domingo, 29 de novembro de 2015

Impeachment: PSDB se une, PMDB se prepara, Cunha é imprevisível, OAB é petista
Enquanto Dilma aproveita Paris, até FHC acha que governo “acabou”
Felipe Moura Brasil - VEJA
O impeachment voltou a ganhar força com a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral.
Eduardo Cunha, no entanto, disse a aliados que não decidirá sobre a medida contra Dilma em novembro, conforme afirmara e reafirmara – o que nada significa em se tratando de Cunha.
O presidente da Câmara é considerado “imprevisível” até pelos aliados que vazam seus recados para a imprensa. Se for verdade, porém, dessa vez, há pelo menos dois motivos para o esperado adiamento:
1) A decisão sobre a abertura do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética da Câmara está prevista para terça, 1 de dezembro. Se for favorável, com os votos do PT, ela pode levá-lo a aceitar o pedido de impeachment.
Neste caso, Cunha estaria esperando para ver como os petistas Léo de Brito, Valmir Prascidelli, Zé Geraldo se comportam na votação, embora os três já tenham indicado que votarão pela abertura.
Segundo a Folha, “o próprio governo avaliava ser muito difícil influenciar os deputados do partido, que teriam de assumir o desgaste de apoiar o presidente da Câmara em uma votação aberta e transmitida ao vivo pelas emissoras de TV”.
2) Cunha tem afirmado nos bastidores, segundo o jornal, que, se o projeto da nova meta fiscal não for votado na semana que vem, será “obrigado” a aceitar a tese de que as pedaladas continuaram, ou seja: será obrigado a aceitar o pedido de impeachment em função do fortalecimento do motivo.
É mais um recado/ameaça que Cunha manda pela imprensa – e seus aliados reforçam: “De que vale manter Dilma no cargo se ela não mostrar que está disposta a trabalhar em conjunto?”
Segundo a Folha, “o governo conta com a promessa de líderes partidários de aprovar a revisão da meta até quinta-feira. Ministros avaliam que, se isso não ocorrer, o cenário político, de fato, se complica”.
PSDB unido, PMDB preparado
PSDB unido 2
Serra, Alckmin, FHC e Aécio
A Folha informa que “mesmo as vozes mais moderadas do PSDB passaram a embarcar na tese do impeachment de Dilma Rousseff”.
“Em conversas recentes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez avaliações de que o governo federal ‘acabou’. Tucanos de diferentes plumagens, até aqui desunidos por ambições eleitorais distintas, agora se comprometem a construir consenso para viabilizar a troca de guarda no Palácio do Planalto e, por tabela, evitar o avanço do PMDB como alternativa de poder.
O governo Dilma faz troça com o projeto tucano de unificação. ‘Aécio [Neves], [José] Serra e [Geraldo] Alckmin nunca se entenderão. Nem Dilma é capaz de mudar isso’, ironiza um ministro.”
Na verdade, só Dilma é capaz de mudar isso. Mas eu também só acredito vendo.
O PMDB, por sua vez, “pressionará o presidente Renan Calheiros a convocar o Congresso durante o recesso parlamentar caso o pedido de impeachment seja aceito. O objetivo é contar prazo para acelerar o calendário de um eventual julgamento”.
Renan ensaiou um distanciamento do governo após a prisão de Delcídio. Mas acelerar julgamento de impeachment? Também só acredito vendo.
Tuitadas:
dilma_na_franca
Dilma chega a Paris para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-21)
– O fim de semana de Dilma em Paris me lembra as férias de Delcídio em Ibiza. Pode ser a última chance de aproveitar, sabe?
– Dilma cancelou o prosseguimento da viagem a Japão e Vietnã, deixando os orientais na mão para tentar salvar seu mandato no Brasil. É uma vergonha internacional.
– Comissão da OAB, com decisão contrária ao impeachment, cumpre a função da entidade que descrevi em 4 de julho: produzir manchentes a favor do PT. (Relembre AQUI.)
OAB manchetes
Montagem feita por este blog em julho

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