Matéria tenta vender como novo o peixe podre e busca transformar em coisa escusa o que é um trabalho legítimo e legal de parceria
Uma
reportagem de incrível má-fé, e sobre o nada!, foi estampada no UOL,
assinada por Pedro Lopes, que não sei quem é, e por Vinicius Segalla,
notório militante de esquerda nas redes sociais e, segundo comenta por
aí — ele é meio boquirroto —, inimigo do MBL. Por quê? Ele deve saber.
Título do texto: “Áudios mostram que partidos financiaram MBL em atos pró-impeachment”.
Como é que
o inimigo do MBL e seu parceiro chegaram a essa conclusão? Ouviram uma
gravação em que Renan Santos, um dos coordenadores do movimento, critica
Olavo de Carvalho, chefe espiritual da extrema direita hidrófoba.
Aiatolavo, como o chamo, vinha atacando os grupos pró-impeachment em
razão de sua parceria com partidos políticos. Farei um post específico a
respeito. A Múmia Falante e Fumante da Virgínia queria invadir o
Palácio do Planalto e defendia um golpe militar. Defende ainda hoje.
Generais chamam Olavo, em suas piadas, de “velho babão” e “carpideira
banguela”. No tal áudio, Renan explica por que é preciso atuar com os
partidos e deixa claro que estão trabalhando em conjunto. Leiam a
transcrição de sua fala:
“O lance é assim. Bom, vocês já sabem, não preciso nem falar pra vocês. Ali [RENAN FALA DA EXTREMA DIREITA] é
um monte de garoto. Garotos, mulheres, sociopatas, com comportamento
social errático, com poucos amigos, com várias frustrações psicológicas.
Frustrações pessoais, afetivas e tal. E que acabam encontrando este
discurso ‘Ah sou conserva, sou reaça, opressor’. Maior mentira, eles não
oprimem! Mentira! São uns coitados! É uma gente que vê, por exemplo, no
comportamento do Olavo, meio falastrão, fumando, falando palavrão, no
Bolsonaro, uma redenção pra a própria miséria deles próprios. E acabam
entrando nessa idolatria.
E
aí eles veem no MBL — o MBL incomoda muito por causa disso —, eles veem
no MBL o contrário, eles veem um monte de gente que tem uma postura
aberta, cara de pau, mas ao mesmo tempo qualificado. A maior parte da
galera do MBL é alegre. Você pega da galera da Banda Loka no RS, a
galera do Nordeste, todo mundo é muito leve. E isso incomoda eles. Ser
leve, ser agradável, ser tranquilo, ser inteligente.
Não
precisa ficar incorrendo nisso. Isso incomoda o cara, o cara é
negativo. Eles não gostam de ir numa boa festa, de dar risada. Eles
acham que estão numa missão, quase religiosa. Pessoas pesadas, né? Então
é natural que eles percam tempo e façam hangouts sobre a gente enquanto
a gente tá aí tocando nossas coisas.
O
MBL acabou de fechar com o PSDB, DEM e PMDB uma articulação pra eles
ajudarem. Ah, e também com a Força Sindical, que é o Paulinho né?, pra
divulgar o dia 13. Usando as máquinas deles também. Enfim, usar uma
força que a gente nunca teve. E foi o MBL que montou isso. A gente está
costurando com todos eles pra ter o impeachment.
Então
a gente tá em outra, a gente tá realmente causando problemas pra Dilma.
E eles estão numa outra, eles estão lá tentando resolver os traumas e
as frustrações deles e projetando na gente tudo aquilo que eles
gostariam de ser, mas não são. Então, deixa eles. Raquel, a gente já
conhece teu trabalho, vamos embora, vamos vencer. Muita gente nossa já
sofreu este tipo de coisa. A Ana sofre em Goiás. Eu já sofri ataques
desse Alex Brun. O Kim, coitado! Mas dane-se. A vida continua. O MBL
continua, e continua crescendo, a despeito deles. Gostem eles ou não.”
De volta à matéria do UOL
O primeiro problema grave da reportagem do UOL é tratar como novidade o que novidade não é. Publiquei um post sobre esse áudio no dia 13 de maio.
Em segundo
lugar, o MBL jamais escondeu que trabalhava com partidos. Atenção!
Trabalhar com os partidos, atuar em parceria em favor do impeachment, é
coisa muito diferente de “ser financiado”, o que faz supor uma relação
escusa, em que há subordinação política.
Reportagem do
Estadão do dia 26 de fevereiro informava a criação do comitê
suprapartidário em favor do impeachment, integrado pelo MBL. O que o
sr. Segalla pretende informar, além da má-fé?
Em
terceiro lugar, dizer o quê? Uma reportagem como a da UOL não para em pé
porque o texto não corresponde ao título. Leiam: não há uma só
evidência do tal “financiamento”. É claro que o MBL tinha e tem de
trabalhar com os partidos políticos. São eles que decidem sobre o
impeachment. A extrema esquerda e a esquerda se incomodam com isso
porque gostariam que todos fossem idiotas como Olavo de Carvalho:
hostilizassem os políticos. Já digo por que o Inimputável da Virgínia
precisa disso.
Atenção!
Dei uma palestra no Primeiro Congresso Nacional do MBL. Aconteceu em
novembro do ano passado. O movimento deliberou ali a parceria com os
partidos de oposição, o que nunca quis dizer subordinação, e decidiu ali
que lançaria candidatos em várias legendas, mas com a marca MBL. É o
correto.
Não há
nada de novo nisso. Abordei a questão no último programa “Painel” do ano
passado, comandado por William Waack. Trato do assunto entre os 27 min e
os 31 min no vídeo abaixo:
Reitero. A
reportagem é vergonhosamente de má-fé porque tenta transformar uma
parceria clara, necessária e admitida numa espécie de relação escusa. Ao
buscar evidenciar o suposto desdouro moral ou crime, não apresenta fato
nenhum. Pior do que isso: busca uma contradição que absolutamente não
existe entre o que prega e o que faz o MBL .
Olavo de
Carvalho e o sr. Segalla, ambos esbirros do PT — e cada um com seus
motivos —, não se conformam que o movimento tenha conseguido juntar a
força das ruas com a atuação institucional. E a união foi vitoriosa.
Quem perdeu? Olavo e as esquerdas. Estas porque deixaram o poder, e
aquele porque perdeu grana. Muita gente que comprava o curso do
“professor” percebeu que Olavo precisa que tudo dê errado para que ele
tenha razão.
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