domingo, 31 de janeiro de 2016

Is this pretzel making you thirsty? Coffee Tomo's sweet potato pretzel.
Buon inizio di settimana a tutti voi
“full moon” by carlos quevedo
By Carlos Quevedo 
by boris vallejo
By Boris Vallejo
Appenzellerland, Switzerland by MAKANART
Appenzellerland, Switzerland by MAKANART
Casa de los Botines, a Modernist building designed by Antoni Gaudí - León, Spain by Alberto Morla Fotografía
Casa de los Botines, a Modernist building designed by Antoni Gaudí - León, Spain by Alberto Morla Fotografía

RUSH - THE SPIRIT OF RADIO

Kumano Nachi Taisha, Japan by Scyld Scefing
Kumano Nachi Taisha, Japan by Scyld Scefing
by Dorian Cleavenger
Via meea

by rochelle green

RUSH - BRAVADO

Delator diz que ex-secretário geral do PT recebeu 'cala boca'
Segundo Moura, valor seria de R$ 50 mil por mês, pago por empreiteiras
O Globo
SÃO PAULO - Sílvio Pereira, ex-secretário geral do PT que fechou acordo para se livrar de um processo de formação de quadrilha no mensalão, teria recebido um "cala boca" de R$ 50 mil por mês, em dinheiro, das empresas OAS e UTC, para não revelar o esquema de propinas para o PT. A informação fez parte do novo depoimento dado por Fernando Moura ao Ministério Público Federal para tentar salvar seu acordo de delação premiada, prestado na última quinta-feira. O acordo de Moura pode ser anulado. Ao depor ao juiz Sérgio Moro, Moura se contradisse e chegou a dizer que não havia lido os termos da delação antes de assinar.
- O problema do Sílvio com relação ao PT é muito forte. Todo esse processo em relação à Petrobras quem começou foi o Sílvio - disse Moura, que deve prestar novo depoimento à Justiça e disse ter mentido ao juiz Sérgio Moro porque recebeu ameaça velada.
Os pagamentos a Sílvio Pereira, acredita Moura, teriam sido feitos até surgir o escândalo da Petrobras, pois ele não tinha rendimentos. O delator havia contado que também recebeu um "cala boca" quando surgiu o escândalo do Mensalão e que havia saído do país para "esperar a poeira baixar" por orientação de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil condenado no processo e, agora, réu na Operação Lava-Jato.
O delator disse que a negociação de propina da Petrobras foi feita com Sílvio Pereira e que foi ele quem lhe disse que "parte era para o Zé" (José Dirceu). Afirmou ainda que foi Sívio Pereira quem indicou Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras, pelo diretório do PT em São Paulo, e que Dirceu deu voto de "desempate" na escolha, já que havia outro postulante para o cargo.
Amigo de Dirceu, Moura confessou que recebeu um "cala boca" para ficar fora do país, mas informou que negociou o valor com Renato Duque, então diretor da Petrobras, e com Mílton Pascowitch, operador de propina que repassou dinheiro para Dirceu. O dinheiro para Moura, segundo seu próprio depoimento, vinha da empresa Hope, fornecedora de serviços da Petrobras.
Instituto Lula confirma visita de ex-presidente a imóvel no Guarujá, mas nega propriedade
VEJA
No bolso dos corruptores: investigadores não têm dúvidas que o apartamento no Guarujá pertence a Lula e sua mulher, Marisa LetíciaLula assume ter visitado apartamento no edifício Solaris, mas nega ser o dono do imóvel(Paulo Whitaker/Reuters)
O Instituto Lula confirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na unidade 164-A, um tríplex de 215 metros quadrados, no edifício Solais, no Guarujá, em uma única ocasião, em 2014, com Marisa Letícia, sua mulher, e o presidente da OAS, Léo Pinheiro. "Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava", diz nota divulgada no site da instituição.
O instituto afirma ainda que a ex-primeira-dama e Fábio Luís Lula da Silva voltaram ao apartamento quando este estava em obras. Segundo o instituto, Lula estava avaliando a compra da unidade, mas não fechou o negócio. O apartamento está em nome da própria OAS.
A nota diz que a família desistiu do negócio "mesmo tendo sido realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam incorporadas ao valor final da compra)" por causa de "notícias infundadas, boatos e ilações que romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento".
A nota reproduz o contrato para a compra de uma cota-parte da Bancoop pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, em 2005, e anexa comprovante de pagamentos mensais à Bancoop e diz que a família investiu R$ 286 mil em valores atualizados na cota, que daria direito a opção de compra da unidade 141, de 82 metros quadrados, no condomínio. O investimento foi declarado pelo ex-presidente ao Tribunal Superior Eleitoral na campanha presidencial de 2006.
Em setembro de 2009, depois da crise financeira da Bancoop, a família decidiu não aderir ao contrato com a incorporadora OAS, que assumiu a obra, mas, segundo o instituto, manteve "o direito de solicitar a qualquer tempo o resgate da cota de participação na Bancoop e no empreendimento". Em novembro de 2015, segundo o texto, Marisa Letícia assinou um termo pedindo o resgate da cota, a serem pagos em "36 parcelas, com um desconto de 10% do valor apurado, nas mesmas condições de todos os associados que não aderiram ao contrato com a OAS em 2009". "A devolução do dinheiro aplicado ainda não começou a ser feita", anota o instituto.
O texto, publicado no fim da noite de sábado, 30, e compartilhado pela página do instituto no Facebook neste domingo, diz que "adversários de Lula e sua imprensa tentam criar um escândalo a partir de invencionices". O instituto voltou a criticar a decisão do promotor Cássio Conserino de intimar Lula e sua mulher a depor como investigados. "Além de infundada, a acusação leviana do promotor desrespeitou todos os procedimentos do Ministério Público, pois Lula e Marisa sequer tinham sido ouvidos no processo", afirma nota.
O Instituto Lula já havia divulgado uma nota na sexta-feira, 29, sobre o assunto. "São infundadas as suspeitas do Ministério Público de São Paulo e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares", dizia a nota. "A verdade ficará clara no correr das investigações."
Conserino diz ter indícios de que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do tríplex, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.
Na quarta-feira, 27, a Operação Lava Jato deflagrou a Triplo X, sua 22ª fase, que tinha como alvos a Bancoop, a OAS e a Mossack Fonseca. Segundo a PF, esta etapa da investigação apura a ocultação de patrimônio por meio de um empreendimento imobiliário, o Condomínio Solaris, "havendo fundadas suspeitas de que uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato teria se utilizado do negócio para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras".
A Polícia Federal incluiu o tríplex 164-A no rol de imóveis com "alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade" sob investigação na operação.
Avenida Paulista: um cartão-postal decadente
Região sofre com aumento desordenado da quantidade de ambulantes e com o uso intensivo da via. Moradores se queixam do abandono da gestão Haddad
Nicole Fusco - VEJA
Avenida PaulistaVendedores ambulantes localizados na Avenida Paulista, em São Paulo(Nicole Fusco/VEJA)
A Avenida Paulista foi, sem dúvida, um dos principais focos da administração Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Com uma gestão voltada desde o início às regiões centrais e a temas de maior ressonância, o petista gastou como poucos energia em discussões referentes ao fechamento da via para carros aos domingos. A Paulista, é claro, ganhou também uma ciclofaixa de 2,7 quilômetros. Toda a atenção provocada em torno desses pontos, porém, mascara um quadro de abandono que salta aos olhos durante uma caminhada por esse cartão postal da cidade. "Chegamos ao fundo do poço", resume Célia Marcondes, presidente da Sociedade Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César (Samorcc). Soma-se ao abandono da administração municipal, a escalada dos furtos na região: hoje agem na Paulista criminosos especializados em furtos de celular. Muitos deles passam de bicicleta próximos às vítimas e fogem antes que possam ser percebidos.
Especialistas ouvidos pelo site de VEJA alertam para os riscos de que a Paulista se torne tão degradada quanto o Centro Histórico de São Paulo. "Tudo o que tem uso intensivo precisa ter manutenção e a intervenção do prefeito Haddad é muito improvisada", afirma o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) Lúcio Gomes Machado. "A vida econômica da Avenida Paulista está declinando porque toda vez que há algum evento, perde-se um dia de trabalho: tem manifestação todos os dias, interrupção do trânsito aos finais de semana. No fim do ano tem o Réveillon, a São Silvestre, a Parada Gay... Tudo isso faz com que as pessoas que têm interesse em usar os imóveis percam a oportunidade de fazê-lo", explicou.
Um dos mais claros sinais da degradação da Paulista é o aumento desordenado de camelôs. Há também cada vez mais moradores de rua espalhados pela avenida - em alguns dias da semana, pelo menos dez deles se reúnem em frente a uma lanchonete próxima à estação Brigadeiro, organizando camas improvisadas com pedaços de papelão e cobertores. Os desabrigados também se acomodam no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e próximo às agências bancárias. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), "as pessoas são convidadas a ir para os Centros de Acolhida, mas não são obrigadas a aceitar o encaminhamento". Numa tentativa de evitar que os moradores de rua espalhem seus pertences por ali, agentes da prefeitura chegam a molhar as calçadas com ajuda de um caminhão-pipa. Líder do PSDB na Câmara Municipal, o vereador Andreza Matarazzo afirma que a situação na Paulista é um espelho de toda a cidade. "O comércio que estava com força vai começar a perder o vigor e as empresas vão começar a deixar os prédios. Abandonaram a Paulista assim como abandonaram a cidade toda", avalia.
Mas nada escancara tanto o abandono da região quanto a explosão dos camelôs, que se somam agora aos artesãos, beneficiados pela Lei de Artistas de Rua sancionada em 2014 pela gestão Haddad. Ambulantes que fabricam seus próprios produtos podem vendê-los pela cidade. Na última quinta-feira, a reportagem do site de VEJA contou 140 ambulantes comercializando livros, peças de artesanato, quadros e outras bugigangas com suas barracas e lonas espalhadas entre os pedestres. O número é quase três vezes superior ao limite estabelecido pela administração municipal.
Há um ano a Subprefeitura da Sé, que administra a região, disponibilizou cinquenta pontos fixos ao longo dos quase três quilômetros da avenida para que os artesãos pudessem trabalhar - para isso, eles precisam estar registrados na Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco). Em nota, a subprefeitura da Sé informou que funcionários realizam rondas diárias, acompanhados por agentes da Polícia Militar ou da Guarda Civil Metropolitana, para verificar se os artesãos são cadastrados na Sutaco e para coibir a atividade irregular. Os ambulantes podem exercer suas atividades mediante a emissão de Termo de Permissão de Uso (TPU).
Moradores da região reclamam. "Nós já tivemos problemas antes, mas agora chegamos ao fundo do poço. A gente não vê a atuação do poder público, é uma terra de ninguém", afirma Célia. São problemas que a ciclofaixa ou o fechamento da Paulista para os carros estão longe de resolver.
Gleyse Kelly da Silva holds her daughter Maria Giovanna as she sleeps in their house in Recife, Pernambuco state, Brazil, Wednesday, Jan. 27, 2016. (AP Photo/Felipe Dana)
Eu sinto vontade de chorar.  Ninguém merece isso.

BEN SHAPIRO - O MITO DA MINORIA RADICAL MUÇULMANA

Israel: Obama Helped Point Missiles At Our Children
CP
Who needs enemies when you have “friends” like Obama?
Centrist Israeli political leader Yair Lapid, a man who polls show could soon be prime minister, subtly and indirectly accused US President Barack Obama of helping to point Muslim missiles at Israeli children.
Speaking about the US-brokered Iranian nuclear deal at a press conference in Jerusalem on Monday, Lapid accused the international community of behaving “as if this deal has made everything that Iran is doing kosher,” insisting that “nothing is further from the truth.”
Lapid noted that “there is no evidence to suggest that Iran is moderating,” and that even US Secretary of State John Kerry admitted that “some of the sanctions relief will go to funding terrorism.”
Israel, unlike the Obama Administration, apparently, cannot so easily brush aside such concerns, explained Lapid. “For us, this is not theoretical. This money will translate into rockets aimed at our children.”

DOMO DE FERRO EM ISRAEL

Settlers' secret deal to buy two houses in Hebron
Negotiations began five years ago and included dozens of secret meetings; the payment was made at a Kiryat Arba gas stop: An envelope with money for the deeds to the property on 36 Al-Shuhada Street; now, the Palestinian seller is in hiding with a death sentence over his head, while his son was taken by the PA to pressure him into turning himself in, and the buyers are waiting on the decision: Can they move in?
Oded Shalom and Elisha Ben Kimon - Israel News
Heavy snow was falling and the thick flakes were piling up on the ground to create a beautiful white layer of ice. We arrived in Hebron on Tuesday morning to a cold of -1 degree Celsius, and were looking for house number 36 on Al-Shuhada Street. The building has two stores on street level and two more residential floors above. Adjacent to it is another building that belongs to the same Palestinian family.
On Thursday, January 21, in a well-planned operation, 17 Jewish families, accompanied by dozens of settlers and supporters from all across the country, arrived at 36 Al-Shuhada Street and moved in with bells on. They didn't need to break in the doors, as the settlers had the keys. They received them, they say, after having bought the house, obtained all of the original paperwork and signed all of the required documents.
An IDF soldier removing an Israeli flag from a house in Hebron after settlers who had just moved in were evicted (Photo: Reuters)
An IDF soldier removing an Israeli flag from a house in Hebron after settlers who had just moved in were evicted (Photo: Reuters)
Standing on the middle of the snow-covered street, just outside the house, the story of how it was purchased sounds like a thriller whose ending has yet to be written. The narrator is Shlomo Levinger, 42, the son of Moshe Levinger, a leader of the Jewish settlement in Hebron who passed away last year. Shlomo is the principal of a primary school in Kiryat Arba and a member of an NGO called "Enlarge the Place of Thy Tent" (Isaiah 54:2), which deals with the "liberation" of homes in Hebron, the city of the ancestors. What this in effect means is buying real estate from Arabs. This isn't the first real estate deal he's been involved in. Before that were the Machpelah house, located next to the Cave of the Patriarchs, and Beit HaShalom, also known as Beit HaMeriva, depending on your political inclination. 
And yet, it feels like this deal is more nerve-wracking than all the others. The drama behind the scenes is intense, as the seller is currently staying with some of his family members in a safe house in central Israel, protected by the NGO. Meanwhile his son and some of his brothers are being held by the Palestinian Authority under the threat that if he, the seller, doesn't turn himself in, "they will never see the light of day again." 
This deal began about five years ago, when representatives of the NGO came to test the waters with the property owner. From his home in Tel Rumeida, Levinger says that in addition to sending out feelers to some property owners, the NGO is also approached by a lot of Hebron residents who want to sell their homes to Jews. 
