terça-feira, 29 de março de 2016

O petismo verde
O que Marina realmente quer é aumentar seu capital político em cima do desgaste do governo — e, consequentemente, da desgraça do país — para garantir uma eleição tranquila em 2018. Muito nobre da parte daquela que "não desistiu do Brasil", não é?
Reinaldo Azevedo - VEJA
Leia trecho da coluna de Kim Kataguiri, na Folha Online:
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Nos aparentemente intermináveis debates sobre impeachment, “golpe” e o futuro pós-PT, uma figura bastante relevante está sendo esquecida: Marina Silva. A ex-petista, após aparecer como preferida para as eleições presidenciais, decidiu sair da toca.
Toda a mística que cerca a possuidora de “sonhos humildes” e defensora da “nova política” faz com que tudo que saia da sua boca pareça ser uma solução mágica. Apesar de admitir a obviedade de que impeachment não é golpe, Marina se nega a apoiá-lo. Diz acreditar que a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja a solução de que o país precisa.
O que a ex-senadora esquece de mencionar é que o processo do TSE é muito lento. Na melhor das hipóteses, conseguirá adiantar as eleições de 2018 em 2 ou 3 meses. Marina sabe disso. E é por isso que diz o que diz.
O que ela realmente quer é aumentar seu capital político em cima do desgaste do governo — e, consequentemente, da desgraça do país — para garantir uma eleição tranquila em 2018. Muito nobre da parte daquela que “não desistiu do Brasil”, não é?
A aura amazônico-messiânica de Marina Silva é tão intocável que não se suja nem mesmo com a lama da realidade. O gigantesco desastre ambiental em Mariana, que arruinou a vida de incontáveis famílias, passou absolutamente despercebido pela ambientalista. Até a Dilma, que, vale lembrar, é… a Dilma, teve a consciência de marcar presença e se solidarizar com as vítimas da tragédia.
(…)
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