'Eu não governo só para o PT', afirma Dilma
Em visita oficial ao Chile, presidente não participa da comemoração de 36 anos da sigla
Catarina Alencastro - O Globo
SANTIAGO - Em viagem ao Chile, a presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado que não governa o Brasil só para o PT, ao ser interpelada pelos jornalistas sobre o motivo de sua ausência nas comemorações do aniversário do partido. Em rápida entrevista, ela frisou que governo e legendas são coisas diferentes. Dilma disse que não há mágoas e que "cada um tem a sua verdade". A legenda, afirmou, foi avisada de sua decisão de não comparecer à festa de aniversário de 36 anos devido aos compromissos no Chile. Demonstrando certa irritação, ela respondeu que gostaria de ir ao evento, mas que a distância de quatro horas de avião entre Chile e Brasil tornou a possibilidade nula.
- Nós vivemos numa democracia. O governo é uma coisa, os partidos são outra. Em que pesem eles serem a base, muitas vezes eles divergem. Isso é normal e tem que ser encarado com normalidade. Eu sempre pedirei apoio e conto com o apoio deles. Um partido é um partido, um governo é um governo. Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros. Eu não governo só para o PT, só para o PSD, só para o PDT, ou só para o PTB, ou só para o para o PMDB. Eu tenho de governar olhando todos os interesses. E como o nome diz, o partido é sempre uma parte - disse, completando que não se deve "valorizar" ou "demonizar" siglas.
- Não é pessoal isso. Tem concordâncias, discordâncias, tem propostas diferentes e tem amadurecimento do governo, que não é dono da verdade, nem dos partidos, que são donos de sua verdade. Cada um tem a sua verdade e acha que ela tem que ser externada - ponderou.
Dilma participou na manhã deste sábado de reuniões com empresários chilenos e seguiu para um almoço com a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Antes de voltar ao Brasil, a presidente encontra com economistas da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). O embarque para Brasília está previsto para às 17h.
Ao citar os compromissos que a esperam em Santiago, Dilma confundiu a Cepal com a Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac). Nos bastidores, empresários brasileiros que se reuniram com a presidente na sexta-feira na capital chilena afirmaram estranhar a convocação para um encontro marcado no "improviso", pois só receberam a confirmação da reunião com a presidente 24 horas antes do evento.
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