Enquanto seus ministros tentavam defendê-la no Senado, a antiga militante da VAR-Palmares voltava a dar as caras
Reinaldo Azevedo - VEJA
Pela enésima
vez, afirmou que seu eventual impedimento é uma tentativa de chegada ao
poder de um grupo que não teve votos suficientes. E chamou o processo
de “eleição indireta transvestida de impeachment”.
E fez essa
discurseira em que situação? Numa cerimônia de prorrogação do programa
Mais Médicos. Ela assinou nesta sexta-feira uma Medida Provisória
aumentando em três anos o prazo de permanência de médicos estrangeiros
no Brasil, mesmo sem a revalidação do diploma. A decisão garante a
permanência de cerca de sete mil profissionais, que teriam de deixar o
programa neste ano.
Até aí, vá
lá. A cereja do bolo foi outra. Na cerimônia em que demonizava as
instituições democráticas do Brasil, Dilma se mostrou grata à ditadura
cubana por, segundo disse, “ajudar o Brasil”. Como vem se tornando
padrão nos últimos eventos dentro do Palácio do Planalto, a plateia,
formada por participantes do programa, entoou por diversas vezes gritos
contra o impeachment, como “Não vai ter golpe” e “Fora, Cunha”.
No seu
discurso ensandecido, Dilma disse que não cometeu crime nenhum e que
apenas garantiu a continuidade de “programas sociais e de incentivo à
indústria e à agricultura”. Bem, qualquer governante poderia, então,
fazer a mesma coisa, certo?
E ela não
vai parar por aí. Já está decidido que participa do ato de Primeiro da
Maio da CUT, em São Paulo. Se não mudar de ideia, pretende anunciar
reajuste no Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda. Isso
tudo sem consultar o Orçamento.
É a militante da VAR-Palmares no comando.
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