"Most of the cases immediately fall by the wayside due to problems with the property's registration or because the person who approaches the NGO is not authorized to sell the property on his own and does not have permission from the other property owners. We only buy when there is a 100 percent certainty that the deal could go through," he says. 
IDF troops evicting the settlers from the two houses in Hebron, the morning after they moved in (Photo: Reuters)
IDF troops evicting the settlers from the two houses in Hebron, the morning after they moved in (Photo: Reuters)
According to Levinger, his property is on plots 208-215, some 50 meters away from the Cave of the Patriarchs, "and we were looking for property around the cave, so this suited us."
Levinger stresses that the purchase of the homes is done only with donation money from private entities and individuals, most of whom are Israeli. Attorney Doron Nir-Zvi, who specializes in buying land and homes from Palestinians in the territories, works with the NGO. The NGO is also aided by realtors, big wigs, and Palestinian straw men whose job is to push the deal forward and make sure all of the relevant documents on the Palestinian side are obtained.
"The seller," Levinger says, "put his property on the market and there were no buyers. We're talking about two houses, six large apartments and 11 smaller units that all face a courtyard, that have been standing empty for several years. A representative on our behalf, not Jewish, tested the waters with him to see whether he'd be willing to sell to Jews. The representative of course told the settler that he will get a lot more than the market price."
How much above the market price are you willing to pay?
"Between 30 and 50 percent more. The Arabs know that deals with us are worthwhile, with a lot more money. We see it as a mitzva to liberate the land, and mitzvas cost money. And the money is not just for the property itself. Add to that tens of thousands of shekels we spend on obtaining the documents. Every document has a value, for every action we pay commission to the middlemen. If the seller provides documents from the PA showing that he is the sole heir or that he has been legally authorized by the other heirs to sell, a document that confirms there are no other ownership claims for the property - each document like that costs us money. They don't do anything for free. Documents that in any other real estate deal in Israel the seller must present and it's his responsibility to obtain them, here we pay for every such action. And we make sure to document every payment, to record and film."
He turns on his laptop and shows us a video in which the property owner is seen arriving at a meeting with a representative of the NGO. The place: The gas station at the entrance to Kiryat Arba. The seller comes in driving a Volkswagen Golf. He exits the car and is approached by the NGO representative. The representative gives him an envelope with money, and the seller provides him with documents in return. They each check what they just received - the seller checks the money, the representative checks the documents. All of this is done in broad daylight, outside, at the parking lot behind the gas station.
The settlers in the process of breaking into the houses they claimed to have bought from Palestinians (Photo: Elishe Ben Kimon)
The settlers in the process of breaking into the houses they claimed to have bought from Palestinians (Photo: Elishe Ben Kimon)
Straw men
He shows us another video, this time from the Machpelah house deal. The video shows two adult men counting piles of cash - NIS 60,000. The money is skillfully passed from one hand to another. Some of it is also shoved into their pockets, payment on the side. One of the "stars" of the video is Muhammad Abu Shahala, a colonel in the Palestinian police. Abu Shahala, Levinger says, was the "strawperson" for the Jewish buyers in that deal.
"He needed money and we wanted to buy the house. From feelers we put out we realized there was no way the property owner was willing to sell to Jews, so we sent an Arab to him, a senior officer in the Palestinian police. Abu Shahala received hundreds of thousands of shekels as commission for this deal. A pile of money. We begged him, 'You got a lot of money, take your family and leave, go to Jordan, to Europe - as long as you don't stay here.'
"But he wanted to look like Abu Ali, someone who is not afraid. Instead of running he took the money and built himself an edifice not far from the Muqata'a in Ramallah. Built a castle. Went all out. So they instantly suspected him. He was just a retired Palestinian police officer, where did he get all that money? They arrested him and held him for 28 days, and he didn't confess. They let him go and instead of running he kept building. They arrested him again, along with other middlemen who worked with us. And in a situation like that, it's about who makes the first move. If the PA realizes he sold the house to Jews, they'd immediately have a Palestinian family move in, and then even if the house belongs to us, the military will never evict a Palestinian family from that house. So we had to move in earlier than planned. The military does evict us, but at least then it guards the house until the matter is cleared and makes sure the Arabs don't move in.
"In short, we put a Palestinian lawyer there, paid by us, without him knowing he was paid by us. The lawyer was working with our people on the inside. And there was a code word that if he said it, it meant Abu Shahala confessed in the interrogation that he was merely a strawperson working for Jews. At 1:30, we received a message that he confessed, and less than eight hours later we moved in with 15 families. We were evicted in the end, but the sale is under examination to this very day and the army is guarding the property so no Arab can move in."
Abu Shahala was sentenced to death, but PA leader Abbas has yet to sign off on carrying out the sentence.
Settlers with their possessions after being evicted from two houses in Hebron by IDF troops (Photo: AFP)
Settlers with their possessions after being evicted from two houses in Hebron by IDF troops (Photo: AFP)
The "Beit Rachel" deal entailed dozens of meetings. Levinger says that from the get go it was made clear to the property owner that he was selling to Jews. Some of the middlemen and those responsible for carrying out the deal were Palestinians. Some were Israeli Arabs, and some were Jews who speak fluent Arabic. "These are people behind the scenes that haven't been exposed. For all intents and purposes I'm the one standing at the display window, but behind me in the shop there are a lot of people who want to remain anonymous."
While the deal was ongoing, representatives of the NGO entered the house in secret. "We see the place is derelict. A dump that requires massive renovation and repair. We agreed with the seller that he'll renovate. This is a wealthy man who owns businesses and properties in the city. He knew he would have to leave Hebron when the deal is completed, so we gave him time to get his affairs in order, to sell off his properties. The renovation allowed him to take his time."
The neighbors, meanwhile, were none-the-wiser. Rassan Abu Khdeir, 31, who owns a grocery store opposite the houses, said that they, the neighbors, were unaware of any sale made to Jewish settlers. "The property owner was renovating the building because he wanted to make it a hotel. That's what he said to anyone who asked him why he was renovating."
Levinger says this was the agreed upon cover story with the seller. "We paid for the renovation and told him that if people asked him what he was doing, to say he was turning the house to a hotel."
During the renovations, gossip started spreading around the neighborhood. There were those who didn't believe the hotel story. The seller was arrested by the Palestinian police and Levinger says they were sure that would be the end of the deal.
"It was about a year ago. He didn't confess to anything. He was interrogated for a week, maybe a little longer, but he was eventually released. He kept renovating as his cover story, and got ready to leave. We knew that the longer this thing was taking, the bigger was the chance of running into trouble. And then the Uvda investigative report aired. It was about three weeks ago. This report was followed up in the Palestinian media. Ezra Nawi and his actions were being reported everywhere (Nawi was filmed bragging that he passed on names of Palestinian land brokers willing to sell to Jews to the Palestinian security forces - ed.). The seller got nervous. He saw a story like that and probably thought 'who knows if the Jews working with me won't turn me in, trick me?' After all, he had already been arrested once. The PA constantly arrests anyone they have even a shadow of suspicion about that he's selling or planning to sell to Jews. And they don't let anyone off easy."
Phone call to Ya'alon
At this point, government ministers in Jerusalem already knew the settlers in Hebron were working on a new real estate deal. The head of the Kiryat Arba council and Likud member Malachi Levinger, Shlomo's brother, was the one in charge of dealing with the politicians.
"I give them general updates," he says. "I don't go into specific details with them, as I myself don't know everything. This is a compartmentalized business. But I do know enough to tell them that we're working on a deal that is about to take shape very soon."
Who did you update?
"All of the Likud and Bayit Yehudi ministers."
Including Defense Minister Moshe Ya'alon?
"Obviously. Ya'alon knows we're constantly operating in Hebron to purchase houses and liberate the land. All members of the government know we have the desire and intention to create a contiguity of settlement around the Cave of the Patriarchs, and from the cave all the way to Kiryat Arba. And they're all urging us on and encouraging us, all of the ministers with no exception.
Defense Minister Moshe Ya'alon. His order to have the settlers evicted caused a furore in the government and among settlers. (Photo: Motti Kimchi)
Defense Minister Moshe Ya'alon. His order to have the settlers evicted caused a furore in the government and among settlers. (Photo: Motti Kimchi)
"Now this entire thing has already reached a boiling point," Shlomo Levinger continues. "The deal has been completed, we have the keys, we filed a request to approve the deal with the Civil Administration, but we're worried the seller flees abroad or gets arrested. In either eventuality the PA can jump ahead of us and move an Arab family in. A week ago we met with him in Kiryat Arba. He seemed nervous, stressed, said, 'this is it, I want to leave for Europe.' He has older children who live in Europe and he wants to join them with his wife and the rest of his children from Hebron. One of our people went to organize his family's departure from Hebron. He himself has been sent to a safe house in central Israel.”
You rented a house for him?
"He's with Jews who are willing to keep him safe in their homes. There's someone on our behalf that's with him to protect him. But wait, his 17-year-old son would not leave Hebron claiming he was safe. We tell him, 'Your father is in hiding, you're all in danger.' We explained to him why that is, told him about the sale. But the guy will just not leave. He's sure everything will be okay. Meanwhile, we're getting ready to move in. We had 17 families ready and supporters from all over the country. Local Likud leaders from Rosh HaAyin, Hod Hasharon and Raanana also came. On Thursday afternoon we got there with the keys and moved in."
And the seller?
"His wife and some of his children are with him at the safe house. He's not a prisoner there, but he's afraid to leave. At least he won't come near here. A short while after we moved in, his son and brothers were arrested in Hebron. He's trying to pull some strings from here, perhaps he could pay bribe for their release. He's between a rock and a hard place, in quite the dilemma. One of our people who looked into this was made to understand from officials in the PA that his son and brothers won't get to see the light of day if he doesn't turn himself in."
The two houses on 36 Al-Shuhada Street are now called "Beit Rachel" and "Beit Leah." Defense Minister Moshe Ya'alon ordered to evict the settlers the day after they moved in, claiming he did not approve the deal, as is required by law. The doors are locked, and across the street are two soldiers standing guard, making sure no one enters until the deal's legitimacy is checked.
The drama of the seller, who is hiding in Israel and worrying about his son that is held by the PA, continues. We asked to talk to the seller, or at least meet with him in the safe house, but the NGO's representatives would not allow it.
Réaction du premier ministre israélien aux propos de Laurent Fabius
Alain Leger - Dreuz.info 
Dimanche 31 janvier, le premier ministre israélien Benjamin Netanyahou a commenté les récents propos du ministre des Affaires étrangères français au sujet de la reprise des négociations de paix, lors d’une réunion de son cabinet :
« Vous avez certainement entendu parler de la proposition soulevée dans certains quartiers en France, de convoquer une conférence internationale sous la menace que si elle échoue, alors la France décidera – dans une large mesure – d’adopter la position palestinienne.
Ceci revient à inciter les Palestiniens à venir et ne pas faire de compromis.
La substance des négociations telles qu’elles ont été présentées est compromise par l’initiative française. En effet, elle donne à l’avance aux Palestiniens une bonne raison de ne pas faire [de compromis].
Je crois que la question donne à réfléchir.
En tout cas, nous allons travailler pour parvenir à ce résultat, et notre position est très claire : nous sommes prêts à entamer des négociations directes sans conditions préalables et sans conditions dictées. »
3 Israelis wounded in shooting attack near Beit El
Two Israelis seriously wounded when Palestinian terrorist emerges from vehicle and opens fire at a checkpoint in Samaria • One other Israeli lightly wounded • Terrorist shot and killed by IDF troops at scene of attack.
Israel Hayom 
The scene of Sunday morning's shooting attack near Beit El
|
Photo credit: Maayan Tal
A volta ao passado da Petrobras
Lauro Jardim - O Globo
Divulgação

Com o anúncio feito ontem pela Petrobras de uma redução de 20% das reservas de petróleo e gás natural, as reservas da empresa voltaram aos níveis de 2002.
A lâmina do STF e os réus da Lava Jato
Elio Gaspari - FSP
Má notícia para quem torce contra a Lava Jato. A faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio concluiu uma pesquisa sobre o desempenho do Ministério Público em suas causas junto ao Supremo Tribunal Federal e concluiu: "Nos processos da Operação Lava Jato, que tanta atenção têm recebido recentemente, o Supremo dificilmente reverteria uma decisão desfavorável aos réus emitida pelo TRF-4. Em 2013, as chances de isso ocorrer eram de 1%".
Essa é a taxa de reversão pelo STF de decisões vindas do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que cobre Curitiba, em processos abertos pelo MP. Quem conhece o STF arrisca dizer que, de 2013 até hoje, essas chances encolheram. Nunca se deve esquecer de que, em setembro, a ministra Carmen Lúcia assume a presidência da corte.
Assinada pelos professores Joaquim Falcão, Alexandre de Moraes e Ivar Hartmann, a pesquisa da FGV levou um ano para ser concluída. Isolou 40,6 mil processos originados pelo Ministério Público Federal e pelos estaduais que tramitaram entre 1988 e 2013, fechando o foco no desfecho das ações.
A pesquisa mostra um Ministério Público mais atuante, com taxas de sucesso superiores à da média das outras partes. O campeão é o MP de Santa Catarina. Ganha em 38% dos casos e perde apenas em 1,8%. Nos grandes números, a lanterna ficou com o MP do Maranhão, com 4,5% de sucessos e 12,7% de derrotas. (Essas percentagens não somam 100% porque se referem a universos diferentes.)
*
UM JABUTI À SOLTA
Realizou-se na manhã de terça (26) uma reunião na Casa Civil. Diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar receberam ordens para retomar as análises e estudos no sentido de liberar os reajustes dos planos de saúde individuais.
Se essa velha aspiração de amigos do palácio for em frente, acertará o bolso de 10 milhões de pessoas.
Fazer isso numa hora em que há gente perdendo o emprego e o plano de saúde da empresa é, no mínimo, uma covardia.
VALE TUDO
Na busca de uma blindagem que a proteja da deposição, a doutora Dilma liberou sua tropa para atacar a área cultural do governo, que de certa maneira era respeitada.
O PERIGO DA ORLA
Apartamento de político em lugar visível, sobretudo quando fica de frente para o mar, tem mau-olhado. Talvez Lula não soubesse disso quando se enamorou do tríplex em Guarujá, onde achou boa ideia instalar um elevador interno.
Juscelino Kubitschek comeu o pão que o Tinhoso amassou porque comprou um apartamento na avenida Vieira Souto.
Carlos Lacerda, por muito menos, pois construiu um novo andar no seu, na praia do Flamengo, para instalar a biblioteca. Com a obra, seu edifício ficou com a mesma altura do prédio vizinho, mas não adiantou muito.
Tancredo Neves e Magalhães Pinto, chefes de partidos rivais, foram para o edifício Rio das Velhas na avenida Atlântica. Os adversários, o que significa dizer, todo mundo, chamavam-no de "São Dimas", o bom ladrão crucificado no Calvário.
