domingo, 24 de abril de 2016

Será o cuspe a arma revolucionária do século XXI?
Lucas Berlanza - Sentinela Lacerdista
Senhoras e senhores, houve um tempo.
Houve um tempo em que os fundadores do delírio socialista, pelo menos, adornavam de grandeza as suas pretensões genocidas.
Houve um tempo em que a “companheirada” revolucionária cerrava fileiras em torno do sonho da revolta das classes, da reação do proletariado, do triunfo das massas trabalhadoras, indo às armas contra a “tirania capitalista”.
Houve um tempo em que, depois de os jacobinos aterrorizarem as elites com a gloriosa invenção revolucionária da guilhotina, os bolcheviques assombraram a Rússia e terminaram à base de músculos o reinado dos czares.
Houve um tempo em que os malditos ianques e os malditos ditadores capitalistas eram desafiadas pelas organizadas guerrilhas, treinadas em Cuba, auxiliadas pelo Komintern, inspiradas na poderosa China de Mao e sua Revolução Cultural, não importava; o fato é que pegavam em armas e se arriscavam, davam suas vidas em nome da “nobre causa revolucionária”.
Houve um tempo em que a palavra comunismo inspirava o temor de uma revolta armada, hardcore, puro-sangue, de um exército viril de psicopatas sanguinários dispostos a demolir o edifício da sociedade de supetão e encobrir o mundo pela epopeia vermelha.
Como dizíamos, houve um tempo. Depois da queda do muro de Berlim, depois do advento triunfal da estratégia gramsciana de dominação cultural, depois do advento da retórica da New Left e das desconstruções pós-modernas, os inimigos da democracia liberal continuaram a bombardeá-la com seu ódio e suas artimanhas, em nome de seu obsessivo projeto sonhador.
Só que agora, a maioria dos agentes da revolução não usa armas, forças armadas corrompidas ou guerras civis abertas. Primeiro, as escolas, universidades e redações de jornal se transformaram nos campos de batalha, em que as posições de poder e a ocupação de espaços empreendidas e atingidas pelas esquerdas deram a elas o domínio das palavras e de seu corrente sentido social. Aprenderam que deviam vencer tomando os corações e moldando as consciências, não pelas armas.
Segundo, passaram a mobilizar grupelhos considerados “excluídos”, que, mesmo em sua maioria não sofrendo de fato quaisquer restrições pessoais, posam como vítimas “do sistema” e vão às ruas exigir privilégios. Enquadra-se aí o movimento organizado LGBT, por exemplo, que por vezes defende o socialismo pedindo “direitos iguais”, quando se sabe perfeitamente bem que as antigas tiranias de esquerda não teriam paciência nem tolerância com suas Paradas.
E quando começa a dar tudo errado? Há ainda quem queira voltar às armas. Mas aparentemente surgiu aqui, no nosso querido Brasil, uma nova “arma revolucionária”, espelho perfeito do ridículo em que mergulhou o esquerdismo pós-hipponga: o cuspe.
Pois muito pouco tempo após o deputado psolista Jean Wyllys cuspir no também deputado Jair Bolsonaro em plena sessão de votação do impeachment por repulsa às suas opiniões – e depois mentir descaradamente nas redes sociais alegando ter sido ofendido, o que as imagens comprovam não ter acontecido -, o ator petista José de Abreu, convicto defensor de Lula, Dilma e cia., cuspiu em um casal com que discutiu em um restaurante.
Justificando-se, alegando também ter sido ofendido, José de Abreu publicou em seu perfil nas redes sociais: “Fujão covarde levou uma cusparada na cara e a mulher levou outra. Fascistas são tratados assim: com cuspe na cara! Dele e da mulher. Agressão gratuita sem o menor motivo!”. Os guerrilheiros que se punham em perigo pela revolução socialista foram substituídos pelos baluartes da moral que combatem o reacionarismo intolerante dos conservadores xiitas com a nobre arma revolucionária do “cuspe na cara”. Intelectos macabros como Trotsky fizeram grande esforço para sustentar teses como a relatividade da moral e sua aplicabilidade ao propósito revolucionário para que os “companheiros” modernos lançassem mão de todo esse arcabouço teórico para… Dar cuspes na cara (!).
A esquerda tacanha sempre foi uma deturpação de tudo que há de positivo e grandioso na civilização; sempre foi intrinsecamente imoral, paranoica, esquizofrênica, psicopata e assassina. Hoje, no entanto, ela, mesmo onde domina, exerce a autoridade do medíocre, a tirania da nulidade. É uma paródia patética de si mesma.
Que ainda não tenhamos derrotado um pessoal fanfarrão que responde palavras, dirigidas a eles ou não, com corajosos e ousados cuspes na cara, é um mistério que cabe às próximas gerações decifrar.

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