O bunker dilmista contra o impeachment: ato quatro
Felipe Frazão - VEJA
Presidente Dilma Rousseff participa de reunião com juristas no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (30)(Adriano Machado/Reuters)
A
presidente Dilma Rousseff promoverá nesta quinta-feira o quarto ato
político seguido contra o impeachment nas dependências do Palácio do
Planalto. Ela receberá em Brasília um grupo de artistas e intelectuais.
Nas últimas três semanas, Dilma transformou a sede da Presidência da
República em uma espécie de bunker petista: abriu as portas a dezenas de
militantes de movimentos sociais, estudantis e sindicais umbilicalmente
ligados ao partido. São os mesmos que integram os coletivos de esquerda
Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo e promovem manifestações
nas ruas em prol de Dilma, dissimuladas pela veste de "defesa da
Democracia". Eles estiveram presentes como convidados nos três primeiros
atos de março no palácio presidencial e interromperam as cerimônias,
aos gritos, com o mantra "Não vai ter golpe". Nesses eventos,
confundem-se o palanque político e a cerimônia oficial. Dilma cede a
estrutura e os meios de comunicação da Presidência para difundir não
informações do governo, mas argumentos e opiniões dos defensores de seu
mandato, além de ataques ao juiz Sérgio Moro e à Operação Lava Jato.
Eles se revezam ao microfone no púlpito com o Brasão da República. Há
transmissão ao vivo na TV pela NBR e ampla cobertura do Blog do Planalto
e perfis do governo federal nas redes sociais. O primeiro ato foi a
posse (suspensa pelo Supremo Tribunal Federal) do ex-presidente Lula
como ministro da Casa Civil, no dia 17 de março. O segundo, a
manifestação de advogados de esquerda, professores de direito e
magistrados chapa-branca, batizados de juristas pelo marketing
governista, no último dia 22. O terceiro, o lançamento da nova fase do
Minha Casa, Minha Vida nesta quarta-feira com entidades organizadas de
moradia popular. Em todos os casos, a impressão de quem assiste é de
amplo apoio a Dilma sob o teto palaciano, uma clara dissintonia com a
realidade - conforme mostrou a recente pesquisa Ibope, 82% desaprovam
Dilma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário