De repente, entre o caos civilizado de livros, pessoas, mesinhas e sons desconexos, eis que surgiu uma ninfa, diáfana como o som da brisa, de sorriso cativante e doce, como um favo de mel.
Gestos medidos, suaves, linda, quase irreal, estava diante da minha mesa. Seus olhos, um convite, e logo, lá estava eu a discutir filosofia, Sartre, Merleau-Ponty e outras coisas que não me recordo mais. Mandava-me um encanto após outro. Estava mesmo encantado, sorria, não sabia o que fazer com as mãos, como um adolescente. Ela derrubou a colher do seu capuccino no chão. Eu esbarrei nos objetos que estavam na mesa vizinha, felizmente desocupada.
Nos levantamos, e saímos. As luzes dos automóveis, acabaram com o encanto. Fomos embora, cada um para a sua casa.
Um comentário:
Isso é tão freqüente. Acho que já pensei ter encontrado a mulher da minha vida umas 20 vezes.
Mas passa uma noite e a única lembrança que resta é o cheiro de perfume na camisa.
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