domingo, 17 de janeiro de 2016

Com Irã, Obama almeja superar legados de Nixon, Reagan e Roosevelt
PATRÍCIA CAMPOS MELLO - FSP
Para o presidente que assumiu em 2009 pregando o diálogo com as nações "inimigas" e pedindo para que os países estendessem suas mãos, o 16 de janeiro de 2016 foi um dia muito feliz.
Com o fim das sanções contra o Irã, Barack Obama demonstra que diplomacia não é sinônimo de tibieza. Pouco a pouco, ele constrói uma presidência com dois grandes trunfos em política externa: Cuba e Irã.
A despeito do ceticismo, no dia 17 de dezembro de 2014, Obama e Raúl Castro anunciaram a reaproximação entre Cuba e EUA, depois de mais de quatro décadas de hostilidades. No ano passado, Washington anunciou várias medidas que facilitam as viagens de americanos à ilha, e o turismo está crescendo.
O acordo nuclear com o Irã também foi recebido com reservas. Muitos duvidavam de que os iranianos tivessem mesmo a intenção de cumprir o acordado e reduzir sua capacidade de produzir energia nuclear para fins militares.
Photo/Ramon Espinosa - 14.ago.2015/Associated Press
Aug. 14, 2015 file photo, a girl looks out the window at the area of the flag raising ceremony, from inside the newly opened U.S. embassy in Havana, Cuba. In the year since Presidents Raul Castro and Barack Obama announced a rapprochement between bitter Cold War enemies, Cuba has been transformed, for better or worse. (AP Photo/Ramon Espinosa, File) ORG XMIT: CUB301
Menina olha por janela da Embaixada dos EUA em Cuba no dia da reabertura
Agora, para coroar seu legado, só falta Barack Obama fechar a prisão de Guantánamo, a maior mancha na reputação dos EUA.
Quando assumiu, Obama disse que isso ocorreria em um ano. O presidente fracassou, mas vem tentando cumprir a promessa a conta-gotas, driblando as restrições do Congresso. Dos mais de 700 detentos originalmente na base, hoje há 93.
Muita gente duvidava de que fosse possível reabrir a embaixada americana em solo cubano ou convencer os iranianos a abrir mão de seu arsenal nuclear.
Se além dessas conquistas, o presidente resolver o problema de Guantánamo, aí sim terá conquistado seu manto de "presidente da diplomacia" e superado jogadas históricas como a reaproximação com a China sob Richard Nixon, o pragmatismo de Ronald Reagan na queda do Muro de Berlim e as conquistas de Franklin Roosevelt na construção das instituições multilaterais do pós-guerra. 

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