A estratégia de Dilma
Para tanto, Dilma vai trabalhar desde agora em algumas frentes
bem definidas: martelará aqui e no exterior a tese do golpe e a ideia da
ilegitimidade do novo governo, iniciará um furioso processo de
tentativa de desconstrução de Michel Temer e repisará em entrevistas o
legado social do seu período (ainda que eventuais ganhos tenham se
esfarelado; mas discurso político tem uma lógica particular, nem sempre
grudada aos fatos).
Dilma apostará também nas
dificuldades que Temer encontrará para dar jeito na economia e nas
medidas duras que certamente ele tomará — como se ela nada tivesse a ver
com isso.
Ao contrário de Fernando Collor, que passou o período de seis
meses de afastamento recolhido na Casa da Dinda, "Dilma não se mostrará
resignada", nas palavras de um assessor direto.
Ressalte-se que vários ministros petistas de Dilma acham que
nada disso funcionará. Simplesmente, porque depois da votação que
ocorrerá dentro de quinze dias, ela perderá todo o protagonismo de que
ainda desfruta hoje.
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