Região sofre com aumento desordenado da quantidade de ambulantes e com o uso intensivo da via. Moradores se queixam do abandono da gestão Haddad
Especialistas ouvidos pelo site de VEJA alertam para os riscos de que
a Paulista se torne tão degradada quanto o Centro Histórico de São
Paulo. "Tudo o que tem uso intensivo precisa ter manutenção e a
intervenção do prefeito Haddad é muito improvisada", afirma o professor
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
(USP) Lúcio Gomes Machado. "A vida econômica da Avenida Paulista está
declinando porque toda vez que há algum evento, perde-se um dia de
trabalho: tem manifestação todos os dias, interrupção do trânsito aos
finais de semana. No fim do ano tem o Réveillon, a São Silvestre, a
Parada Gay... Tudo isso faz com que as pessoas que têm interesse em usar
os imóveis percam a oportunidade de fazê-lo", explicou.
Um dos mais claros sinais da degradação da Paulista é o aumento desordenado de camelôs. Há também cada vez mais moradores de rua espalhados pela avenida - em alguns dias da semana, pelo menos dez deles se reúnem em frente a uma lanchonete próxima à estação Brigadeiro, organizando camas improvisadas com pedaços de papelão e cobertores. Os desabrigados também se acomodam no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e próximo às agências bancárias. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), "as pessoas são convidadas a ir para os Centros de Acolhida, mas não são obrigadas a aceitar o encaminhamento". Numa tentativa de evitar que os moradores de rua espalhem seus pertences por ali, agentes da prefeitura chegam a molhar as calçadas com ajuda de um caminhão-pipa. Líder do PSDB na Câmara Municipal, o vereador Andreza Matarazzo afirma que a situação na Paulista é um espelho de toda a cidade. "O comércio que estava com força vai começar a perder o vigor e as empresas vão começar a deixar os prédios. Abandonaram a Paulista assim como abandonaram a cidade toda", avalia.
Mas nada escancara tanto o abandono da região quanto a explosão dos camelôs, que se somam agora aos artesãos, beneficiados pela Lei de Artistas de Rua sancionada em 2014 pela gestão Haddad. Ambulantes que fabricam seus próprios produtos podem vendê-los pela cidade. Na última quinta-feira, a reportagem do site de VEJA contou 140 ambulantes comercializando livros, peças de artesanato, quadros e outras bugigangas com suas barracas e lonas espalhadas entre os pedestres. O número é quase três vezes superior ao limite estabelecido pela administração municipal.
Há um ano a Subprefeitura da Sé, que administra a região, disponibilizou cinquenta pontos fixos ao longo dos quase três quilômetros da avenida para que os artesãos pudessem trabalhar - para isso, eles precisam estar registrados na Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco). Em nota, a subprefeitura da Sé informou que funcionários realizam rondas diárias, acompanhados por agentes da Polícia Militar ou da Guarda Civil Metropolitana, para verificar se os artesãos são cadastrados na Sutaco e para coibir a atividade irregular. Os ambulantes podem exercer suas atividades mediante a emissão de Termo de Permissão de Uso (TPU).
Moradores da região reclamam. "Nós já tivemos problemas antes, mas agora chegamos ao fundo do poço. A gente não vê a atuação do poder público, é uma terra de ninguém", afirma Célia. São problemas que a ciclofaixa ou o fechamento da Paulista para os carros estão longe de resolver.
Um dos mais claros sinais da degradação da Paulista é o aumento desordenado de camelôs. Há também cada vez mais moradores de rua espalhados pela avenida - em alguns dias da semana, pelo menos dez deles se reúnem em frente a uma lanchonete próxima à estação Brigadeiro, organizando camas improvisadas com pedaços de papelão e cobertores. Os desabrigados também se acomodam no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e próximo às agências bancárias. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), "as pessoas são convidadas a ir para os Centros de Acolhida, mas não são obrigadas a aceitar o encaminhamento". Numa tentativa de evitar que os moradores de rua espalhem seus pertences por ali, agentes da prefeitura chegam a molhar as calçadas com ajuda de um caminhão-pipa. Líder do PSDB na Câmara Municipal, o vereador Andreza Matarazzo afirma que a situação na Paulista é um espelho de toda a cidade. "O comércio que estava com força vai começar a perder o vigor e as empresas vão começar a deixar os prédios. Abandonaram a Paulista assim como abandonaram a cidade toda", avalia.
Mas nada escancara tanto o abandono da região quanto a explosão dos camelôs, que se somam agora aos artesãos, beneficiados pela Lei de Artistas de Rua sancionada em 2014 pela gestão Haddad. Ambulantes que fabricam seus próprios produtos podem vendê-los pela cidade. Na última quinta-feira, a reportagem do site de VEJA contou 140 ambulantes comercializando livros, peças de artesanato, quadros e outras bugigangas com suas barracas e lonas espalhadas entre os pedestres. O número é quase três vezes superior ao limite estabelecido pela administração municipal.
Há um ano a Subprefeitura da Sé, que administra a região, disponibilizou cinquenta pontos fixos ao longo dos quase três quilômetros da avenida para que os artesãos pudessem trabalhar - para isso, eles precisam estar registrados na Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco). Em nota, a subprefeitura da Sé informou que funcionários realizam rondas diárias, acompanhados por agentes da Polícia Militar ou da Guarda Civil Metropolitana, para verificar se os artesãos são cadastrados na Sutaco e para coibir a atividade irregular. Os ambulantes podem exercer suas atividades mediante a emissão de Termo de Permissão de Uso (TPU).
Moradores da região reclamam. "Nós já tivemos problemas antes, mas agora chegamos ao fundo do poço. A gente não vê a atuação do poder público, é uma terra de ninguém", afirma Célia. São problemas que a ciclofaixa ou o fechamento da Paulista para os carros estão longe de resolver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário