terça-feira, 1 de março de 2016

Os comunistas quase venceram
Eles se julgam acima do bem e do mal, das leis e da ‘moral burguesa’, e por isso acreditam que seus ‘nobres’ fins justificam quaisquer meios, por mais nefastos que sejam
Rodrigo Constantino - O Globo
Quando caiu o vergonhoso Muro de Berlim e ficou claro para o mundo que o comunismo era um retumbante fracasso, Lula e Fidel Castro se juntaram para fundar o Foro de São Paulo e tentar recriar na América Latina o que havia se perdido no Leste Europeu. Está tudo documentado, e não dá para negar o sucesso de ambos: vários países do continente caíram nas garras desses comunistas, sob a nova embalagem de “socialismo do século XXI” ou “bolivarianismo”.
Merval Pereira, em sua coluna deste domingo, reconheceu o avanço desse movimento e a ameaça que ele ainda representa, apesar de derrotas recentes importantes. Há ventos de mudança no ar: Maduro perdeu espaço na Venezuela, o país mais avançado rumo ao atraso comunista, Evo Morales saiu enfraquecido na Bolívia e o PT está em frangalhos no Brasil. Mas é cedo para os democratas cantarem vitória.
Os comunistas, que a grande imprensa ainda se recusa a chamar pelo nome, ainda estão no poder em vários países. Ao que tudo indica, o eixo central era mesmo o PT, usando os recursos nacionais para financiar seus companheiros em outros países. A Odebrecht, com financiamento do BNDES, era a grande fonte de caixa da turma, e João Santana era o marqueteiro, uma espécie de Goebbels do comunismo. A conspiração golpista envolveu até países africanos.
O leitor pode achar que é bobagem falar em comunismo, em ideologia, pois todos não passam de populistas corruptos que souberam usar o sistema a seu favor. Alguém acha que Lula tem alguma ideologia? Mas essas pessoas estão equivocadas, como estão aquelas que pensam que Lula traiu seus antigos ideais, e que se ao menos a pessoa certa da esquerda radical chegasse ao poder, tudo seria diferente e uma maravilha.
O comunismo é e sempre foi exatamente isso: uma estratégia de poder absoluto com base em discursos demagogos. Os soviéticos também não eram “comunistas” nesse sentido puro que os românticos dão ao termo. Aliás, como se trata de uma utopia inatingível, nenhum regime teria sido comunista de fato, uma desculpa esfarrapada para proteger a ideologia de seus infindáveis fracassos.
Os bolcheviques também souberam usar o sistema capitalista para se preservar no poder, e nem por isso deixavam de ser comunistas. Sim, o PT usou as elites, enriqueceu empreiteiros e banqueiros, mas é exatamente isso que todo comunista sempre fez. Seu discurso é populista, em prol do coletivo, da “igualdade”, enquanto sua prática sempre criou ampla igualdade na miséria para a imensa maioria, e uma casta de nababos no poder. Basta ver a Venezuela ou Cuba, o ícone dessa gente.
O esforço que os radicais fazem para inocentar sua ideologia de culpa em mais essa desgraça é louvável, mas absurdo. Sonham com um “novo PT”, com o PSOL, com Marina Silva e sua Rede, tudo para não se confrontarem com a dura realidade: o problema está na ideologia. A concentração de poder no Estado em nome da “justiça social”, o ataque ao empreendedorismo e ao lucro, a condenação do livre mercado e da privatização, o enaltecimento do sindicalismo, essas são bandeiras que invariavelmente levam ao mensalão, ao petrolão e à inflação.
Comunistas se julgam acima do bem e do mal, das leis e da “moral burguesa”, e por isso acreditam que seus “nobres” fins justificam quaisquer meios, por mais nefastos que sejam. Sempre foi esse o modus operandi do comunismo. O relativismo moral impede qualquer crise de consciência, e atrai os psicopatas e bárbaros para as hostes comunistas. Com as justificativas produzidas por “intelectuais” entediados e niilistas, os brutos chegam ao poder e pilham o Estado, escravizando a população. Foi assim em todo país comunista.
No nacional-socialismo também, vale notar. O nazismo disputava com o comunismo o mesmo tipo de alma recalcada, ressentida e invejosa. Com uma importante diferença: o nazismo nunca conseguiu ocultar bem sua natureza abjeta, enquanto o comunismo atrai românticos idiotizados.
O historiador francês Alain Besançon, autor de “A infelicidade do século”, resumiu bem a distinção: “O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência”.
Basta ver a juventude boboca atraída pelo comunista Bernie Sanders nos Estados Unidos. Esses comunistas são criminosos, abusam da juventude de forma asquerosa. E pensar que eles quase venceram a guerra...

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