(A pedido de sua mulher, Magalhães conseguiu que o Rio das Velhas mudasse de nome.)
ISRAEL
O governo israelense resignou-se e já entendeu que Dani Dayan não terá o beneplácito do Itamaraty para assumir a embaixada no Brasil.
A doutora Dilma está sendo gentil. Depois de ele ter dito que o governo israelense devia reagir ao silêncio brasileiro "segurando o touro pelos chifres", a indicação devia ser simplesmente recusada.
É nisso que dá preencher embaixadas no exterior olhando para arranjos de política interna. Dayan é um empresário, militante de causas radicais em seu país.
DAKOTA
Para quem gosta de ler bobagens, está na rede o livro "Life at the Dakota" (A Vida no Dakota - O endereço mais esquisito de Nova York").
Conta a história do edifício onde foi filmado "O Bebê de Rosemary" e em cuja entrada morreu o morador John Lennon. Nele habitaram pelo menos dois fantasmas, os elevadores andavam sozinhos e objetos moviam-se por conta própria. Para piorar, um de seus moradores foi o ator Boris Karloff, o grande vampiro de filmes de terror.
Erguido em 1884 na banda errada da cidade numa época em que morar em edifício era coisa de gente sem classe, em 1960 todo o prédio foi comprado por US$ 4,6 milhões, vindo junto um terreno adjacente que valeu US$ 2 milhões. Um avaliador contratado por um banco estimou que os terrenos valiam US$ 3,8 milhões. Quanto ao prédio, zero. Nessa época, a atriz Lauren Bacall comprou seu apartamento de três salas e três quartos por US$ 48 mil. Ele foi vendido em julho passado por US$ 23,5 milhões.
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REAPARECEU 'SILVINHO', UM PERSONAGEM DO MENSALÃO
A defesa do comissário José Dirceu soltou uma informação de aparência banal: quem nomeou Renato Duque para uma diretoria da Petrobras não foi ele, mas Silvio Pereira, o "Silvinho", secretário-geral do PT até 2005. No seu depoimento na sexta-feira, Dirceu limitou-se a dizer que não indicou Duque, sem citar "Silvinho".
"Silvinho" não era um petista qualquer. A primeira sede do partido, em Osasco, funcionou nos fundos da lanchonete Cebolinha, de sua família. Em 2003, ele coordenava a distribuição de cargos para o partido, com a ajuda de 130 cadernos e blocos. É plausível que o nome de Duque tenha passado por "Silvinho".
Nessa época, o PT ajudava a manutenção de alguns de seus quadros do novo governo. Nada a ver com a máquina distributivista do mensalão, cuidava-se apenas do Executivo. Uma pessoa que viu um dos cadernos de "Silvinho" chamou-o de "gibi".
Em 2005, quando a palavra "mensalão" entrou no léxico nacional, Silvio Pereira formou com José Dirceu e o tesoureiro Delúbio Soares a trindade do poder petista acusado de corrupção. Ele submergiu, mas meses depois a empresa de engenharia GDK, fornecedora da Petrobras, reconheceu ter dado a "Silvinho" um jipe Land Rover. (Ele devolveu o carro, quanto à GDK, conseguiu 19 novos contratos com a Petrobras e reapareceu dez anos depois na Lava Jato.)
"Silvinho" deixou o partido e em 2008 fez um acordo com a Procuradoria-Geral da República, aceitando cumprir 750 horas de serviços comunitários. José Dirceu e Delúbio não fizeram acordo, um tomou uma sentença de sete anos e o outro, de seis.
Paga a conta, "Silvinho" voltou para Osasco, fez um curso de gastronomia e voltou ao restaurante da família, o Tia Lela, localizado em frente à prefeitura.
Apesar de Silvinho ter dito que "há cem Marcos Valérios atrás do Marcos Valério", as investigações do mensalão deram pouca importância à conexão Petrobras e sua rede de fornecedores. Veio a Lava Jato e deu no que deu. É possível que o Ministério Público se interesse em ouvir de novo Marcos Valério. O sinal dado pela defesa de José Dirceu sugere que talvez valha a pena conversar com Silvio Pereira.
Janot assina acordo de delação da Andrade Gutierrez, que implica Sérgio Cabral, dois senadores e um ministro
Lauro Jardim - O Globo
Depois de quase cinquenta dias, Rodrigo Janot assinou, enfim, o acordo de delação premiada da Andrade Gutierrez. Ou mais precisamente dos onze executivos do grupo. O que está prometido atinge diretamente gente graúda da política, como Sérgio Cabral (foto), os senadores Edison Lobão e Jader Barbalho, e o ministro Eduardo Braga.
O que fazer
FSP
O governo Dilma Rousseff (PT) demonstrou na última semana que compreende mal a natureza e a dimensão da crise econômica. Uma das piores recessões da República também não parece suscitar sentimentos de urgência no governo.
A presidente e seus principais ministros discursaram para representantes da sociedade, convidados a participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, apelidado Conselhão. Às vésperas da retomada dos trabalhos parlamentares, a ocasião oferecia a oportunidade de um discurso de reestreia do governo.
Mas a presidente não apresentou um plano adequado nem mesmo a tempos normais, ainda menos para os dias que exigem um programa de reconstrução urgente.
Da exposição resultou apenas mais um plano auto-enganoso, de expansão do crédito bancário em dezenas de bilhões de reais, como tantos jogados ao vento em seu primeiro mandato –quando semeou-se a enrascada de hoje.
Sob os cinco primeiros anos de Dilma Rousseff, o crescimento da renda per capita nacional foi nulo. Em 2015, a economia encolheu não menos que 3,5%. Para este ano, as projeções indicam baixa de 3%.
A taxa de desemprego subiu de 7%, ao final de 2014, para perto de 10% em dezembro e, estima-se, deve chegar aos 13% nos próximos meses. A renda do trabalhador começou a cair. O total de empréstimos recuou quase 4% em 2015.
O investimento em expansão da capacidade produtiva recua faz dez trimestres, desde a metade de 2013. O nível de confiança de empresários e consumidores está nas mínimas históricas.
Não se está a descrever um mero ciclo de retração, experimentado periodicamente por qualquer economia de mercado. Trata-se de um momento em que a capacidade de enxergar o futuro se acha bloqueada pelo descrédito e pela fragilidade política do Planalto.
Chegou-se a tal situação por uma sucessão obstinada de erros cometidos pela presidente, materializados agora em um colapso orçamentário de proporções inéditas.
Incapaz de restringir suas despesas aos limites de uma arrecadação declinante, o governo não tem como deter o agigantamento da dívida pública, já perto do patamar de 70% da renda do país e sem sinal de que parará por aí.
Dessa perspectiva resulta a incerteza que paralisa indústria e comércio, que alimenta a alta do dólar, da inflação e dos juros. Sem interromper esse processo, Dilma Rousseff não conseguirá fazer política econômica ou de espécie alguma.
É imperativo, portanto, que o governo conceda a derrota de sua estratégia original, abandone a insistência farsesca nos pacotes de crédito e dê consequências sérias ao discurso até agora propagandístico que transpareceu no Conselhão.
A esperança está em que a presidente articule um programa coerente com o qual possa convocar o apoio do Congresso e de setores e quadros relevantes da sociedade.
Há o que oferecer de imediato para reanimar os espíritos –colocar em prática o plano de concessões de obras e serviços públicos para a iniciativa privada.
