Roberto Ellery - IL
Em 2005 deveria ter começado a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), deveria, mas não aconteceu. Um grupo de países barrou a ALCA alegando que o acordo destruiria as indústrias locais, o Brasil teve destaque nesse grupo. Na ocasião a FIESP lançou um estudo mostrando as perdas que teríamos com a ALCA, também não faltaram especialistas apontando como o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) havia destruído a indústria mexicana e que a ALCA faria o mesmo com a nossa. O gráfico abaixo mostra a produção manufatureira como proporção do PIB no Brasil e no México desde 2005, como podemos ver mais de dez anos depois é bem provável que nossa indústria estivesse feliz tendo o desempenho da indústria mexicana.
Da onde tiraram a ideia que o NAFTA destruiu a indústria do México? Para responder a pergunta basta olhar o mesmo gráfico começando em 1995, logo após a entrada em vigor do NAFTA a produção manufatureira do México subiu em relação ao PIB, a subida teve folego curto, de forma que entre 1998 e 2005 foi observada uma queda consistente na produção industrial mexicana. Tal queda poderia ter sido causada por vários motivos, mas os “combatentes do império” na época preferiram colocar a culpa no NAFTA. Mais dez anos se passaram e a manufatura mexicana se estabilizou em torno de 17% do PIB, a nossa está em 11% e caindo.
Cuidado ao leitor apressado, os gráficos acima, dados do Banco Mundial, não nos permite concluir que a indústria mexicana se beneficiou do NAFTA nem que a queda na indústria brasileira teria sido evitada com a ALCA. Longe disso, os gráficos acima apenas mostram que os que tentavam nos assustar com o exemplo do México poderiam ter sido mais cuidadosos e eu não vou cometer o mesmo erro.
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