- MSM
Comentário de Julio Severo:
Por
conta de uma "revelação", alguns grupos neopentecostais estão tratando
Marina como se tivessem sido hipnotizados por um messianismo, como se
Marina fosse a escolhida de Deus para ser presidente do Brasil. Marina
pode ser incoerente em muitas questões importantes para os cristãos, mas
Deus nunca é. Deus não tem parte na Teologia da Libertação, já
defendida por Marina como o “evangelho vivo” (http://bit.ly/GL9Pfm).
Marina
é a candidata de Leonardo Boff, Caio Fábio e Valnice Milhomens.
Exatamente 20 anos atrás, no falido programa de TV “Pare & Pense,”
Caio e Valnice estavam apresentando Lula para o público evangélico.
Agora é Marina… É preciso realmente um dom de revelação para saber o
final dessa novela? A trama de Caio no antigo programa era de fato
aproximar Lula dos evangélicos, mas Valnice, com todas as suas
revelações, foi incapaz de enxergar a trama.
Se Marina for de
fato a escolha de Deus para ser presidente, conforme querem Boff, Caio e
Valnice, então Marina fará sua traição mais importante: ela dará um
chute na Teologia da Libertação e em todos os militantes esquerdistas —
especialmente seu vice, Beto Albuquerque, um falso católico que,
segundo Revolta Brasil,
é um defensor do aborto e da agenda gay — que fazem cara de nojo quando
ela tenta assumir uma postura ética, cristã e verdadeira contra o
aborto e a agenda gay.
Sem isso, o messianismo que vem crescendo
com base em revelações não passa de messianismo sustentado por
sentimentalismo religioso. Não é a primeira vez que isso acontece na
história humana. E os resultados são sempre desastrosos. A Bíblia não
nos manda engolir revelações e profecias, mas primeiramente avaliar e
julgá-las (cf. 1 Co 14:29). Leia agora o artigo de Dener. Não sei se ele
é a favor da Dilma, do Aécio ou do Obama — nenhum dos quais apoio. Só
sei que, neste artigo, ele disse verdades que precisam de nossa atenção.
Em
2003, ainda no começo do governo do presidente Lula eu, que ainda não
era jornalista, dei uma entrevista para o Estadão na qual afirmava
categoricamente: “não confio na Marina Silva nem para cuidar do meu
jardim”. Clique aqui para
conferir. Confirmei minhas palavras no discurso que proferi na ONU ao
receber de Kofi Annan o prêmio das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Os petistas se arrepiaram, reclamaram e me criticaram. Não deu outra: se
arrependeram. Em 2010, quando o Partido Verde aceitou a bancar a
candidatura de Marina para presidência da República, novamente eu avisei
em diversas oportunidades, que eles estavam dando um tiro no próprio
pé. Fui criticado e esculhambado por algumas lideranças do PV. Não deu
outra: eles também se arrependeram.
Quando
Eduardo Campos oficializou a candidatura de Marina Silva como vice em
sua chapa eu não perdi a oportunidade. Novamente afirmei em entrevistas e
artigos que o PSB iria se arrepender. E, mais uma vez, não deu outra:
Marina, além de não transferir votos, ainda criou uma série de
dificuldades políticas para Eduardo, levando seu nome a patinar entre
10% do eleitorado. Não fosse sua trágica morte, ele sairia da eleição
muito menor que entrou. E grande parte da culpa teria o sobrenome Silva.
Seria
eu um implicante sem razão contra Marina Silva ou será que Deus me
concedeu o dom da adivinhação? Nem uma coisa, nem outra. Sou apenas um
pragmático, que não dá asas a paixões avassaladoras de momento e nem me
deixo levar pelas emoções de ocasião. E assim penso que deva ser cada
brasileiro que tenha consciência sobre a sua responsabilidade de decidir
o destino do país.
Marina
Silva foi ministra de Lula por oito anos e “abandonou” o governo quando
percebeu que seu ego se apequenava diante do crescimento da influência
da então também ministra Dilma Rousseff. O Planalto estava pequeno
demais para as duas. Também deixou o Partido Verde ao perceber que a
legenda não se dobraria tão fácil a sua sede de poder. Eduardo Campos
sentiu o amargo sabor de Marina ao ver alianças importantes escorrerem
por entre seus dedos. Marina atrapalhou, e muito, sua candidatura. Isso é
um fato que nem o mais bobo líder do PSB pode negar.
Marina está fadada a trairO grande ego é o pai da traição. Quem se sente um predestinado e prioriza o culto a personalidade tem medo da discordância, da crítica. É esse medo que gera uma neutralidade perigosa e falsa. E a neutralidade é a mãe da traição. Seres humanos com grandes egos quase sempre se posicionam entre o conforto de “lavar as mãos” e o silêncio covarde de suas convicções.
Marina Silva é assim. Simples assim.
Nas últimas eleições presidenciais Marina ficou NEUTRA. Alguém se lembra?
Ao
contrário do que desejavam seus milhões de eleitores – que ansiavam por
uma indicação, uma orientação ou um caminho – Marina calou-se. Não
apoiou Dilma e nem Serra. Com medo de decidir, declarou-se neutra. E
ajudou a eleger Dilma.
Claro,
não se espera de um político uma sinceridade absoluta, mas pelo menos
transparência em algumas das suas convicções básicas. Isso Marina não
faz. E quem não o faz assume o destino da traição. Vejamos:
a) Se eleita, Marina Silva irá mudar o atual Código Florestal?
SIM (trairá o agronegócio)
NÃO (trairá os ambientalistas)
b)
Se eleita, Marina Silva irá abandonar os investimentos no Pré-sal e
passará a investir em fontes alternativas para a matriz energética?
SIM (trairá a Petrobrás e seus parceiros)
NÃO (trairá os ambientalistas)
c) Se eleita, Marina Silva irá interromper a construção de Belo Monte?
SIM (trairá os empresários)
NÃO (trairá os ambientalistas)
d) Se eleita, Marina Silva irá apoiar o casamento gay?
SIM (trairá os evangélicos)
NÃO (trairá os movimentos sociais)
e) Se eleita, Marina Silva será contra a pesquisa de células tronco?
SIM (trairá os pesquisadores e a academia)
NÃO (trairá os evangélicos)
f) Se não for ao segundo turno, Marina repetirá sua posição de 2010?
SIM (trairá a oposição)
NÃO (trairá a si mesma)
Essas
são apenas algumas perguntas que Marina Silva não responderá. Ou o fará
por meio de respostas dúbias e escamoteadoras, bem ao seu estilo. No
final, ninguém saberá realmente o que ela pensa. Sob pressão, ela jogará
a responsabilidade para a platéia e sacará de seu xale sagrado a carta
mágica: FAREMOS UM PLEBISCITO!
Esse é o estilo Marina de ser. E esse é o tipo de comando que pode
levar o Brasil ao encontro de um cenário de incertezas e retrocessos. O
que ela fala – ou melhor – o que ela não fala hoje, será cobrado no
Congresso Nacional caso venha a se eleger. Como Marina negociará com a
bancada ruralista? Com a bancada religiosa?
Você, caro leitor, vai arriscar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário