A presidente que vai cair porque atentou contra a Lei Fiscal resolve, num de seus atos derradeiros, atentar contra a... Lei Fiscal!
Dilma
Rousseff e Lula discursam neste domingo no Vale do Anhangabaú, num ato
liderado pela CUT. A pauta, como se sabe, é uma só: os golpistas do PT
vão protestar contra a democracia e o estado de direito, que eles chamam
de “golpe”. Os organizadores esperam reunir 100 mil pessoas. Que fossem
500 mil ou um milhão. E não se mudaria a natureza indigna do evento.
“Indigna por quê? Então petistas não podem se reunir?”
Ora, é claro
que sim! Ocorre que essa é uma manifestação claramente contrária à
aplicação da Constituição e das leis. Não se trata só de um ato de
solidariedade a uma moribunda. Nada disso! O que se vai anunciar no
Anhangabaú, mas uma vez, é a disposição de um partido, de uma central
sindical e de lideranças políticas de sabotar um governo que será
constitucionalmente erigido, segundo as regras da democracia vigente no
país.
E isso ainda
não retrata a indignidade por inteiro. Dilma deve anunciar a correção
no Bolsa Família, com variação de 6% a 9,5%, e um reajuste de cerca de
5% na tabela de Imposto de Renda.
Atenção! As
duas decisões foram tomadas ao arrepio da área econômica, sem
nenhum planejamento ou estudo consistente sobre o impacto das medidas
nas contas públicas. Para ser preciso, apelou-se a Dilma que não fizesse
isso agora. Mas ela não está nem aí.
Digam-me:
não foi isso o que a ainda presidente fez continuamente ao longo de
pouco mais de cinco anos de governo? Ela toma decisão e pronto! Que se
danem as vozes contrárias. E, desta feita, além da irresponsabilidade
costumeira, há a decisão explícita de criar dificuldades para o
sucessor. Ao tomar essa decisão, Dilma pretende opor o seu suposto
“governo social” ao suposto “governo neoliberal” de Temer. É um lixo
moral!
Essa é a
presidente que pedalou. Essa é a presidente que quebrou o setor
elétrico. Essa é a presidente que quebrou a Petrobras. Naquele que será
um de seus atos derradeiros, vai atuar com a insensatez de sempre. E,
certamente, vai reiterar em crimes de responsabilidade outros, que não
estão na denúncia que chegou ao Senado. Ou alguém duvida que o ato de
logo mais da CUT, com Lula e Dilma no palanque, será uma afronta ao
Legislativo e ao Judiciário? Mais: dada a forma como a presidente tomou
sua decisão, estamos também diante de um ataque à probidade
administrativa.
Dilma está
se tornando uma caricatura de si mesma. A presidente que vai cair porque
atentou contra a Lei Fiscal decide, num dos seus “atos de resistência”,
atentar contra… a Lei Fiscal!
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