Não haverá o fundamental engajamento do empresariado enquanto tais projetos estiverem impregnados dos cacoetes estatistas e outras teimosias da presidente.
Mas, acima de tudo, não haverá ambiente para empreendimentos de nenhuma espécie caso não se dê conta do mínimo essencial das reformas do gasto público.
A primeira tarefa é conter, ainda que em caráter emergencial, a expansão das despesas obrigatórias –com pessoal, aposentadorias, benefícios trabalhistas e assistenciais, entre outros– que consomem quase 90% da receita disponível da União.
Para tanto, há que se enfrentar com coragem uma compulsão dos formuladores de políticas públicas no país: a destinação de parcelas fixas da arrecadação a determinados programas e setores, como saúde, educação e uma miríade de exemplos menos importantes.
Tal prática, associada ao costume arraigado de promover a correção automática de salários e benefícios pela inflação passada, impede que o Executivo ajuste suas prioridades e adapte o Orçamento a situações adversas.
Um paliativo tem sido, desde os anos 1990, renovar um dispositivo transitório da Constituição que permite o uso livre de uma fatia das receitas. Esse mecanismo poderia ser ampliado, associado a um teto para o gasto total do governo e até estendido a Estados e prefeituras.
É preciso também encaminhar uma proposta palpável de reforma da Previdência, até aqui só ensaiada em falas genéricas –com idade mínima para a aposentadoria e revisão da generosidade excessiva das regras das pensões por morte.
Ao proporcionar um horizonte de estabilidade das despesas, tal programa tornaria aceitável algum aumento de tributos de modo a acelerar o acerto das contas públicas. Pouco mais adiante, há a reforma das relações trabalhistas e a desburocratização do ambiente de negócios.
Propõe-se, enfim, uma agenda que promova uma reviravolta das expectativas econômicas e prepare o crescimento econômico em bases mais duradouras –um projeto que demandará um trabalho de enfrentamento de resistências ideológicas e corporativas.
Ou bem se apoie a mudança ambiciosa ou se assuma a responsabilidade do fracasso que vai derivar da passividade ou da oposição meramente destrutiva. Isto é, mais uma década perdida para o Brasil. 
A elite do mal
A ditadura do proletariado sempre foi uma ditadura no sentido mais cruel da palavra, mas nunca foi do proletariado.
Não há nada tão ruim que não possa ser pior. E a maior prova histórica desse fato nós encontraremos nos países que aplicaram na política as ideias de Marx. Quanto maior a aplicação, maior o sofrimento e a desgraça. Eles foram especialistas em demolir purgatórios para construir infernos. Quando não transformaram verdadeiros paraísos em geenas incandescentes.
Tudo começa com a crítica. Desde o Éden que tudo começa com a crítica, sutil ou aberta. Depois vem a promessa de algo melhor. Depois a propaganda em cima de umas poucas melhorias que fizeram. Não importa se foi só um enxerto, uma plástica que melhorou o rosto retirando da perna um naco de carne considerável. Ninguém tão cedo vai reparar na perna, mas o rosto servirá de argumento. Até que a perna infeccione e tenha que ser amputada. E até que o próprio rosto tenha de pagar seu preço. Aí já é tarde demais. O poder está nas mãos deles. Então, não apenas com o suor do seu rosto você comerá do seu pão. Eles comerão o pão deles com muito, mas muito suor do seu rosto e a você deixarão as migalhas. A não ser que já tenha se tornado um deles.
O czarismo na Rússia não era o céu, mas com certeza o comunismo fez da Rússia o inferno. A China não era um hotel cinco estrelas quando Mao assumiu o poder. E ele a transformou em uma grande masmorra. A próspera Coreia do Norte virou campo de concentração. Cuba é a senzala dos irmãos Castros, reinando em sua Casa Grande. Não há espaço e nem tempo, mas basta conhecer um pouco da história do Vietnam, do Camboja, da Albânia e do Leste Europeu para começar a desfrutar de uma saudável “marxismofobia”. Esta doença pode salvar a humanidade!
Sua primeira crítica é contra as elites. Na verdade o problema dos marxistas não é a existência de uma elite. O que os incomoda é que os membros dessa elite não são eles. O que os incomoda não é a pobreza em si. É a pobreza deles mesmos. Como podem eles, os conhecedores das leis da história não desfrutarem do poder absoluto? Eles já decifraram o enigma da existência, sabem onde está o paraíso futuro. Basta lhes dar poder e eles guiarão o mundo na direção certa.
Uma coisa se aprende na vida: muitas vezes, como Absalão, filho do rei Davi, o crítico apenas almeja o lugar do criticado. Não é o bem da sociedade o alvo final do marxista. É o seu próprio bem. A esquerda caviar [1] que o diga.
Eles querem ser a elite e a criticarão até tomar seu lugar. Claro que há sempre fatos ruins sobre o governo, a liderança, a elite. Sempre há. Lembre-se apenas que não há governo tão ruim que não possa ser pior. Já tivemos na história muitas Revoluções dos Bichos [2] para provar isso! Se não quer parábolas, conheça o Regime do Terror, fruto inevitável da Revolução Francesa.
Eis uma descrição exata da técnica de domínio comunista. Assim foi e assim tem sido:
“A técnica comunista de se insinuar numa sociedade consiste em isolar um segmento das classes média e baixa, geralmente a classe média baixa e a classe baixa alta. Nesse segmento é comum haver um pequeno grupo de intelectuais frustrados de classe média, os quais podem ter sido impedidos em suas tentativas de ascensão social ou representar a minoria incapaz. Esses intelectuais se unem aos elementos da classe baixa, estes bastante sofridos nos aspectos econômicos, social e político, e assumem a liderança da revolução. A ex-classe alta tem de ser então liquidada, ou por meio do confisco, a fim de destruir seu poder econômico, ou pela destruição física, ou pela lavagem cerebral.
Tendo assumido a liderança, a nova classe alta, composta pelos membros do partido por determinados técnicos, estabelece então uma pesada barreira entre ela e a classe média. A liderança não é recrutada na classe média (...); as decisões e controle da comunicação continuam sendo exercidos por uma elite (...).
Por exemplo, na Alemanha Oriental, durante os últimos anos, os alunos mais brilhantes, filhos de profissionais da classe média, eram discriminados na obtenção de oportunidades para progredir nos estudos, enquanto os filhos menos inteligentes dos operários recebiam tratamento preferencial. As pessoas selecionadas de acordo com esse sistema e que, por serem membros do partido pularam da condição de classe baixa para a mais elevada possível, naturalmente devem tudo o que possuem ao partido, não a realizações ou antecedentes pessoais. Por isso, são muito mais obedientes ao partido do que seria de esperar, pois a expulsão do partido significa não um movimento mais ou menos horizontal, como em nossa sociedade, mas uma dura perda de privilégios e posição social.”
[3]
Temos que relembrar Alan Besançon. Nunca é o proletariado (a classe baixa) que exerce o poder. A ditadura do proletariado sempre foi uma ditadura no sentido mais cruel da palavra, mas nunca foi do proletariado. O poder é exercido pela seita ideológica que fala em nome do proletariado sem lhes dar chances de ser ouvido: a elite do mal.
Não devemos estranhar que na Bíblia a história humana comece com a serpente criticando as determinações divinas, prometendo algo melhor em seguida, e no fim temos o desastre apocalíptico, com um governo totalitário exigindo para si obediência absoluta sob pena de morte.
Nem toda crítica é construtiva. Principalmente quando sua intenção não é corrigir o erro e sim se apossar do poder para tentar criar um mundo à imagem e semelhança de uma ideologia demente, que tantas desgraças já fez.


Notas:

[1] Expressão de origem francesa que descreve a hipocrisia socialista que prega a igualdade e distribuição de riquezas, mas vive no luxo e na ostentação.
[2] Referência ao clássico Revolução dos Bichos, de George Orwell, onde os animais expulsam os donos da fazenda sob a liderança dos porcos, para em seguida ver os porcos estabelecerem um governo muito mais tirânico.
[3] NIDA Eugene A. Comunicação e estrutura social. Artigo publicado na obra Perspectivas, editora Vida Nova, 2011, p. 456.
Café com amantes do Brasil
Vinícius Torres Freire - FSP
O Brasil tem simpatizantes entre administradores de uma boa pilha de dinheiro, lá fora, gente para quem já vale correr o risco de aplicar aqui ou, mais que isso, para quem é possível ter um retorno excepcional, caso se tenha estômago e paciência por uns três anos.
Foi isso que se pôde ouvir de seis gestores ou economistas de fundos que aplicam em mercados emergentes, em particular no Brasil, reunidos para uma espécie de café, conversa informal, pela internet. Eram quatro americanos, um britânico e um suíço.
A ironia triste é que, no final das contas, os argumentos desses gestores ora não soam bem para quem vive aqui. De qualquer modo, eles faziam o papel de advogado do diabo, deste país em crise.
O Brasil está rendendo, desde já. As taxas de juros estão altas demais, tanto em termos domésticos como em relação a outros emergentes, acreditam. Em países mais relevantes da América Latina, as taxas de juros básicas são negativas, menores que a inflação, ou próximas de zero, como no México.
Não há risco de prejuízo com desvalorizações extras do real? É possível, mas o pior já teria passado. Em 2013, "era óbvio" que seria loucura ficar no Brasil, pois o país tinha um deficit externo enorme, haveria uma virada na economia mundial e a política econômica era "burra e suicida".
O Brasil não é ou voltou a ser instável demais para se arriscar por três anos? Sim, mas o país está pagando o preço (retornos mais altos). Sim, mas a situação externa tende a ficar mais estável, pois a desvalorização do real vai levar o deficit externo a zero até 2018 e vai dar um impulso maior à economia no ano que vem, dizem. O deficit externo, diferença entre importação e exportação de bens e serviços, de 4,3% do PIB em 2014, caiu a 3,3% do PIB no ano passado.
O país ainda está uma "bagunça", mas o investidor de coragem e paciência vai fazer dinheiro.
"Você pode até acreditar que o Brasil vai virar a Venezuela, mas é mais razoável apostar numa virada positiva da política econômica, que deve ser mais intensa depois das próximas eleições (2018). Isso vale também para quem quer comprar ou criar empresas no Brasil." O país já estaria barato (dada a desvalorização do real), e o preço de liquidação será ainda menor, pois salários e o valor das empresas ainda vão cair.
Um gestor chama a atenção para o fato de não haver fuga de capitais. Ressalta que o investimento direto (compra de empresas ou novos negócios) no país voltou a cobrir todo o deficit externo. "Está ruim para vocês aí, muita gente vai perder o emprego ainda, mas está ficando interessante para quem tem horizonte de investimento mais longo."
O Brasil vale o risco mesmo com a perspectiva de dificuldades na China? Uma crise chinesa pegaria mal em todos os emergentes. Se se acredita em alguma correção de rumos por aqui, o risco de haver uma piora maior especificamente no Brasil já passou.
Piores problemas? "Você sabe. Ambiente regulatório muito ruim, pesado, incerto, governo arbitrário. E esse deficit fiscal [nominal] de 9% do PIB, coisa de país em guerra, em depressão ou com uma crise bancária horrível. Enfim, ainda não é um país para casar, mas pode dar muita satisfação como um amante." 
Busca e apreensão
Lauro Jardim - O GloboValter Campanato
Entre todas as operações de busca e apreensão da Lava-Jato, nenhuma rendeu aos investigadores tantos comentários quanto a feita na casa de Fernando Collor.
Não exatamente pelos documentos comprometedores recolhidos. Mas, sim, por causa de uma mala repleta de brinquedos sexuais.
Em busca do futuro
Merval Pereira - O Globo
A Macroplan, empresa de consultoria especializada em estratégia e cenários de longo prazo, em estudos para a atualização das análises para o Brasil 2016-2035, identificou e delineou “fatos portadores de futuro” -  eventos ou processos em fase de amadurecimento no país, que carregam consigo o germe de mudanças significativas.
 A tentativa é superar o pessimismo e a falta de perspectivas que predominam hoje, embaçando a visão de longo prazo e encurtando os horizontes de análise, na opinião do economista Claudio Porto, presidente da empresa. A convicção de Porto é que existem pelo menos dois fatos ou processos portadores de novos e melhores padrões no futuro, o que seria o “novo normal” brasileiro.
 O primeiro é o fim da impunidade dos poderosos, como consequência, principalmente, da operação “Lava Jato”, que teve sua gênese no “Mensalão”. O segundo é o esgotamento da expansão do estado brasileiro, instituído na Constituição de 1988 e que, hoje, dá sinais evidentes de exaustão com a explosão do endividamento público e o colapso financeiro e operacional de vários Estados da Federação.
Três outros fatores, de acordo com a Macroplan, explicam o elevado poder de influência e transformação da “Lava Jato”: (1) a competência e independência dos policiais, procuradores e juízes nela envolvidos, e que, na primeira instância, operam com modernos métodos de investigação e comprovação; (2) a capacidade de comunicação e a grande repercussão social das operações que é amplificada por todas as mídias; e (3) o amplo apoio da opinião pública.
O novo padrão de comportamento e desempenho induz à busca da mesma performance por operações semelhantes, como a “Zelotes” e “Acrônimo”, produzindo-se assim uma saudável pressão por resultados.  Além disso, é sintomático o fato de que o tema corrupção no país hoje está situado no topo dos problemas nacionais que afligem a população.
 Para Claudio Porto, se o fim da impunidade dos poderosos passar a fazer parte do “novo normal” brasileiro, isto implicará o robustecimento das instituições, uma melhoria imediata no ambiente de negócios e, mais adiante, uma mudança, para melhor, nos padrões do capitalismo e do sistema político do país.
Com relação ao tamanho do Estado brasileiro, a Macroplan ressalta análise dos economistas Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessoa demonstraram recentemente que a atual trajetória de aumento dos gastos públicos do Brasil é insustentável e exigirá um ajuste maior, sob risco de um desastre econômico.
A carga tributária, revelam, passou de cerca de 25% do PIB em 1991 para mais de 35% em 2014. Nesse período, a renda real do país cresceu 103%, enquanto a receita de impostos cresceu quase 184%.
Os economistas destacam que nos últimos 23 anos o setor público apropriou-se de 45% do crescimento da renda nacional para financiar seus gastos – uma impressionante elevação dos gastos anuais de quase R$500 bilhões, entre 1991 e 2014, que não resultou em equivalente melhora na qualidade das políticas públicas, como em saúde e em educação.
E o aumento previsto dos gastos públicos anuais até 2030 requereria uma nova CPMF a cada governo. As despesas públicas anuais serão R$ 300 bilhões maiores em 2030, o que representa uma elevação de R$ 20 bilhões por ano. Mansueto, Lisboa e Pessoa ressaltam que nos últimos quatro anos, a receita recorrente cresceu apenas 1,5% ao ano, enquanto a despesa do governo central manteve ritmo acelerado de crescimento, de 5,4% acima da inflação.
