Na saída do G20, Mantega se envolve em polêmica
Segundo ele, fala sobre saída de integrantes da UE foi mal interpretada. Em balanço, ele disse que Brasil dará mais dinheiro ao FMI se Europa fizer a sua parte
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se envolveu em confusão disse neste domingo ao conceder entrevista para o jornal britânico Financial Times. À publicação, ele teria dito que alguns países deveriam abandonar a zona do euro. Em seguida, o brasileiro anunciou que foi mal interpretado. "Não propus saída de ninguém", disse. Segundo Mantega, sua declaração foi no sentido de que alguns países poderiam considerar sair do bloco uma vez que a atual tormenta econômica amaine.
Balanço - Em seu balanço do encontro, Mantega ressaltou o aporte ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que pode sair em abril, quando será realizada a reunião de Primavera do FMI, em Washington. Segundo o ministro, no entanto, a medida depende das ações dos europeus no sentido de frear a crise na zona do euro.
"Se até lá os europeus tiverem reforçado o seu firewall, ou muro de proteção financeira, e se houver continuidade nas reformas, poderemos aumentar os recursos do fundo", disse Mantega. Ele afirmou que, por não haver certeza sobre os mecanismos de defesa da UE, não houve discussão sobre valores. Sabe-se, no entanto, que um número foi colocado na mesa: 1 trilhão de dólares, o dobro da atual capacidade de empréstimo do FMI.
Mantega declarou que a medida não beneficia apenas as nações europeias, mas também o conjunto de países emergentes, que podem ser afetador por uma desaceleração na economia mundial. No entanto, o ministro ressaltou que o Brasil só apoia esse aporte caso a Europa também libere mais recursos e a reforma nas cotas de controle no FMI seja levada adiante.
Os demais Brics - Rússia, índia, China e África do Sul - seguem na mema linha e só concordam em dar mais dinheiro ao FMI caso ganhem mais poder de decisão.
Otimismo com reservas - Segundo Mantega, houve um aumento na confiança dos mercados de que o pior não vai acontecer. "Os bancos estão mais capitalizados, têm mais recursos", disse ele.
Contudo, o ministro ressaltou o problema de alta taxa de desemprego nos países avançados e o fato de que nem todos possuem armas para criar mais postos de trabalho. A condição dos Estados Unidos, que mostram queda na taxa de desemprego, foi comparada por ele à das nações europeias, tão endividadas - e comprometidas com programas de austeridade fiscal - que não podem adotar medidas de estímulo.
A declaração final do encontro também deu destaque à questão do emprego. Segundo o documento, "o emprego e a inclusão social estão no centro das atenções".
(Com Agência Estado)
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