GRACILIANO ROCHA/REYNALDO TUROLLO JR. - FSP
Na sua primeira tentativa de se defender em público desde que foi preso, em junho, o empresário Marcelo Odebrecht atacou os procuradores da Operação Lava Jato, afirmou ser vítima de prejulgamento e recusou-se a responder perguntas do juiz Sergio Moro e da acusação.
Presidente do quinto maior grupo privado do país, ele declarou que tudo o
que tinha a dizer sobre a ação penal em que é réu estava no documento de 19 páginas protocolado pouco antes por sua defesa. Trechos do documento foram antecipados pela colunista da Folha Mônica Bergamo.
Nesta sexta (30), logo no início da audiência do processo que corre na Justiça Federal do Paraná, Odebrecht pediu ao juiz Moro para usar a palavra. Primeiro, reclamou por não ter sido ouvido pelos procuradores da Lava Jato antes de ser preso e ter os sigilos quebrados pela Justiça.
"As especulações talvez não tivessem prevalecido se os investigadores tivessem se dado ao trabalho de me ouvir", declarou Odebrecht.
Um dos momentos de tensão ocorreu quando o empresário afirmou que suas filhas menores foram grampeadas pela Polícia Federal. Moro retrucou, dizendo que as adolescentes não eram alvo, mas suas conversas foram captadas em telefones que ele, Marcelo Odebrecht, usava.
O empresário chamou de "publicidade opressiva" a divulgação de informações que, segundo ele, não têm ligação com o caso: "Para suprir a absurda falta de provas contra mim, estes repetidos vazamentos vêm sendo acompanhados por ilações descontextualizadas e inverídicas".
E, no final, criticou veladamente o juiz Sergio Moro: "Temo que este processo sirva para justificar a prisão preventiva injusta e desnecessária".
SILÊNCIO FALADO
Marcelo Odebrecht não invocou o direito a ficar em silêncio, mas se recusou a responder às questões na audiência, porque havia protocolado um documento com 60 perguntas e respostas preparadas por seus advogados.
O magistrado insistiu, fazendo perguntas específicas sobre transferências de US$ 21 milhões feitas pela Construtora Norberto Odebrecht, em 2006, a empresas offshore que abasteceram contas de ex-dirigentes da Petrobras.
"Tudo que sei sobre essas contas está respondido por escrito", disse Odebrecht, sem explicar os depósitos. A mesma resposta, ou variantes dela, foi repetida 14 vezes.
Na defesa entregue por escrito, Odebrecht negou saber da existência do cartel de empreiteiras investigado pela Lava Jato ou das contas secretas encontradas no exterior. Ele também negou ter mandado subornar ex-dirigentes da Petrobras ou políticos.
O empresário diz que nunca pensou em fugir do Brasil e ofereceu explicações para anotações encontradas em seu telefone celular que Moro usou para justificar suas ordens de prisão preventiva.
"Trabalhar para parar/anular (dissidentes PF)", segundo ele, seria referência a supostas ilegalidades na Lava Jato e se elas teriam efeito jurídico sobre a investigação.
A expressão "higienizar apetrechos MF ou RA", diz a defesa, seria uma menção à possibilidade de os executivos Márcio Faria e Rogério Araújo estarem grampeados ilegalmente. Os dois também depuseram nesta sexta e negaram ter repassado propina.
Nesta sexta (30), logo no início da audiência do processo que corre na Justiça Federal do Paraná, Odebrecht pediu ao juiz Moro para usar a palavra. Primeiro, reclamou por não ter sido ouvido pelos procuradores da Lava Jato antes de ser preso e ter os sigilos quebrados pela Justiça.
"As especulações talvez não tivessem prevalecido se os investigadores tivessem se dado ao trabalho de me ouvir", declarou Odebrecht.
Um dos momentos de tensão ocorreu quando o empresário afirmou que suas filhas menores foram grampeadas pela Polícia Federal. Moro retrucou, dizendo que as adolescentes não eram alvo, mas suas conversas foram captadas em telefones que ele, Marcelo Odebrecht, usava.
O empresário chamou de "publicidade opressiva" a divulgação de informações que, segundo ele, não têm ligação com o caso: "Para suprir a absurda falta de provas contra mim, estes repetidos vazamentos vêm sendo acompanhados por ilações descontextualizadas e inverídicas".
E, no final, criticou veladamente o juiz Sergio Moro: "Temo que este processo sirva para justificar a prisão preventiva injusta e desnecessária".
SILÊNCIO FALADO
Marcelo Odebrecht não invocou o direito a ficar em silêncio, mas se recusou a responder às questões na audiência, porque havia protocolado um documento com 60 perguntas e respostas preparadas por seus advogados.
O magistrado insistiu, fazendo perguntas específicas sobre transferências de US$ 21 milhões feitas pela Construtora Norberto Odebrecht, em 2006, a empresas offshore que abasteceram contas de ex-dirigentes da Petrobras.
"Tudo que sei sobre essas contas está respondido por escrito", disse Odebrecht, sem explicar os depósitos. A mesma resposta, ou variantes dela, foi repetida 14 vezes.
Na defesa entregue por escrito, Odebrecht negou saber da existência do cartel de empreiteiras investigado pela Lava Jato ou das contas secretas encontradas no exterior. Ele também negou ter mandado subornar ex-dirigentes da Petrobras ou políticos.
O empresário diz que nunca pensou em fugir do Brasil e ofereceu explicações para anotações encontradas em seu telefone celular que Moro usou para justificar suas ordens de prisão preventiva.
"Trabalhar para parar/anular (dissidentes PF)", segundo ele, seria referência a supostas ilegalidades na Lava Jato e se elas teriam efeito jurídico sobre a investigação.
A expressão "higienizar apetrechos MF ou RA", diz a defesa, seria uma menção à possibilidade de os executivos Márcio Faria e Rogério Araújo estarem grampeados ilegalmente. Os dois também depuseram nesta sexta e negaram ter repassado propina.
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