 Como consequência, o país entrou em uma rota de crescente endividamento público, cuja trajetória se revela explosiva: a dívida bruta provavelmente alcançará 80% do PIB até 2018. A menos que uma agenda extensa de reformas seja iniciada, com a reversão da trajetória de aumento do gasto público, o Brasil estará condenado, a uma longa estagnação.
Na visão do economista Claudio Porto, da Macroplan, contudo, o ajuste do Estado brasileiro é inevitável. Um dos sinais mais promissores é o Pacto pela Reforma do Estado, articulado pelo Movimento Brasil Competitivo que reúne 14 governadores estaduais e lideranças empresariais.
A Macroplan destaca ainda que alguns Estados começam a preparar projetos de Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual e tomam iniciativas para realizar ampla revisão de benefícios concedidos a grupos cada vez maiores de pensionistas, além de estabelecer tetos de gastos em todos os poderes.
Deste modo, na conclusão da Macroplan, estará posta uma saudável pressão sobre o Governo Federal e o Congresso Nacional para que finalmente façam andar a agenda de reformas antes que a crise as imponha em um cenário de emergência.
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A coluna entra em recesso até o dia 15 de fevereiro.
Procuradoria vê indício de fraude em discurso de Dilma sobre estaleiro
DANIELA LIMA/AGUIRRE TALENTO - FSP
Uma declaração dada por Dilma Rousseff (PT) em 2010 levou o Ministério Público Federal em São Paulo a desconfiar de fraude em uma licitação aberta naquele ano para a construção de um estaleiro. Hoje, a obra é alvo da Operação Lava Jato sob suspeita de ter rendido propina ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A construção do Estaleiro Rio Tietê em Araçatuba, no interior paulista, é objeto de ação de improbidade administrativa no órgão desde 2014. O processo cita um discurso de Dilma como "indício de fraude" no certame e sustenta que a Transpetro favoreceu empresas que teriam doado para Renan.
Subsidiária da Petrobras, a Transpetro era então presidida por Sérgio Machado, aliado do senador e também investigado na Lava Jato.
Então pré-candidata à Presidência, Dilma foi a Araçatuba em 10 de março de 2010 anunciar que a estatal faria uma licitação para a instalação do estaleiro na região.
No edital da concorrência, não havia nenhuma indicação sobre qual seria a cidade que abrigaria a obra –tal definição só se daria após o resultado do certame.
"Aqui para Araçatuba é uma grande vantagem você ter um estaleiro produzindo barcaça", discursou Dilma. "Fazer barcaça aqui em Araçatuba é estratégico".
Paulo Gonçalves/Folha da Região
Aracatuba, SP, Brasil - 10.03.2010 - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou nesta quarta-feira (10), durante coletiva no recinto de exposições Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba, que a cidade é forte candidata a receber um estaleiro do governo federal para construção de barcaças, visando a hidrovia Tietê-Paraná. O edital foi assinado durante solenidade na própria Feicana/Feibio. Foto:Paulo Gonçalves/folha da regiao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff faz discurso em Araçatuba, em 2010
Para o Ministério Público, a fala leva a crer que havia um acerto para direcionar a obra ao município, gerido pelo PT.
Em 10 de fevereiro de 2010, a um mês do lançamento do edital, uma das empresas do consórcio que venceu a licitação arrendou um terreno no município citando que o local serviria para "a implantação e operação de estaleiro".
A Procuradoria Geral da República já citou a investigação dos colegas de São Paulo e diz que os indícios colhidos em Araçatuba reforçam depoimentos de delatores que associam o estaleiro a pagamentos de propina ao senador. Sustenta ainda que as empresas que venceram a licitação do estaleiro doaram, durante o certame, R$ 400 mil ao PMDB de Alagoas.
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que a fala de Dilma em Araçatuba "apenas ressaltou o potencial da região".
"A então ministra-chefe da Casa Civil apenas ressaltou o potencial da região como centro de atividade de etanol e o fato de exibir todas as condições para abrigar a obra", disse a assessoria, em nota. "Não fez menção, portanto, a qualquer resultado antecipado para o edital de licitação".
A assessoria de Sérgio Machado disse que não comentaria a fala da presidente. Machado sustenta que já havia afirmado publicamente, em janeiro de 2010, que tinha intenção de realizar a licitação para a contratação dos comboios na região e que, por isso, as empresas podiam arrendar áreas antes do certame.
Sobre as acusações de propina, a assessoria de Renan afirmou que "a Justiça já se manifestou ao negar a diligência solicitada".
O Estaleiro Rio Tietê diz que "não houve irregularidades no processo licitatório, em sua instalação ou na construção das embarcações". 
O indesejável esvaziamento do CNJ
Tribunais regionais se articulam, com apoio de Lewandowski, para aprovar emenda que institui estrutura sobreposta ao conselho, a fim de esvaziá-lo
O Globo
Criado em fins de 2004 pela Emenda Constitucional nº 45, “da reforma do Judiciário”, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) veio para preencher um vácuo nesta enorme máquina formada por tribunais de várias instâncias, cartórios, fóruns. Máquina essencial, por óbvio, para a República e a democracia.
De maneira errônea chamado de órgão do “controle externo” da magistratura, o CNJ sempre enfrentou cerrada oposição de tribunais regionais, postura em que se destaca o de São Paulo. Daí o relacionamento entre o conselho e associações de magistrados ser tensa.
É impróprio o uso do termo “controle externo” porque a independência e todos os direitos constitucionais do juiz são mantidos, é claro. Inexiste qualquer interferência do órgão em veredictos lavrados pelos magistrados. E nem há pessoas de fora do mundo jurídico no CNJ. Portanto, não há “controle” nem tampouco “externo”.
Há, sim, vigilância em questões éticas e um cuidado especial com o lado administrativo da Justiça, um aspecto nunca considerado no meio. O ministro da Justiça é um cargo político, enquanto o presidente do Supremo — também presidente do CNJ — não tinha como se envolver em questões como essas.
O CNJ passou a estabelecer normas, inclusive no plano da ética — como na proibição do nepotismo —, e a fixar parâmetros e metas para o funcionamento dos tribunais. Acostumados a funcionar como feudos, houve revolta nos TJs.
No momento, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, quando o presidente do CNJ é o ministro Ricardo Lewandowski, também à frente do STF, transcorre uma operação de esvaziamento do conselho, com o suposto beneplácito de Lewandowski, oriundo da Justiça de São Paulo.
Não preocuparia tanto se o ministro apenas demorasse a colocar em pauta casos disciplinares graves envolvendo juízes e já relatados pela corregedoria do CNJ.
A maior ameaça é a ideia da emenda constitucional para criar o Conselho da Justiça Estadual. Na verdade, seria a formalização constitucional do Conselho dos Tribunais de Justiça, já existente fora da estrutura da Justiça, composto por presidentes do TJs, a principal trincheira de resistência ao CNJ. E a proposta tem apoio de Lewandowski.
Tanto que ele já instituiu, sem consultar o colegiado, dois grupos de consulta: de associações de juízes e de presidentes dos colegiados dos TJs. O movimento é claro: criar organismos que se sobreponham ao CNJ e o esvaziem.
O Congresso e organismos da sociedade precisam acompanhar o tema. Porque não interessa ao país que o corporativismo, historicamente forte na Justiça, recupere espaço com a desidratação do Conselho Nacional, e assim enterre de vez as esperanças de uma Justiça menos burocratizada, mais eficiente.