave- do que para recessão.
Mas o retrato muito negativo esconde sinais incipientes de que talvez tenhamos atingido o fundo do poço. Na linguagem de economistas, há indicadores de estabilização no horizonte.
Isso não impediria novas contrações do PIB (Produto Interno Bruto) tanto no primeiro quanto no segundo trimestres deste ano. Mas, se essa tendência se mantiver, é possível que a saúde geral da economia pare de piorar.
Os próprios dados da produção industrial, divulgados nesta terça-feira pelo IBGE, indicaram o melhor desempenho do indicador em relação ao mês imediatamente anterior (descontados efeitos sazonais) desde julho de 2014.
Houve expansão em março de 1,4% na comparação com fevereiro. Metade dos 24 setores pesquisados teve melhora na passagem para o terceiro mês do ano.
A alta de 4,6% na fabricação de produtos alimentícios mais do que compensou, por exemplo, a queda de 2,1% acumulada entre janeiro e fevereiro, segundo o Bradesco. A produção de maquinas e equipamentos avançou 8,6%.
Esses resultados se seguiram a discretas melhoras nos indicadores de confiança de consumidores e empresários em relação ao futuro.
Embora ambos permaneçam em patamar histórico muito baixo, podem apontar uma moderada reversão no comportamento de cortes de gastos e investimentos.
Economistas não cansam de dizer que a confiança é fundamental para a recuperação e o crescimento.
Em entrevista recente à Folha, o economista Antonio Delfim Netto resumiu isso assim: crescimento é um estado de espírito, só cresce quem acha que vai crescer. E ressaltou que, no Brasil, isso havia se perdido.
Um provável governo de Michel Temer pode se beneficiar do início de reversão dessa perda. A velocidade da recuperação da economia e a sustentabilidade dessa tendência dependerão, no entanto, das reformas que serão feitas para corrigir os muitos problemas de origem da crise atual, que permanecem, em sua maioria, intocados.
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