domingo, 17 de janeiro de 2016

Fim de sanções ao Irã deve derrubar ainda mais o petróleo
País poderá voltar a exportar para o mundo inteiro, ampliando o excesso de oferta da commodity
VEJA
Militares ucranianos tentam extinguir um incêndio em um posto de armazenamento de petróleo na vila Kryachki, ao sudoeste de Kiev - 09/06/2015Posto de armazenamento de petróleo na Ucrânia: cenário sombrio para o setor(Sergei Supinsky/AFP)
A retirada das sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia ao Irã significará a volta do país ao mercado global do petróleo, do qual estava afastado nos últimos anos. Será um fator a mais de pressão para derrubar as cotações, que caíram na última semana ao menor patamar desde 2004, abaixo de 30 dólares o barril.
Consultorias já estimam que o preço do barril pode recuar para a casa de 20 dólares nos próximos meses, colocando em xeque a viabilidade comercial da extração do petróleo em muitas áreas produtoras, do pré-sal brasileiro ao óleo extraído do xisto nos Estados Unidos, passando pela Rússia e a Venezuela. O Oriente Médio, onde está localizado o Irã, é a região do mundo onde é mais barato extrair o petróleo, de modo que nem a queda recente das cotações impede que a atividade exploratória seja lucrativa.
O governo iraniano diz que tem capacidade para ampliar em 1 milhão de barris a produção diária em um período de até seis meses, o que representaria o dobro do volume atual. Antes que as sanções fossem impostas, o país conseguia produzir mais de 3 milhões de barris diariamente. O fim do embargo comercial abre as portas do país para a volta das grandes companhias de petróleo do mundo, que poderão levar recursos para investir e ter acesso às reservas estimadas em 160 bilhões de barris.
Não faz muito tempo, até setembro de 2014, a cotação do petróleo estava acima de 100 dólares. Desde então, está em trajetória inabalável de queda motivada principalmente pelo desequilíbrio da relação entre oferta e demanda: as compras da matéria-prima estão diminuindo, em boa parte por causa da desaceleração da economia chinesa, enquanto a produção continua firme, porque nenhum país está disposto a abrir mão de recursos num primeiro momento ou de fazer acordos com esse objetivo, incluindo os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que é liderada pela Arábia Saudita e do qual o Irã faz parte.

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